10 março 2016, Brasil 247 http://www.brasil247.com
(Brasil)
Hildo Montysuma
Membro da direção do CEBRAPAZ (Centro
Brasileiro de Solidariedade aos Povos em Luta pela Paz)
Em fevereiro de 2007 a Petrobrás anunciou que estava pronta para extrair
petróleo abaixo da camada de sal que fica a 7 mil metros de profundidade, o
mundo todo ficou perplexo. O espanto foi maior ainda, quando em novembro do
mesmo ano, anunciou-se que a bacia de Tupi em Santos tratava-se de uma mega
jazida, que podia estar interligada em um só bloco, e se estendia do litoral
norte do Espirito Santo até Santa Catarina, cobrindo uma área 160 mil
quilômetros quadrados, com capacidade para produzir de 70 a 100 bilhões de
barris de petróleo.
No atual panorama de produção petrolífera, o Brasil é o 24º do ranking
dos países produtores de petróleo, com a efetivação da extração do óleo que se
encontra abaixo da camada de sal, o país passará a ocupar a 8ª posição, ao lado
da Venezuela e Nigéria.
Em valores monetários, tomando como base o barril a US$ 100, haveria sob
o sal um tesouro de US$ 9 trilhões, quase o Produto Interno Bruto (PIB) dos
EUA.
Nessa mesma época, em que o Brasil sob o comando de Lula descobre
reservas petrolíferas sob a camada de sal e Cuba aprimora a sua opção
socialista e que Daniel Ortega volta a presidir a Nicarágua, forma-se um cinturão
anti-imperialista nas principais nações da América do Sul que são governadas
por pessoas como Hugo Chávez na Venezuela, Rafael Correa no Equador, Cristina
Kirchner na Argentina, Evo Morales na Bolívia e Fernando Lugo no Paraguai.
O fato é que, diante dessa conjuntura política amplamente desfavorável
aos interesses estadunidense, o anúncio do
Governo brasileiro do domínio do
petróleo da camada pré-sal, representou a “gota d’agua” e um ano depois desse
anuncio, levou ao Governo George W. Bush, por meio do Departamento de Estado
dos EUA, a reativar a IV Frota para patrulhar os Mares do Sul.
A reativação da IV Frota foi celebrada no sábado (12) de julho de 2008,
durante uma cerimônia militar realizada no Estado da Flórida. Segundo a Revista
Carta Maior: “Apesar de a Marinha dos EUA afirmar que comunicou com
antecedência a reativação da IV Frota a todas as Marinhas da região, a maioria
dos governos da América Latina e do Caribe demonstrou surpresa com a notícia. O
primeiro contato oficial do governo norte-americano com o governo brasileiro
aconteceu somente na terça-feira (15), três dias após a cerimônia na Flórida,
através de um telefonema da secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, ao
ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim”.
Os Governos da região protestaram, o que levou o chefe de Operações
Navais da Marinha dos EUA, almirante Gary Roughead, dizer não entender a
preocupação dos latino-americanos, e afirmou que “o objetivo dos EUA é promover
uma parceria para proteger os mares da região”. Todavia, no fogo da emoção,
durante a cerimônia de lançamento, o Almirante Roughead, se deixou trair pelas
palavras e revelou as verdadeiras intenções dos EUA: “O foco da IV Frota estará
nas ações humanitárias, mas que ninguém se engane: ela estará pronta para
qualquer tipo de ação, em qualquer lugar e a qualquer momento”, disse.
A crise política que vive o Brasil inicia-se pouco depois de o Governo
do Brasil ter descoberto que o sistema de inteligências estadunidense estava
realizando escutas telefônicas da Presidenta Dilma e espionagem nos
computadores da Petrobrás. Tudo isso foi confirmado, o que gerou retratação do
Presidente Obama e pedidos de desculpas formais. Está claro para a Marinha e o
Governo do Brasil, que todas essas intromissões nos negócios nacionais partem
da IV Frota, isto somado as ações de espionagem, segue-se uma ação no plano
econômico para inundar o mercado internacional de Petróleo, visando derrubar os
preços internacionais e enfraquecer a Petrobras e a economia da Venezuela, que
se constituiu em ponta de lança da resistência na América do Sul.
E o que é a IV Frota da Marinha dos EUA?
De acordo com a Revista Carta Maior, IV Frota, foi fundada para atuar na
Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de caçar submarinos nazistas nas águas
do Atlântico Sul e foi desmontada em 1950. Sua rearticulação em 12 de julho de
2008, conta com 22 embarcações: treze fragatas com mísseis, 4 cruzadores com
mísseis, quatro destroieres com misseis e um navio hospital. Além do poderio
bélico, a esquadra traz uma arma potente contra as democracias populares do
cone sul das américas, poderoso aparato cibernético, capaz de realizar escutas
telefônicas em solo e rackear computadores.
A crise política do Brasil tem, portanto, um componente de articulação
internacional. Assim como em 1964 o golpe de estado foi arquitetado nos EUA por
meio da operação Brother San, atualmente, a crise política que vivem as
democracias populares da América Latina tem por trás as garras do imperialismo
yank, que manipula a impressa e age por meio de seus sócios subordinados
presentes nos bancos centrais desses países, na superestrutura do judiciário e
no parlamento, por meio dos partidos conservadores e de extrema direita.
Aqui no Brasil, a crise no seu componente político se instala logo após
a descoberta da espionagem na Petrobras, com a chamada operação “lava jato”,
esta operação, “esquentou” as informações conseguidas por meio da espionagem,
da violação de tratados internacionais e da violação da soberania do Brasil e
cujo o foco principal é derrubar a Presidenta Dilma e impossibilitar a
candidatura de Lula em 2018 e, inviabilizar a Petrobrás, para que possa ser
vendida a preços módicos.
A ação da mídia golpista capitaneada pelas Organizações Globo e o Grupo
Abril, somados com as ações de parte do judiciário, da polícia federal, dos
especuladores da bolsa de valores, se completa com as do parlamento, que tem
como novidade o PL 131/15 que estabelece a participação mínima da Petrobras no
consórcio de exploração do pré-sal e a obrigatoriedade de que ela seja
responsável pela “condução e execução, direta ou indireta, de todas as
atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento, produção e desativação
das instalações de exploração e produção”. De autoria do senador do PSDB, José
Serra, que aproveita o momento de fragilidade do governo e da Petrobrás para
entrega-la às “7 irmãs do petróleo” a preço de banana.
Por tudo que foi exposto, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
em Luta pela Paz – CEBRAPAZ, compreende que o momento exige do conjunto dos
brasileiros patriotas e democratas, lutar com toda energia para salvaguardar a
honra da Presidente Dilma, rechaçar a ameaça de golpe e a tentativa de
desmoralização de Lula e seu partido, pois o que está em jogo é a defesa do
Brasil.
Abaixo o Golpe!
Fica Dilma!
Lula presidente 2018!
O Petróleo é Nosso!!!!
Viva o Brasil!!!
Go home, yanks! Go home!!!
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