terça-feira, 15 de abril de 2014

CPLP∕Guiné Equatorial e Galiza reforçam em 76 mil milhões o peso económico dos países de língua portuguesa

14 abril 2014, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China) 
A Guiné Equatorial e Galiza perfilam-se como as duas economias mais avançadas na integração no espaço dos países de língua portuguesa, e poderão dar um impulso de perto de 76 mil milhões de euros ao peso económico do bloco.
Enquanto em Julho a Guiné Equatorial, cuja economia vale 19,7 mil milhões de dólares (14,2 mil milhões de euros), deverá aderir como membro de pleno direito à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a região autónoma espanhola da Galiza, que detém importantes laços históricos e culturais com Portugal, adoptou esta semana uma lei visando reforçar os laços com os “8”.
A lei 1/2014, também conhecida como lei Paz Andrade, “para o aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia”, sublinha que o português é hoje a língua mais falada no Hemisfério Sul e idioma de trabalho de 20 organizações internacionais, como a União Europeia, e língua oficial de “nove países e do território de Macau, China”.

“Entre eles figuram potências económicas como o Brasil e outras economias emergentes”, refere a lei, que determina que o português seja mais ensinado na região autónoma e usado na administração pública e que seja também promovida a presença de entidades e pessoas de territórios de língua portuguesa em eventos da Comunidade Autónoma galega.
“Para a melhoria do desenvolvimento social, económico e cultural galego, as autoridades devem promover todas quantas medidas sejam possíveis para melhor valorizar esta vantagem histórica”, adianta.
Sem se referir especificamente à CPLP ou ao Fórum Macau, os dois grandes pólos diplomáticos e políticos do espaço de língua portuguesa, a lei galega determina a “participação das instituições em foros lusófonos de todo tipo”, nomeadamente económico e cultural.
Com 2,8 milhões de habitantes, a Galiza tem uma economia de perto de 55,8 mil milhões de euros, com importante indústria automóvel, têxtil, florestal, entre outras.
A adesão da Guiné Equatorial à CPLP deverá ser realidade já em julho, na cimeira da organização em Dili, depois de o país ter preenchido os requisitos exigidos.
O peso económico da Guiné Equatorial, que resulta de uma importante indústria petrolífera, já se faz sentir em Portugal, onde recentemente um fundo de investimento público chegou a acordo para comprar uma participação no banco Banif.
Segundo o presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), Salimo Abdula, o PIB conjunto dos países de língua portuguesa representa hoje perto de 4 por cento do total mundial, com tendência de crescimento.
Em recentes declarações, Abdula previa que os países língua portuguesa poderão representar 10% do PIB mundial, dentro de dez ou quinze anos, se os governos se juntarem e apostarem numa verdadeira comunidade económica.
“Temos condições, fomos abençoados, temos recursos naturais de grande dimensão descobertos nos últimos dez anos, temos mão-de-obra jovem e, se nos posicionarmos como deve ser, levando a tecnologia necessária para dar mais-valias às nossas riquezas naturais onde elas existem, podemos transformar a CPLP numa estrela”, disse Abdula à Lusa.
As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa  aumentaram 2,31% em 2013, para 131,4 mil milhões de dólares, com o Brasil manter-se como o principal parceiro económico da China, (89,85 mil milhões de dólares de trocas, mais 5,11% em termos anuais).
Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo dos países de língua portuguesa, as trocas comerciais sofreram uma queda de 4,24%, para 35,91 mil milhões de dólares, e com Portugal, terceiro parceiro da China, as trocas comerciais recuaram 2,78% para 3,9 mil milhões de dólares.
Com Moçambique, as trocas comerciais aumentaram 22,6% para 1,64 mil milhões de dólares.(macauhub/PT)


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