14 abril 2014, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A Guiné Equatorial e Galiza perfilam-se como as duas economias mais
avançadas na integração no espaço dos países de língua portuguesa, e poderão
dar um impulso de perto de 76 mil milhões de euros ao peso económico do bloco.
Enquanto em Julho a Guiné Equatorial, cuja economia vale 19,7 mil
milhões de dólares (14,2 mil milhões de euros), deverá aderir como membro de
pleno direito à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a região autónoma
espanhola da Galiza, que detém importantes laços históricos e culturais com
Portugal, adoptou esta semana uma lei visando reforçar os laços com os “8”.
A lei 1/2014, também conhecida como lei Paz Andrade, “para o
aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia”, sublinha que o
português é hoje a língua mais falada no Hemisfério Sul e idioma de trabalho de
20 organizações internacionais, como a União Europeia, e língua oficial de
“nove países e do território de Macau, China”.
“Entre eles figuram potências económicas como o Brasil e outras
economias emergentes”, refere a lei, que determina que o português seja mais
ensinado na região autónoma e usado na administração pública e que seja também
promovida a presença de entidades e pessoas de territórios de língua portuguesa
em eventos da Comunidade Autónoma galega.
“Para a melhoria do desenvolvimento social, económico e cultural galego,
as autoridades devem promover todas quantas medidas sejam possíveis para melhor
valorizar esta vantagem histórica”, adianta.
Sem se referir especificamente à CPLP ou ao Fórum Macau, os dois grandes
pólos diplomáticos e políticos do espaço de língua portuguesa, a lei galega
determina a “participação das instituições em foros lusófonos de todo tipo”,
nomeadamente económico e cultural.
Com 2,8 milhões de habitantes, a Galiza tem uma economia de perto de 55,8
mil milhões de euros, com importante indústria automóvel, têxtil, florestal,
entre outras.
A adesão da Guiné Equatorial à CPLP deverá ser realidade já em julho, na
cimeira da organização em Dili, depois de o país ter preenchido os requisitos
exigidos.
O peso económico da Guiné Equatorial, que resulta de uma importante
indústria petrolífera, já se faz sentir em Portugal, onde recentemente um fundo
de investimento público chegou a acordo para comprar uma participação no banco
Banif.
Segundo o presidente da Confederação Empresarial da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), Salimo Abdula, o PIB conjunto dos países
de língua portuguesa representa hoje perto de 4 por cento do total mundial, com
tendência de crescimento.
Em recentes declarações, Abdula previa que os países língua portuguesa
poderão representar 10% do PIB mundial, dentro de dez ou quinze anos, se os
governos se juntarem e apostarem numa verdadeira comunidade económica.
“Temos condições, fomos abençoados, temos recursos naturais de grande
dimensão descobertos nos últimos dez anos, temos mão-de-obra jovem e, se nos
posicionarmos como deve ser, levando a tecnologia necessária para dar
mais-valias às nossas riquezas naturais onde elas existem, podemos transformar
a CPLP numa estrela”, disse Abdula à Lusa.
As trocas comerciais entre a China e os países de língua
portuguesa aumentaram 2,31% em 2013, para 131,4 mil milhões de dólares,
com o Brasil manter-se como o principal parceiro económico da China, (89,85 mil
milhões de dólares de trocas, mais 5,11% em termos anuais).
Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo dos países de língua
portuguesa, as trocas comerciais sofreram uma queda de 4,24%, para 35,91 mil
milhões de dólares, e com Portugal, terceiro parceiro da China, as trocas comerciais
recuaram 2,78% para 3,9 mil milhões de dólares.
Com Moçambique, as trocas comerciais aumentaram 22,6% para 1,64 mil
milhões de dólares.(macauhub/PT)
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