Timor-Leste/Português é falado nas sessões oficiais

11 abril 2014, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Josina de Carvalho, Dili 

A Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai fazer o acompanhamento da situação política nos países membros da organização e realizar missões de observação eleitoral.

A informação foi avançada pelo presidente da Assembleia Parlamentar da CPLP e do Parlamento angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos, na abertura da quinta Assembleia Parlamentar da organização, que decorre desde ontem, em Díli, Timor-Leste.

A Assembleia Parlamentar da CPLP, disse, congratula-se com os resultados do processo negocial entre o Governo moçambicano e a Renamo para o desenvolvimento da paz e a garantia da tranquilidade para o povo. O órgão da CPLP, acrescentou, manifesta também   regozijo pela consolidação do processo democrático na Guiné-Bissau e deseja que o processo eleitoral decorra com ordem e tranquilidade, para que se inicie uma nova fase de paz e reconciliação nacional definitiva.

        
O presidente do Parlamento angolano disse ainda que a Assembleia Parlamentar da CPLP está satisfeita com o facto de o português ter sido introduzido pela primeira vez como língua de trabalho na União Interparlamentar,

com o contributo de todos os parlamentos. “Essa é uma conquista que devemos procurar manter e expandir ao nível das demais organizações internacionais em que os nossos Estados são membros”, sublinhou.

Fernando da Piedade Dias dos Santos reconheceu que a posição geográfica dos países da CPLP é uma barreira para a integração política e económica, mas disse acreditar ser possível criar estratégias comuns para o reforço da cooperação interparlamentar. “É nosso entendimento que esta Assembleia pode e deve desempenhar um papel decisivo no reforço do processo de consolidação da CPLP, por via da aproximação dos seus povos”, frisou.

Objectivo
A Assembleia Parlamentar da CPLP, segundo o seu líder, é um mecanismo indispensável de concertação político-diplomática entre os parlamentos dos Estados-membros. Este órgão, institucionalizado a 17 de Junho de 1996, visa a cooperação em todos os domínios, a promoção e preservação da língua portuguesa, como património comum e a afirmação da organização na arena internacional. 

O presidente da Assembleia Parlamentar da CPLP reconheceu que a sobreposição das agendas dos parlamentares tem constituído um sério entrave para o alcance dos objectivos traçados. Mas, sublinhou, foram dados passos significativos para a consolidação da instituição representativa dos povos da comunidade. 

Fernando da Piedade Dias dos Santos referiu que foi possível adequar a organização à evolução das realidades internas dos seus Estados-membros e à sua dinâmica na conjuntura internacional.

Organização interna
No  entender do Presidente do Parlamento angolano, as questões inerentes à organização interna da Assembleia Parlamentar da CPLP devem continuar a merecer atenção particular dos deputados, com destaque para a definição da sede fixa, a quotização e a implementação efectiva dos estatutos e do regimento. O vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, Fernando La Sama de Araújo, disse ser imperioso que os parlamentares da CPLP reflictam sobre o futuro da organização e sobre a imagem e mensagem que pretendem dar a conhecer ao mundo.
Defendeu também a intensificação da cooperação no domínio científico, técnico e económico, visando encontrar formas e estruturas adequadas para capitalizar os recursos conjuntos, no sentido de tornar a CPLP numa base de poder económico e garantir um desenvolvimento que se traduza em benefícios para os seus povos.

Apelo das mulheres
A Rede de Mulheres Parlamentares da Assembleia Parlamentar da CPLP apelou aos países-membros Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Brasil para envidarem esforços no sentido de melhorarem a participação das mulheres nos processos eleitorais que decorrem neste momento, bem como a aumentar a sua presença no Parlamento.

   
A presidente da Rede, a deputada angolana Cândida Celeste, afirmou que as mulheres da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos países de Língua Portuguesa pretendem reforçar os laços de amizade, cooperação, troca de informações e de experiências nos vários domínios que afectam a situação e a condição da mulher nos países membros.

Para o efeito, referiu a deputada Cândida Celeste, vão ser realizadas conferências, seminários e outras actividades que se adeqúem à realidade de cada país.