sexta-feira, 11 de abril de 2014

MALVINAS REPRESENTAM ATENTADO CONTRA A SOBERANIA ARGENTINA E LATINO-AMERICANA

4 abril 2014, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil)


Foto: Reprodução"As Malvinas são uma ferida aberta da nossa geração.”. (Declaração de Julian Domingues, presidente da Câmara dos Deputados, à Agência Paco Urondo)
Mateus Ramos/Adital

No aniversário de 32 anos da tomada da capital das Malvinas, Stanley, pela Grã Bretanha, entidades sociais argentinas emitem um informe reivindicando a posse das Ilhas ao povo argentino e latino-americano. De acordo com o documento, "as Malvinas, hoje, são, sem sombra de dúvidas, uma das maiores bases militares da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no mundo. Tal base militar, conhecida como Mount Pleasant, está localizada a apenas 60 quilômetros do Porto Argentino e a 700 quilômetros da costa patagônica, ocupando a região mais plana da Ilha de Soledad, perto do mar e apta para movimentações de aviões e helicópteros. Na Ilha operam, de modo permanente, pelo menos 1.500 militares e 500 civis britânicos.”

Além disso, também há a informação de que a ilha serve de local de treinamento para o exército britânico, "soldados que estiveram em conflitos no Oriente Médio passaram lá seis semanas
em um duro treinamento.”, completa o informe. Outro dado destacado é a importância econômica e geopolítica das Malvinas. De acordo com o documento, 7% do orçamento total da Otan é destinado à ilha.

Denúncia
As entidades que assinam o informe defendem que é necessária uma batalha geoestratégica para reaver as Malvinas devido à atual situação em que vive a América Latina, que segundo elas, está próxima de sofrer uma ofensiva imperialista, que se desenvolve em vários continentes, e que mostra, na América Latina e Caribe, especialmente na Venezuela, sua face mais intervencionista. "As Malvinas são uma causa contra o Imperialismo.”, afirmou à Agência Paco Urondo o chanceler Héctor Timermam, durante uma mostra fotográfica dedicada às Ilhas, no congresso.

O relatório acusa os Estados Unidos, juntamente com os países que compõem a Otan, de tentar se apoderar dos recursos naturais do continente, e que, para isso, fazem o mesmo que no Oriente Médio, massacrando povos inteiros, destruindo a infraestrutura de cada um dos países invadidos, fazendo-os retroceder até a Idade Média. "Para desenvolver a estratégia intervencionista, eles (EUA e Otan) criam alianças econômicas com governos corruptos, que não escondem suas relações carnais com o Império. Além disso, criam condições para impulsionar golpes de caráter parlamentar, com apoio da direita econômica, militar e midiática, como já ocorreu em Honduras e Paraguai.”

As entidades afirmam ainda que "bases militares instaladas em vários de nossos países, missões humanitárias utilizadas como ‘Cavalos de Tróia’ nos lugares mais maltratados pela pobreza, uma infinidade de ONGs atuando descaradamente na desestabilização de governos revolucionários.”, tudo isso é um alerta do perigo a autodeterminação do continente.
Devido aos fatos relatados no relatório, as entidades clamam pelo apoio da população latino-americana no sentido de repudiar a presença das tropas inglesas nas Ilhas Malvinas e a colonização e militarização que ocorre constantemente na região. "Com ajuda da solidariedade do mundo, vamos conseguir que nossas reivindicações sejam reconhecidas.”, afirmou também à Agência Paco Urondo o secretário de Assuntos Relativos às Malvinas, Daniel Filmus.

História
As Ilhas Malvinas são motivo de grandes disputas entre Argentina e Reino Unido, que inclusive travaram uma guerra pelo território, a chamada "Guerra das Malvinas”.

O conflito começou no dia 02 de abril de 1982, quando as forças navais argentinas tomaram Stanley, a capital das Ilhas, que estavam ocupadas pelo Reino Unido. Em resposta à invasão, a Grã-Bretanha enviou à região uma força tarefa em meados de abril, cruzando 13 mil quilômetros pelo oceano Atlântico. No dia 25 de abril, uma unidade britânica desembarcou em uma ilha próxima, Geórgia do Sul, que também estava nas mãos dos argentinos. Depois de breves combates, a Grã- Bretanha retomou o controle e começou a preparar o contra-ataque, adaptando equipamentos para receber armas da Otan, a aliança militar da qual o país faz parte.

A maior baixa argentina aconteceu no dia 02 de maio: longe da zona de conflito, o cruzador General Belgrano foi torpedeado por um submarino britânico de propulsão atômica e afundou, matando 368 homens. Enquanto isso, nas imediações das Malvinas, os dois exércitos travavam intensas batalhas no ar. No dia 21 de maio, o avanço britânico se consolidou com um desembarque anfíbio na costa norte da ilha Malvina Oriental. Em 14 de junho, os argentinos se renderam e a guerra acabou.

  

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