15 abril
2014, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Edna Dala
O ministro
da Saúde defendeu ontem, em Luanda, a eliminação de medicamentos falsos em África,
através da produção de genéricos no continente.
O ministro
discursava na cerimónia de abertura da reunião de peritos africanos organizada
pela Comissão da União Africana e a Organização Mundial de Saúde, que conta com
a participação de 300 delegados, entre ministros, parceiros internacionais e
peritos do sector.
José Van-Dúnem disse que os medicamentos para as doenças não transmissíveis “estão a ficar muito baratos, colocando em risco a possibilidade de deixarem de ser atractivos para as empresas farmacêuticas”. Por isso, disse, os países africanos devem estar preparados para começar a produzir localmente.
O ministro pediu aos peritos para produzirem informações que permitam aos ministros africanos do sector decidir sobre a resposta a dar e à criação de condições para doenças como a febre hemorrágica da Ébola que assola a Guiné Conacry e a Libéria.
José Van-Dúnem revelou que o continente africano tem os maiores casos de doenças transmissíveis e não transmissíveis, que continuam a crescer. A situação é agravada pela falta de água potável, criação de musseques, falta de empregos e pobreza. Estas situações reflectem-se negativamente na saúde. Para dar resposta a este quadro, “é necessário ter condições que não estão criadas para garantir o acesso universal aos cuidados de saúde”.
José Van-Dúnem referiu que uma das condições essenciais, é passar a pagar salários dignos os profissionais para tornar atractivo trabalhar na Saúde. Os medicamentos para as doenças transmissíveis já foram investigados há muito tempo e começam a ser muito baratos. Por isso, deixam de ser atractivos para a indústria farmacêutica, que pode deixar de produzi-los. José Van-Dúnem propõe que os países africanos “comecem a fabricar genéricos”.
Mecanismos eficazes
O director regional para África da Organização Mundial de Saúde, Luís Gomes Sambo, defendeu a necessidade de se encontrar um mecanismo para a criaçáo de um centro de controlo e prevenção de doenças. Luís Gomes Sambo afirmou que durante a reunião dos ministros africanos da Saúde vão ser discutidas e definidas as modalidades e o mapa para o estabelecimento de um centro de controlo e prevenção das doenças. Muitos países do continente ainda enfrentam um grande desafio para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio no sector da Saúde. Por isso, espera que os especialistas examinem estes desafios e recomendem aos ministros de Saúde o que deve ser feito para prevenir doenças e melhorar a saúde e o bem-estar das mães e das crianças.
O último dia da reunião de peritos, informou o director da OMS para África, vai também decidir sobre os passos que os Estados membros e parceiros devem dar para a execução das decisões a propostas pelos peritos durante a reunião de Luanda. Luís Sambo referiu que “os ministros têm a grande responsabilidade de encontrar soluções para ajudar os países a darem um passo firme no alcance dos grandes desafios no domínio da Saúde”.
Taxas de mortalidade
O director-geral da OMS para África lembrou que o continente representa um pouco mais de dez por cento da população mundial, mas tem as maiores taxas de mortalidade e morbilidade por doenças transmissíveis e não transmissíveis. Luís Gomes Sambo afirmou que durante dois dias vão ser examinados vários temas da agenda da Saúde no continente e os termos de referência do encontro bilateral entre a União Africana e os ministros da Organização Mundial da Saúde para África.
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