O Governo procede hoje a entrega formal do título de concessão mineiro à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), uma cerimónia a ter lugar na vila de Moatize, na província de Tete. Fonte do Ministério dos Recursos Minerais disse ontem ao “Notícias” que com este acto, a companhia brasileira passa a ser a concessionária das áreas carboníferas de Moatize. Trata-se de uma zona que, neste momento, ostenta uma das maiores reservas do mundo, com mais de 2,4 biliões de toneladas de carvão.
Maputo, 3 Julho 2007 - Com a exploração do carvão de Moatize, a CVRD espera passar a figurar, até 2015, entre os cinco maiores exportadores de carvão mineral no mundo. As suas ambições pelo negócio de carvão remotam de há mais de 20 anos, mas desde essa altura a esta parte não tinha sido possível concretizar os investimentos, devido, fundamentalmente, à volatilidade dos preços do produto no mercado internacional.
Hoje, a China, que exportava grande parte do seu carvão, já não o faz, o que cria um problema de demanda e oferta no mundo, razão mais do que suficiente para levar a CVRD a retomar as suas ambições por um negócio que contou com a concorrência de gigantes como o consórcio BHP Billiton Mitsubishi, Anglo American e Rio Tinto.
Para a qualificação dos brasileiros, além da oferta financeira, o Governo tomou também em conta a proposta técnica, que consistiu na realização de um estudo de viabilidade integrado do projecto (com as componentes mineira, ferroviária, portuária e central térmica), para uma capacidade de produção de carvão de 21 milhões de toneladas.
Na sua proposta, a CVRD também reservava 10 porcento para a participação de privados moçambicanos no capital de investimento da empresa mineira, sob condições de pagamento, bem como os cinco porcento de participação gratuita atribuídos ao Governo.
No leque de compromissos, a companhia brasileira assegurava que iria despender 6,47 milhões de dólares em projectos comunitários durante a fase de prospecção e pesquisa. O “Notícias” está na posse de informações segundo as quais grande parte deste valor já foi aplicado em muitos projectos agora em funcionamento naquela região.
Ainda na proposta apresentada ao Executivo de Maputo, os brasileiros comprometeram-se a disponibilizar 15 porcento da produção de carvão para o abastecimento do mercado interno. Previam, igualmente, a realização de estudos de viabilidade de vários projectos com impacto no desenvolvimento regional e no Vale do Zambeze, com destaque para a indústria de produção de coque, fábrica de briquetes, central térmica de 1.500 Mw, fábrica de ferro-ligas, fundição de alumínio, fábrica de cimento, entre outros.
Para participar na cerimónia de entrega do título de concessão mineira já se encontra em Tete a Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias. Também tomará parte deste acto o governador da província de Tete, Idelfonso Muananthata. (Noticias)
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