19 abril 2014, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Alexa.Sonhi
Os ministros africanos da Saúde que estiveram na reunião de Luanda
tomaram decisões fundamentais para melhorar o panorama sanitário de África,
sobretudo no que diz respeito às doenças não transmissíveis.
A OMS e a União Africana pretendem mudar o panorama dos cuidados
médicos e dos medicamentos, para garantir às comunidades uma vida melhor. A
saúde materna e infantil mobilizou particularmente os ministros presentes.
O ministro da Saúde de Moçambique também trouxe a experiência do seu país no âmbito sanitário e levou de Luanda muitas informações sobre o que fazer para reduzir a taxa de mortalidade infantil, o combate cerrado à malária e o aumento do número e
Alexandre Manguel disse em declarações ao Jornal de Angola que o seu país ainda regista uma taxa de mortalidade materna infantil muito alta. É necessário fazer um grande esforço para inverter o quadro: “primeiro, precisamos de convencer a população de uma gravidez que não seja seguida por pessoal treinado e um parto sem assistência adequada coloca a grávida e o bebé em alto risco. Porque podem surgir muitas complicações que muitas vezes acabam na morte da mãe e do bebé”.
Alexandre Manguel explicou que a população do seu país está a exigir ao Governo moçambicano mais maternidades e mais técnicos de cuidados maternos e infantis.O Governo está aumentar o acesso á saúde com a construção de mais centros médicos, mais hospitais e mais maternidades para intervir com qualidade nas situações em que é necessário salvar a mãe e a criança.
O responsável da Saúde em Moçambique sublinhou que estão a ser colocadas mais ambulâncias à disposição das comunidades e pessoal preparado para as emergências médicas: “tudo conjugado ajuda a reduzir em grande medida a taxa de mortalidade materna e infantil”.
Para Alexandre Manguel a matriz fundamental do serviço nacional de saúde em Moçambique reside nos cuidados primários complementados com os cuidados diferenciados nos grandes hospitais que têm cada vez mais novas especialidades e equipamentos mais avançados. “Moçambique está a formar mais quadros superiores para assegurarem o funcionamento do serviço nacional de saúde” sublinhou Alexandre Manguel.
O ministro da Saúde de Moçambique lembrou que o seu país tinha apenas uma Faculdade de Medicina na data da independência e agora existem várias faculdades públicas e privadas com o curso de Medicina e que têm estado a formar quadros de grande valia. Alem disso, também existe formação de quadros no estrangeiro.
Saúde nos Camarões
Para o ministro da Saúde de Camarões, André Mama Fouda, “a assistência com qualidade às mulheres grávidas é essencial porque muitas são as mulheres que durante o parto ficam anémicas e acabam por afectar os bebés que nascem com falta de peso e isso depois pode trazer complicações de saúde muito graves”.Nos Camarões a aposta do Governo também incide nos cuidados primários e sobretudo na componente materna e infantil. Mas a reunião de Luanda “foi muito importante” porque um observatório permanente de vigilância de doenças e a agência africana de medicamentos “vai ajudar a aplicar melhor os recursos financeiros e humanos, além de garantir uma cobertura sanitária mais eficiente”, disse o ministro André Mama Fouda.
André Mama Fouda defendeu que todos os governos devem fazer esforços concertados para reduzir as mortes maternas e infantis.
Ministra do Benim
Dorothée Gazard, ministra da Saúde do Benim diz que os governos africanos estão a fazer grandes esforços para melhorar os cuidados médicos às populações, mas “existe ainda uma grande falta de recursos humanos especializados, o que leva a deixar muitas comunidades a descoberto”.
Além da falta de médicos, enfermeiros e técnicos de meios auxiliares de diagnóstico, “África também tem o problema da falta de recursos financeiros para a área da Saúde. Na reunião de Luanda decidimos criar o observatório permanente das doenças. Quando começar a funcionar, vamos poder intervir de uma forma mais eficiente e com uma racionalização dos recursos financeiros”.
A ministra Dorothée Gazard também defendeu que “é necessário garantir às mulheres cuidados pré-natais e pós-natais, centros materno-infantis e outras unidades de saúde para ajudar as mulheres e as crianças”. No caso do Benin, “estamos avançar bastante nos cuidados maternos e infantis porque em todas as nossas clínicas, hospitais e centro de saúde há salas para parturientes durante as fases pré-parto e pós-parto onde são bem assistidas”.
Falta de médicos
Em todos os países africanos faltam de quadros na área da Saúde. As carências mais gritantes são de médicos de cuidados primários ou especialistas.
No Benin a situação é idêntica à de outros países de África, mas aos poucos o Governo está a formar quadros da área da Saúde. Nos Camarões a situação é mais delicada, porque o país tem ainda grandes áreas sem cobertura médica. O ministro da Saúde de Moçambique, Alexandre Manguel, informou que neste momento existem em Moçambique mais de 200 médicos a fazer especializações: “até agora, a maior parte dos especialistas que trabalham em Moçambique são de países estrangeiros”.
Moçambique tem 200 mil médicos mas este número é insuficiente parra atender os 23 milhões de habitantes.
A malária é a primeira causa de morte, o que em nada difere em relação aos outros países africanos. Para o combate à malária, o ministro defende que é necessário reunir todos os recursos disponíveis para melhorar o sistema de diagnóstico e tratamento.
“É preciso que haja também um grande envolvimento comunitário para termos resultados positivos num curto espaço de tempo. Os serviços se saúde têm que fazer a sua parte no diagnóstico rápido e tratamento adequado, porque essa é a chave para salvar vidas”, realçou o ministro da Saúde de Moçambique, Alexandre Manguel.
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