28 março
2016, ADITAL Agência de Informação Frei Tito para América Latina
http://site.adital.com.br (Brasil)
O grupo Missão na
Íntegra, que reúne pastores e líderes evangélicos, em 25 estados brasileiros,
lança um manifesto em defesa do Estado democrático de direito. O documento, que
aponta críticas sobre os procedimentos adotados na Operação Lava Jato, foi
protocolado no Congresso Nacional e encaminhado também para o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ).
Está previsto ainda
um ato, na próxima segunda, 28 de março, em que evangélicos convidarão juristas
e intelectuais para uma conversa sobre a legalidade da Operação. Segundo os
organizadores, a iniciativa busca romper com a visão de que os protestantes
estão quase sempre associados ao retrocesso e à intolerância. A ideia é abrir
espaço para o debate e alertar para a importância de se preservar a democracia
no país.
O manifesto assinala
que os evangélicos signatários rejeitam
a corrupção, mas, igualmente, toda
indignação "pecaminosa” que suplante o ordenamento jurídico, que aja com
parcialidade e dissemine o ódio e o desejo de vingança entre os brasileiros.
"Somos favoráveis a que todos, em quaisquer posições que ocupem ou de
quaisquer camadas da sociedade, denunciados na forma da lei por possíveis
crimes, sejam investigados e julgados. Porém, só se faz justiça civil pela
aplicação rigorosa e exclusiva da lei. Não concordamos que os ritos necessários
para o juízo legal sejam adulterados apenas para atender ao clamor público”.
O manifesto rejeita
também o que chama de "postura midiática tendenciosa, com divulgações
editadas dos processos investigativos”. Segundo eles, esta prática apenas
estaria promovido "dias de aflição e angústia para os brasileiros, além de
propagar o ódio e a intolerância com quem pensa de forma diferente sobre a
condução dos processos”.
Entendem ademais que
condenar alguém, antes que todo o processo investigativo seja concluso, antes
que se dê amplo direito de defesa, e antes que um tribunal dê sua sentença
final, constitui um "perigoso precedente para que quaisquer poderes, seja
o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário, excedam os seus limites
constitucionais”.
Com informações da
Revista Fórum.
MANIFESTO DE EVANGÉLICOS PELO
ESTADO DE DIREITO -- INICIATIVA DO MISSÃO NA ÍNTEGRA
Nestas últimas semanas, a nação
brasileira tem vivido momentos de aflição, angústia e ódio. A ausência de
serenidade e cautela, nesta hora crítica, tem despertado muita preocupação e
tememos que o acirramento provocado venha custar vidas humanas.
Conquanto tenhamos entre os
membros de nosso movimento, como em todo o universo evangélico, as mais
diversas opiniões políticas, ideológicas e opções partidárias, há em comum a
pregação da tolerância, da paz e da justiça, conforme a orientação das
Escrituras Sagradas. Desejamos, neste manifesto, nos posicionar a respeito
desses acontecimentos.
Todos os signatários deste
manifesto declaram que:
• como cristãos, rejeitamos e
denunciamos com veemência a corrupção, a iniquidade, a impunidade e o ataque ao
Estado Democrático de Direito. Esses desvios fazem com que o pão não esteja na
mesa do pobre, e deixem os enfermos e os órfãos desamparados.
• entendemos que a corrupção e a
impunidade têm sido problemas endêmicos na sociedade brasileira. E que a
indignação de todos nós contra isso é justa e profética. Contudo, rejeitamos
igualmente toda indignação pecaminosa que suplante o ordenamento jurídico, que
aja com parcialidade e dissemine o ódio e o desejo de vingança entre os
brasileiros.
• somos favoráveis a que todos,
em quaisquer posições que ocupem ou de quaisquer camadas da sociedade,
denunciados na forma da lei por possíveis crimes, sejam investigados e
julgados. Porém, só se faz justiça civil pela aplicação rigorosa e exclusiva da
lei. Não concordamos que os ritos necessários para o juízo legal sejam
adulterados apenas para atender ao clamor público.
• rejeitamos a postura midiática
tendenciosa com divulgações editadas dos processos investigativos. Essa prática
irrefletida apenas tem promovido dias de aflição e angústia para os
brasileiros, além de propagar o ódio e a intolerância com quem pensa de forma
diferente sobre a condução dos processos. Por isso, nós pedimos à nação, e em
especial aos nossos irmãos em Cristo, muita cautela e serenidade, e que o
desejo de justiça não nos torne injustos.
• sabemos que os gritos de
“crucifica-o" são motivados, muitas vezes, por gente mal intencionada e
isso pode nos trair e nos levar a julgamentos precipitados. Entendemos que
condenar alguém, antes que todo o processo investigativo seja concluso, antes
que se dê amplo direito de defesa, e antes que um tribunal dê sua sentença
final, constitui um perigoso precedente para que quaisquer poderes, seja o
Executivo, o Legislativo ou o Judiciário, excedam os seus limites
constitucionais.
• exigimos respeito ao voto. Toda
eleição é uma convocação e um embate entre eleitores, e o voto é o suporte da
legitimidade. Se a escolha dos eleitores corre o risco de ser invalidada, tem
de haver um processo segundo o ordenamento jurídico, logo, isso tem de ocorrer
de forma isenta e sob o império da Lei. O mandato outorgado pelo povo, por meio
do voto, não pode ser levianamente questionado.
• rejeitamos todo ódio. O ódio,
constatado muitas vezes nos discursos de figuras públicas, incita a violência e
isso, segundo a nossa fé, é diabólico e não pode ser admitido entre os que
constituem a Igreja do Senhor Jesus em solo brasileiro. Cabe a todo cristão a
tarefa de ter paz com todos, seja em serviço ao próximo, seja em tolerância com
quem pensa diferente, sendo capaz de amar e interceder por seu oponente.
Intercessão que, rogamos, seja feita por nossa nação.
• defendemos que as investigações
devam continuar, que as provas sejam coletadas e os responsáveis sejam arguidos
pelos tribunais, conforme o estabelecido nas leis brasileiras. Que não haja
privilégios para qualquer pessoa investigada, independente de posição ou
partido político.
• defendemos a democracia como
valor inexorável da Nação e não aceitaremos que nada possa interferir no Estado
de Direito. Queremos que a institucionalização seja observada e que prevaleça a
serenidade necessária para que o estado democrático seja preservado.
• reiteramos que "a
voz" das ruas deve ser ouvida, mas o limite é a Constituição Brasileira.
Cremos que todos devem ser investigados, mas dentro das garantias
constitucionais. Que o voto e a escolha da maioria devem ser honrados, como
reza a lei. Cabem às instituições, designadas democraticamente para tal, a
garantia do Estado de Direito, a fim de que quaisquer cidadãos tenham seus
direitos respeitados.
Para tanto permaneceremos em
vigília e em orações.
Que o Senhor nos faça
instrumentos da sua paz e da sua justiça.
Até 09h20 do dia 28 de março esse
Manifesto foi assinado por 4850 pessoas!
Participe!
Nome/Instituição, Organização,
Igreja ou Ministério
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