Paula Laboissière, enviada especial
4 agosto 2008/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br
Buenos Aires - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (4) que a “frustração” durante as negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), exige que Brasil e Argentina multipliquem esforços para eliminar “distorções” nas barreiras ao comércio exterior. De acordo com Lula, os dois países podem liderar a resposta do Mercado Comum do Sul (Mercosul) ao desafio.
“Nossa aliança estratégica é a espinha dorsal desse projeto. Com o fortalecimento de nosso bloco e as iniciativas de integração regional, estamos lançando as bases de um estado sul-americano verdadeiramente unido e capaz de nos projetar globalmente.”
Ao participar de encontro empresarial entre Brasil e Argentina, Lula destacou que os biocombustíveis, em particular, podem se tornar “importante alternativa” para retirar países pobres da insegurança alimentar e energética, além de representarem promessa na geração de emprego e renda.
O presidente lembrou que o Brasil já é o terceiro maior investidor na Argentina – desde 2002, é o primeiro investidor no país em fluxo de capital. Lula ressaltou que muitas empresas brasileiras apostam na Argentina, por meio de fábricas “tecnologicamente avançadas e competitivas” provenientes de setores “estratégicos” como energia, alimentos, bebidas, têxtil, cimento e siderurgia e que, da mesma forma, capitais argentinos no Brasil conquistam espaço em áreas “cruciais” como infra-estrutura, alimentos e fármacos.
“Uma Argentina industrializada e competitiva fortalece o Brasil e o Mercosul. Por isso, Cristina Kirchner [presidente da Argentina] e eu examinamos medidas concretas para reforçar esse ciclo virtuoso. No Brasil, já estamos dando um passo importante, com a criação de um fundo soberano que ajudará empresas brasileiras e investir na América do Sul e na América Latina.”
De acordo com o presidente, “não tem sido fácil” construir alternativas para resgatar a dívida social brasileira, tarefa que exige vontade política e compromisso, além de políticas macroeconômicas “resistentes”, que possam estimular o investimento produtivo e garantir o crescimento a longo prazo.
Lula disse que a economia mundial vive um momento de turbulências e de incerteza e que as pressões inflacionárias em escala global e a especulação financeira encarecem alimentos, energia e matérias primas.
Ele destacou ainda que os subsídios provenientes de países ricos inibem investimentos em países com vocação agrícola como Brasil e Argentina. “Nossos empresários dos setores agroalimentares têm relevante papel na superação da crise alimentar que o mundo vive. As parcerias entre empresas da região são decisivas para nossa inserção competitiva na economia mundial.”
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