4 março 2016, Instituto Lula http://www.institutolula.org
(Brasil)
O texto na
íntegra:
A violência
praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o
Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao
ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade
brasileira. A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal, e
injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal.
1) Nada
justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que
colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. Nos últimos
meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive
no âmbito da Operação Lava Jato.
Dezenas de
testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela Força tarefa,
em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi
submetido ao constrangimento da condução coercitiva?
2) Nada
justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto Lula e da empresa
LILS Palestras. A Lava Jato já recebeu da Receita Federal, oficialmente, todas
as informações referentes a estas contas, que
foram objeto de minuciosa
autuação fiscal no ano passado.
3) Nada
justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula, pois este
sigilo já foi quebrado, compartilhado com o Ministério Público Federal e vazado
ilegalmente para a imprensa, este sim um crime que não mereceu a devida atenção
do Ministério Público.
4) Nada
justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter
informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas
do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as
publicações da Família Marinho
(http://www.institutolula.org/as-palestras-de-lula-a-violacao-de-sigilo-bancario-do-ex-presidente-foi-um-ato-criminoso).
Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à
Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato.
Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal
de informações sigilosas para a imprensa.
5) Nada
justifica levar o ex-presidente Lula a depor sobre um apartamento no Guarujá
que não é nunca foi dele e sobre um sítio de amigos em Atibaia, onde ele passa
seus dias de descanso. Além de esclarecer a situação do apartamento em nota
pública – na qual chegou a expor sua declaração de bens – e em informações
prestadas por escrito ao Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente
prestou esclarecimentos sobre o sítio de Atibaia em ação perante o Supremo Tribunal
Federal, que também é de conhecimento público.
6) A defesa
do ex-presidente Lula peticionou ao STF para que decida o conflito de
atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público
Federal (Força Tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são
os mesmos. Solicitou também medida liminar suspendendo os procedimentos
paralelos até que se decida a competência conforme a lei. Ao precipitar-se em
ações invasivas e coercitivas nesta manhã, antes de uma decisão sobre estes pedidos,
a chamada Força Tarefa cometeu grave afronta à mais alta Corte do País, afronta
que se estende a todas as instituições republicanas.
7) O único
resultado da violência desencadeada hoje pela Força Tarefa é submeter o
ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas
da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes voltam-se
para um alvo político sob os mais frágeis pretextos.
O Instituto
Lula reafirma que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida,
antes, durante ou depois de governar o País. Jamais se envolveu direta ou
indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava
Jato, sejam quaisquer outras.
A violência
praticada nesta manhã – injusta, injustificável, arbitrária e ilegal – será
repudiada por todos os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e
do estado de direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma
personalidade internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à
fome e da inclusão social.
É uma
violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula
o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.
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