Maputo, 13 Outubro de 2007 - A necessidade de os países-membros da SADC acelerarem o processo de implementação da agenda de integração regional constituiu um dos pontos dominantes da comunicação feita ontem, em Maputo, pelo secretário executivo daquela organização, Tomaz Salomão, ao sector financeiro de Moçambique.
Para a prossecução deste objectivo, Tomaz Salomão destacou factores favoráveis a ter em conta, nomeadamente as pré-condições criadas pela paz e segurança, bem como a observância das áreas principais de integração, como sejam a convergência macroeconómica, a liberalização do comércio e económica, infra-estruturas e serviços.
Salientou também as áreas de cooperação, que doravante ficarão privilegiadas, a saber: segurança alimentar, HIV e SIDA e outras doenças transmissíveis, o desenvolvimento de competências, género e emprego.
Na sua apresentação, o secretário executivo da SADC deteve-se demoradamente sobre o que designou de riscos a que os países da organização estão expostos, devido a fortes evidências de ausência de informação e de estudo profundo dos “dossiers” inerentes não só à integração regional como também de negociações de fórum económico, aliada à não existência de uma estratégia interna e clara identificação das vantagens comparativas.
Mesmo perante os atrasos que se verificam na implementação deste processo, Tomaz Salomão afastou a possibilidade de nalgum momento haver recuos na implementação do Protocolo Comercial da SADC, cujos instrumentos de compromisso foram subscritos pelo governos desde 1998, à excepção de Angola e Tanzania, que solicitaram derrogação.
Quanto aos cenários do futuro, o orador aprofundou as consequências negativas que deverão resultar da dupla filiação dos países-membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral que ao mesmo tempo pertencem ao bloco COMESA, factor que deverá ser crítico quando se estiver a avançar para a criação da União Aduaneira, em 2010, sabido que foi já estabelecido que os países só podem pertencer a uma união.
Alguns dos presentes na palestra manifestaram-se preocupados quanto ao dirimir de conflitos entre países da organização, quando vigorar a Zona de Comércio Livre. A questão do futuro do sector produtivo em Moçambique esteve em evidência, bem como as lacunas prevalecentes nas medidas que devem ser tomadas para o nosso país enfrentar os desafios da integração.
A palestra realizou-se no Banco Central, e nela estiverem presentes governantes, altos funcionários e técnicos do sector financeiro estatal e privado. (Notícias)
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