A Guiné Equatorial está disponível para adoptar o português como língua oficial para poder entrar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), revelou o secretário executivo da organização.
Luís Fonseca afirmou que a disponibilidade foi manifestada pelo executivo de Teodoro Obiang durante a visita de dois dias que fez à Guiné Equatorial no final da semana passada.
Luís Fonseca afirmou que a disponibilidade foi manifestada pelo executivo de Teodoro Obiang durante a visita de dois dias que fez à Guiné Equatorial no final da semana passada.
A Guiné, actualmente Observador Associado da CPLP, quer ainda apoio dos "oito" para difundir o ensino da língua portuguesa no país, para formação profissional e acolhimento dos seus estudantes pelos países da comunidade lusófona.
Face à aproximação entre o país e a CPLP, Fonseca considera alcançável o necessário "consenso dos estados-membros" para o alargamento da comunidade a nove países, depois de cumprido o critério da língua portuguesa.
As autoriadades da Guiné Equatorial "deram-me entender que o país está na disposição de introduzir o português como língua oficial, assim que as condições estejam reunidas", disse Luís Fonseca.
A Guiné Equatorial tem como língua corrente oficial e o espanhol e recentemente adoptou o francês, idioma corrente nos estados vizinhos, mas que quase não é falado no país.
Cumprida esta condição "sine qua non", frisa o diplomata cabo-verdiano "haverá condições para que possa apresentar uma candidatura".
O interesse da cooperação com a CPLP estende-se, para a Guiné, também à Saúde, área em que pretende beneficiar da experiência de combate a doenças tropicais, em países como Cabo Verde.
O país presidido Obiang pretende ainda apoio, em particular de Cabo Verde, Portugal e Brasil, para desenvolver o turismo, como forma de diminuir a dependência em relação à produção petrolífera, actualmente a principal fonte de receitas.
"A Guiné Equatorial tem tido um crescimento espantoso, existem algumas importantes possibilidades de cooperação económica, como na formação de quadros e relações comerciais, que já mantêm com São Tomé e Angola; pensam que o Brasil e Portugal podem desempenhar um papel importante neste aspecto", disse o secretário executivo da CPLP.
Fonseca aponta ainda o relativo "isolamento cultural" da antiga colónia espanhola em relação aos países vizinhos e as "razões históricas", como razões para o desejo de aderir à CPLP.
A Guiné Equatorial "foi descoberta por Portugal, que ali teve presença até ao século XVIII, e mesmo depois da saída mantiveram-se contactos; Portugal deixou uma boa impressão" no país, diz Luís Fonseca.
O assunto do apoio ao ensino do português e formação profissional no país será abordado na próxima reunião ministrial da CPLP, no próximo dia 27 de Julho, na qual está prevista a presença de um ministro da Guiné Equatorial.
"Os procedimentos da cooperação têm os seus trâmites, vai ser necessário que os Estados-membros se disponibilizem para aceder aos pedidos, não será a CPLP", afirma Fonseca.
Para o secretário executivo, "praticamente todos os Estados estão em condições de aceder" à solicitação.
Exemplo, afirmou, é que um alto responsável do ministério dos Negócios Estrangeiros de Obiang está actualmente a ter aulas com um professor são-tomense.
"Demonstra que todos podem, de alguma maneira, disponibilizar ajuda, mas Portugal, Brasil, Angola estarão em melhores condições", acredita.
A delegação da CPLP, que integrou ainda o ministro-conselheiro Júlio Hélder Lucas, esteve na Guiné Equatorial a 28 e 29 de Junho.
Teodoro Obiang chegou ao poder na Guiné Equatorial através de um golpe de Estado, em 1979.
As seu regime tem sido apontadas numerosas violações de direitos humanos.
A oposição constituiu um "governo no exílio", que tem sede em Madrid, Espanha.
O país é actualmente o terceiro maior produtor de petróleo da África sub-saariana e disputa com o vizinho Gabão um grupo de ilhas fronteiriças consideradas de grande potencial para a exploração de petróleo. (Noticias Lusófonas / 2 Julho2007)
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