Em reunião com o presidente nicaragüense, Daniel Ortega, Lula deverá discutir o andamento de projetos de cooperação nas áreas de energia, saúde, educação, transportes, turismo, desenvolvimento social e agrário.
Segundo a embaixadora do Brasil na Nicarágua, Vitória Alice Cleaver, a expectativa em torno da visita do presidente Lula é grande, já que o Brasil é tido como “o grande irmão da América do Sul”.
“Os indicadores econômicos na Nicarágua são muito difíceis na medida em que há uma faixa de pobreza perto dos 70%”, destacou a embaixadora em entrevista à Agência Brasil. “O Brasil pode ajudar muito esse país, sobretudo na área de transferência de conhecimento e treinamento de pessoal”, completou.
De acordo com dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a Nicarágua tem cerca de 5,5 milhões de habitantes. Um estudo da Cepal e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que a Nicarágua está entre os países da América Latina cuja população entre zero e cinco anos tem mais dificuldade de acesso à água e ao saneamento.
Assim como o Brasil tem o Fome Zero, o governo nicaragüense desenvolve o programa social Hambre Cero. “Eles têm uma linha chamada de bônus produtivo que tem dado aos camponeses basicamente animais - uma vaca, algumas galinhas – e sementes, de modo que eles comecem a ficar um pouco auto-suficientes”, destacou a embaixadora.
O programa, segundo ela, foi discutido em um seminário que antecedeu a chegada do presidente brasileiro e os resultados serão apresentados a Lula. “Realizamos também outro seminário na área comercial, com o objetivo de dar aos empresários brasileiros a oportunidade de conhecer melhor a realidade macroeconômica da Nicarágua e as áreas prioritárias de investimento”, disse.
A cooperação energética também será tema dos encontros. “Devem ser discutidas questões sobre o arcabouço jurídico para a produção de biocombustíveis e de etanol”, afirmou a embaixadora.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, três visitas nicaragüenses ao Brasil no primeiro semestre de 2007, além de duas missões brasileiras à Nicarágua em março e abril deste ano, deram novo impulso às relações bilaterais.
“O presidente Lula esteve na Nicarágua em 1980 e conhece muito das pessoas que hoje estão no governo nicaragüense. A visita presidencial será uma excelente oportunidade para que se crie um clima favorável ao estreitamento dos laços de amizade e cooperação desses dois países”.
Cerca de 170 brasileiros vivem na Nicarágua. O resultado do intercâmbio comercial entre os dois países em 2006 foi de US$ 59,6 milhões, a maior parte de exportações brasileiras. O Brasil importou apenas US$ 11 mil da Nicarágua, a maior parte de materiais têxteis, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/08/08/materia.2007-08-08.5420410376/view
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