Ana Paula Marra/Agência Brasil
Brasília, 4 novembro 2007 - Ativistas e acadêmicos de direitos humanos de países da Ásia, África e América Latina, incluindo o Brasil, estão reunidos em São Paulo com o objetivo de aperfeiçoar o entendimento mútuo sobre direitos humanos e construir novas redes de cooperação. O 7º Colóquio Internacional de Direitos Humanos vai até o próximo dia 10.
Segundo a coordenadora do encontro, Juana Kweitel, a meta é incentivar a troca de experiências entre as nações do Hemisfério Sul para que os países possam aprender uns com os outros e ter acesso a uma perspectiva inovadora sobre temas na área.
"Sabemos pouco sobre a questão dos direitos humanos dos outros países, que, muitas vezes, acabam tendo muitas similaridades entre si. Então, o 7º Colóquio Internacional de Direitos Humanos é uma oportunidade única para reunirmos ativisitas e aprendermos uns com os outros", disse Juano. Ela disse que é preciso saber, por exemplo, o que um país faz, quais as dificuldades que encontra para vencer violações dos direitos humanos, que tipo de violações ocorre no país e o que é possível fazer para que os países possam ajudar uns aos outros.
"Queremos, sobretudo, incentivar as ações conjuntas e a articulação entre os países do Hemisfério Sul", afirmou Juana, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
O colóquio, que está sendo realizado na Escola de Direitos da Fundação Getulio Vargas, conta com cerca de 60 participantes representando 30 países, entre os quais a China, a Nigéria, a Indonésia, a África do Sul e o México. O encontro, que tem como tema este ano Fortalecendo os Direitos Humanos no Sul, é organizado pela Conectas Direitos Humanos, junto com a Rede Universitária de Direitos Humanos. Estruturado em palestras, oficinas, conferências e grupos de trabalho, o colóquio vai tratar, ao longo dos próximos dias, de critérios como raça, gênero, origem regional e social.
Durante uma semana, os congressistas também vão discutir o novo Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), além das novas convenções, normas e protocolos sobre temas como tortura, direitos dos deficientes físicos e desaparição forçada. As conferências também vão buscar debater a importância do acesso à Justiça para a mudança social e o aprimoramento da infra-estrutura das organizações que atuam em prol dos direitos humanos, informou a coordenadora.
De acordo com Juana Kweitel, a questão dos direitos humanos é importante e precisa ter prioridade, pois corresponde às necessidades essenciais da pessoa humana. Ela disse que a questão dos direitos humanos está, sim, ligada a um sistema de governo. "Imagino que a democracia faz parte dos princípios essenciais para o respeito aos direitos humanos. Não existe um regime político, que não seja a democracia, no qual os direitos humanos possam ser respeitados. Apesar de também haver graves violações aos direitos humanos na democracia, é somente nela que você pode trabalhar com liberdade, denunciar as violações e se manifestar nas ruas".
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