Maputo, 5 novembro 2007 - O presidente da República, Armando Guebuza, que hoje termina uma visita oficial à Alemanha, desmistificou o pensamento europeu tendente a encarar o Continente africano como se fosse um país, afirmando que cada Estado possui suas especificidades.
Falando ontem em Wiesbaden numa conferência conjunta de chefes de Estado que marcou o fim do Fórum África, Armando Guebuza afirmou que no quadro da globalização, a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), como instrumento económico africano, deve levar os povos do chamado continente negro a sobreviver com os seus próprios recursos.
O Chefe do Estado moçambicano disse que a União Africana definiu a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África e o Mecanismo de Revisão de Pares (MARP) como sendo os instrumentos para a sua participação inequívoca no processo da globalização, os quais exaltam, entre outros, a auto-estima dos povos africanos.
É que nos chamados países do norte, o desconhecimento da realidade africana faz com que o continente seja encarado numa perspectiva negativista.
Para alguns cidadãos da Europa, por exemplo, a Africa é um continente de miséria interminável, de sofrimento, desentendimento, doenças, um mundo de problemas sem solução.
Armando Guebuza explicou que o Continente Africanos é composto de vários países, cada um com a sua realidade específica.
O Chefe do Estado explicou o processo que culminou com a criação do que é hoje chamada União Africana, afirmando que tudo começou em 1963 com a fundação da Organizacao de Unidade Africana.
O Presidente da República defendeu que a busca de apoios e solidariedade externa só faz sentido quando os africanos tiverem, eles mesmos, a capacidade de produzir e aumentar a produtividade para a sua própria sobrevivência.
O Fórum África foi uma iniciativa do Presidente alemao, Horst Kohler, que juntou num mosteiro em Wiesbaden chefes de Estado de cinco países, nomeadamente Moçambique, Botswana, Madagascar, Benin e Nigéria. O Gana esteve representado no encontro pelo rei Asanti Kotoko.
O tema central do fórum foi a globalização e os seus efeitos no relacionamento com a Alemanha, dentro do qual foram discutidos temas como o comércio, a migração, entre outros. O presidente alemão defendeu a necessidade de os países do norte canalizarem à África uma ajuda eficiente e eficaz.
Horst Kohler afirmou que os povos afrficanos conhecem os seus próprios problemas e possuem a necessária competencia para a solução dosmesmos.
O problema é como o continente deve ser apoiado para ultrapassá-los, num quadro de uma parceria justa.
Horst Kohler levantou mesmo algumas questões, como o que os países do norte devem fazer para que a globalização seja um processo que contribua em primeiro lugar para a redução da pobreza. O estadista alemão disse que o diálogo entre Africa e a Europa, em particular a Alemanha, deve ser prosseguido.
Hoje, o presidente da República termina a sua visita oficial à Alemanha e inicia uma de trabalho à Itália, onde deverá manter conversações com as autoridades governamentais.
A visita é encarada com bastante interesse no relacionamento entre Moçambique e a Itália, porquanto acontece numa altura em que o Governo italiano, dirigido pelo Primeiro-Ministro Romani Prodi, tem manifestado grande abertura e interesse de reforçar as relações históricas e de amizade e cooperação existentes entre ambos os países.
O Chefe do Estado deverá visitar ainda o Vaticano, onde vai ser recebido pelo Papa Bento Ratzinger.
Na noite de ontem, Armando Guebuza reuniu-se com representantes da comunidade moçambicana na Alemanha. (Notícias/Felisberto Arnaça, em Berlim)
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Moçambique/África deve sobreviver com os seus próprios recursos -- afirma presidente Armando Guebuza, no término do Fórum África
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