Dili, 2 Agosto 2007 - A Fretilin anunciou hoje que propôs ao presidente timorense a nomeação de um primeiro-ministro independente e dois vice-primeiros-ministros, um indicado pelo partido e outro «pelo CNRT e seus aliados», para ultrapassar a crise da formação do novo governo.
Em conferência de imprensa em Díli, o secretário-geral da Fretilin e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, anunciou também que o partido decidiu boicotar os trabalhos do Parlamento Nacional e alertou que «nada vai funcionar no país» se o partido maioritário não for convidado a formar governo.
Mari Alkatiri explicou que o boicote da Fretilin ao parlamento, que impede a formação da respectiva comissão permanente e de outras comissões, «é a única arma que o partido pode usar, em vez de usar a violência e a criminalidade generalizada que outros usaram para há um ano fazer cair o primeiro-ministro que tinha maioria absoluta».
Quarta-feira, o presidente timorense, José Ramos-Horta, adiou pelo menos até sexta-feira a indigitação do novo primeiro-ministro, explicando que «todos (os partidos) pediram mais tempo» para encontrar uma solução de governação que inclua a Fretilin e a oposição.
A Fretilin (Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente), que venceu as eleições de 30 de Junho sem maioria absoluta, reclama o direito de formar governo como partido mais votado.
Em alternativa, a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP), formada após as eleições, apresenta uma plataforma dos quatro maiores partidos da oposição, com o apoio não formalizado de um quinto partido, como «garantia de estabilidade».
Integram a AMP o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), a coligação Associação Social Democrática Timorense e Partido Social Democrata (ASDT/PSD) e o Partido Democrático (PD). (Diário Digital / Lusa)
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