Pretória, 12 outubro 2007 - O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje em Pretória que os laços entre a "Europa dos 27" e a África Austral estão a intensificar-se, fazendo um balanço de uma visita de dois dias à região.
A visita de Luís Amado incluiu um encontro com o secretário-executivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), Tomaz Salomão, em Gaberone, com quem debateu o processo de integração regional em curso na África Austral e que prevê a implementação de uma zona de comércio livre e o início em 2009 dos trabalhos preparatórios da união aduaneira.
Comentando à Lusa as discussões que teve com Tomaz Salomão, Luís Amado disse antes da sua partida que a União Europeia está a tentar assinar com a SADC até ao final do ano os acordos de parceria económica que têm estado a ser negociados.
"Como se sabe a União Europeia tem uma experiência muito grande nesse domínio, nós somos a região que mais se desenvolveu do ponto de vista dos mecanismos de integração económica e financeira e estamos muito interessados na experiência de integração da SADC", referiu o ministro português.
Luís Amado admitiu que os grandes desequilíbrios regionais são um factor de preocupação para os dirigentes regionais, mas afirma ter sentido uma grande vontade de os ultrapassar no quadro de uma negociação permanente com os diferentes Estados-membros.
"A República Democrática do Congo está a sair agora de um processo que ainda não se encerrou de estabilização política, Angola tem-se vindo agora a aproximar mais da dinâmica de integração regional ultrapassadas as dificuldades internas da guerra civil e a conversa com o secretário-executivo da SADC foi importante nesse aspecto", salientou Amado.
O ministro, que se encontrou também durante o dia de quinta-feira com os presidentes Festus Mogae do Botswana e Thabo Mbeki da África do Sul, salientou que está nomeada desde Setembro uma leitora para um centro de língua Portuguesa na SADC uma vez que "o Português é uma língua de trabalho da organização e Portugal quer ajudá-la a fortalecer os sistemas de tradução e de interpretação".
Luís Amado foi também informado por Tomaz Salomão das tentativas de mediação da crise do Zimbabwe - que ameaça a estabilidade política e económica de toda a região - e disse à Lusa que os dirigentes regionais estão convencidos de que só uma solução política poderá resolver a crise.
Amado ficou com a convicção que quer o Secretariado, que tem em curso um processo de avaliação e monitorização da crise económica zimbabweana, quer o presidente Mbeki, que lidera um processo de mediação política entre o governo de Robert Mugabe e a oposição, estão convencidos de que os seus respectivos esforços vão dar frutos. (AngolaPress)
Nenhum comentário:
Postar um comentário