quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Brasil/Amorim diz que Mercosul não será entregue em troca de Doha

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quarta-feira (10) que o Mercosul não cederá em suas posições nas negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio) e sustentou que o bloco "não será entregue em troca" do êxito na rodada Doha, que prevê a liberalização do comércio mundial.
Amorim respondeu assim a duras críticas feitas por porta-vozes da UE (União Européia) e dos Estados Unidos, diante da proposta brasileira para que os membros do Mercosul desfrutem de uma maior flexibilidade nas discussões da Rodada Doha.

O chanceler explicou, em entrevista coletiva, que esse foi o assunto dominante na reunião que realizou com o diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Allan Hubbard – um influente colaborador do presidente George W. Bush.

Amorim não falou sobre o tratado com Hubbard, mas insistiu em afirmar que a redução dos subsídios agrícolas nos países ricos continua sendo a peça-chave para um eventual acordo, e respondeu às críticas que as nações desenvolvidas fizeram às duras posições assumidas pelo Mercosul e por outros países, como a Índia, que integram o chamado G20.

O G20 reúne nações em desenvolvimento contra o fim do protecionismo na Europa e nos EUA. "Enquanto disserem que Brasil e Índia são responsáveis não haverá acordo", sustentou Amorim, que pediu às nações mais ricas "que negociem e deixem de lado essa guerra na imprensa, sobretudo nos grandes veículos da imprensa financeira internacional."

Amorim também rebateu outra posição dos EUA, afirmando que a área agrícola é muito mais complexa e não depende de uma única tarifa aduaneira, e que por isso não pode ser equiparada ao setor industrial. "Isso é injusto, é incorreto, e assim não concluiremos" a Rodada Doha, disse. (Fonte: Efe)


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http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=26593

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