quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Angola está disposta a apoiar nos petróleos – afirma Presidente José Eduardo dos Santos, no final da visita a Moçambique

Maputo, 1 novembro 2007 - Angola está aberta a colocar os seus conhecimentos e experiência no domínio dos petróleos à disposição de Moçambique, onde decorrem estudos que visam determinar a existência deste recurso, de que aquele país é o segundo maior produtor a nível da África Subsahariana, afirmou ontem o presidente José Eduardo dos Santos, momentos antes de deixar Maputo, no final de uma visita de 24 horas ao nosso país.
Na terça-feira, os governos moçambicano e angolano assinaram nove acordos, incluindo o relativo aos petróleos que, entre outras coisas, prevê a capacitação institucional, investimentos, pesquisa, transporte e comercialização.

O acordo sobre os petróleos foi assinado numa altura em que o Governo moçambicano se encontra empenhado em actividades de prospecção em vários blocos da bacia do Zambeze. No próximo ano está previsto o arranque de pesquisas no bloco de Sofala, actividade que estará a cargo da MOZ Petroleum Sofala e Moz Petroleum M-10, representantes da “gigante” norte-americana na área de exploração de hidrocarbonetos denominada Terralliance.

A prospecção iniciada há alguns anos no país consiste em estudos de impacto ambiental e sismológicos, para além de estudos de viabilidade da sua provável exploração.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo a nível da região subsahariana, depois da Nigéria.

Falando à Imprensa, os presidentes Armando Guebuza e José Eduardo dos Santos consideraram os resultados da visita como tendo sido muito bons, na medida em que serviu para reforçar e colocar o nível de relações bilaterais num outro patamar e aumentar o intercâmbio a vários níveis entre cidadãos moçambicanos e angolanos.

O estadista angolano indicou que os acordos assinados respondem ao actual modelo de desenvolvimento, que permite uma interacção entre os sectores público e o privado e sobre o qual Moçambique está mais avançado que Angola, após vários anos de economia centralmente planificada que as duas partes abraçaram logo após as suas independências, em 1975.

Os presidentes moçambicano e angolano trocaram pontos de vista sobre a situação política na região, que se prepara para implementar o Protocolo de Comércio Livre, a partir de Janeiro próximo, no âmbito do processo de integração regional, que passará também pela criação de uma união aduaneira e pelo estabelecimento de moeda única, antes de 2020.

Em Angola, o comércio livre não entrará em vigor em 2008, a pedido das autoridades de Luanda, e o país pertence, para além da SADC, ao bloco regional da África Central, o que forçará aquele Estado a decidir-se sobre a que bloco pertencer, uma vez que, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), nenhum país deve fazer parte de mais de uma união aduaneira.

A este respeito, Eduardo dos Santos disse que não se podem perder de vista os antecedentes históricos das sub-regiões em que os países da SADC se encontram inseridos e, por esta via, os interesses dos Estados, manifestando optimismo sobre a resolução dos problemas que ameaçam emperrar o processo de integração regional.

“Estes problemas serão resolvidos paulatinamente e não abruptamente. Mais tarde seremos um só conjunto. Acredito que tanto a SADC como a Comunidade Económica da África Central se unirão para formar, rapidamente, um mercado forte ao sul do Equador”, disse Eduardo dos Santos, numa posição secundada pelo seu homólogo moçambicano, para quem “estamos a marchar, a pensar e a reflectir, e lá chegaremos”.

Ontem de manhã, o Presidente de Angola recebeu a chave da cidade de Maputo, um acto decorrido nos Paços do Município. (Notícias)

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