quinta-feira, 10 de março de 2016

Brasil/NÃO ERA UM CIRCO, ERA GOLPE DE ESTADO, MAS O MORO...



6 março 2016, Fonte: Facebook Monopólio da Informação -- combata isto (Brasil)
Mas virou um circo porque algo fez o Moro recuar no meio do "espetáculo"! Algo que fez o golpe parar entre a saída da equipe da PF da residência de Lula e sua chegada no aeroporto de Congonhas.

A sequência bombástica de eventos fabricados foi a de um golpe de Estado, não a de um balão de ensaio, como alguns creem. Vejamos os fatos:

a) Na quinta-feira a IstoÉ antecipa sua edição de final de semana, tal qual a Veja na véspera das eleições de segundo turno de 2014, com uma bomba midiática lançada contra Lula ("delação" de Delcídio), tal qual a Veja fez contra Dilma (a "delação" de Youssef que não existia).

No primeiro caso, era um golpe de Estado eleitoral. Neste segundo caso, novamente era golpe político-midiático. Aquele fracassou em parte, no seu âmago, devido a disposição de milhões de pessoas em resistirem ao golpe. Já o fracasso do golpe de março de 2016 - e este, diferente de 2014, fracassou integralmente - não pode ser explicado pela corrida de militantes para Congonhas.

2) Quem estava no comando da ação midiática, o tempo todo, nos dois casos,
era a Globo: no primeiro, ela usou a Veja para "levantar a bola", o assunto que ela iria explorar exaustivamente. Agora, com a Veja em meio a uma crise financeira e editorial que culminou com a queda de sua direção de redação dias antes do novo golpe - QUE CURIOSA COINCIDÊNCIA, NÃO? - a IstoÉ teve que aparecer como o trampolim golpista para a Globo.

3) Já havia mobilização preparada, em Curitiba, a espera do desembarque de Lula. Como também já havia um jato a disposição da PF e até o Bolsonaro estava no aeroporto de Curitiba, explodindo fogos de artíficio e feliz da vida a frente de uma turba, esperando para ser engambelado pelo recuo do Moro. E, por todo o país, turbas haviam sido organizadas e preparadas previamente para fazer "a grande festa". Devem ter ficado muito perplexas a medida que as horas passavam e a equipe da PF não saía de Congonhas.

4) A reportagem da Folha de São Paulo estava esperando a chegada da PF na frente da residência do Lula (novamente a Globo "estava lá", mas sem aparecer). E funcionários da Globo publicaram em redes sociais observações de que a sexta-feira reservava um amanhecer "paz e amor" (característica política atribuída aos dois governo Lula, na época em que este esteve no comando do país).

5) A PF levou Lula para Congonhas, porque era o caminho para levá-lo para Curitiba, onde a medida de condução coercitiva iria transformar-se em prisão, como aconteceu com outros que foram detidos inicialmente para prestarem depoimento e de lá saíram presos. Neste momento a grande "festa", preparada meticulosamente, iria ser vendida pela mídia como uma grande reação espontânea da população comemorando a prisão de Lula.

6) Na quinta-feira a matéria da IstoÉ foi jogada na cara da população, para que na sexta o espetáculo midiático comandado pela Globo justificasse a transformação da condução coercitiva em prisão, isso já em Curitiba.

7) A grande bomba midiática jogada contra a população, por fim, transformaria o final de semana na maior onda de linchamento propagandístico contra um líder popular desde as quedas de Getúlio (1954) e Jango (1964), em meio aos golpes de Estado comandados pela grande mídia contra esses governos.

Mas daí alguma coisa, que ainda não ficou pública, estragou a festa!!! E fez a PF não sair de Congonhas! E não saiu porque no meio do caminho, mais exatamente entre a saída da residência de Lula e a chegada em Congonhas, algo de muito "grave" -- CONTRA OS GOLPISTAS -- aconteceu.

Discordamos, portanto, de que a ação golpista-midiática era apenas um "balão de ensaio" para medir a temperatura da reação popular a uma possível prisão de Lula, no futuro. Foi, na verdade, um tiro no peito e a queima roupa, como o que nos tirou Getúlio. Mas alguma coisa "morreu na contramão" atrapalhando o golpe. Ou isso, ou aquela gente por trás do golpe não leu Maquiavel -- o que não é verdade - e resolveu brincar com o "golpe do balão mágico" para ver qual a reação das pessoas, coisa que não se pode levar a sério.

Foi um golpe de Estado, esta é que é a verdade, que se levantou como uma grande onda mas terminou se arrebentando contra as rochas. Se não entendermos que foi um golpe que se inviabilizou por motivos que precisamos entender ainda, não estaremos preparados para o próximo, que virá ainda mais articulado.

Por fim, o rapto político de Lula também pode acabar cumprindo o papel de uma de provocação barata, com vistas a entornar ainda mais o caldo de tensão em que o país se acha mergulhado, como observaram as colunas de Rodrigo Vianna (1) e Renato Rovai (2).

O fato é que o Brasil é tão estratégico e importante para as grandes potências internacionais -- uma em específico -- que agora os golpes de Estado acontecem até mesmo contra chefes de Estado que não estão no poder, prevenindo-se contra um segundo "bota o retrato do Velho", movimento político que levou novamente Vargas ao poder, desta vez pelo voto popular, em 1950.

É hora de ir atrás e descobrir o que/quem salvou o país da tentativa de Golpe.

Fontes citadas:

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