Maputo, 25 Julho 2007 - Os ministros das Finanças de África vão exigir próxima semana em Maputo que o continente tenha "um maior peso" nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, disse hoje o ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang.
Os responsáveis pelas finanças dos países africanos vão sublinhar a importância de o continente ser mais ouvido nas decisões do BM e do FMI, durante a reunião dos titulares do pelouro das Finanças de África, governadores dos bancos centrais do continente e directores das duas mais importantes instituições financeiras do mundo, a decorrer entre 30 e 31 deste mês na capital moçambicana.
"O poder de África nas assembleias do BM e do FMI é escasso, já fizemos saber às duas instituições que África pretende ver o seu peso reforçado nas decisões das duas organizações", disse em conferência de imprensa o ministro das Finanças de Moçambique, que preside ao Fórum dos Ministros das Finanças e Governadores dos Bancos Centrais de África, também conhecido por African Caucus.
Para Manuel Chang, a influência dos países africanos sobre as decisões do FMI e do BM está largamente reduzida pelo facto de o sistema de votação das duas instituições conferir predominância aos países que mais quotas pagam, que são os mais ricos do mundo.
"A igualdade que seria garantida pelo voto básico, a que os representantes de África tem direito no FMI e do BM, é logo ultrapassada pelo princípio do voto por quotas, que beneficia os países mais ricos, que são os que mais quotas pagam para as duas instituições", enfatizou Chang.
A fraca capacidade de influência de África nas políticas do FMI e do BM também podia ser atenuada se mais quadros do continente ingressassem nas duas instituições, assinalou o ministro moçambicano das Finanças.
"Em relação à presença de técnicos africanos no FMI e no BM, há avanços, mas acreditamos que pode ser feito mais, para que África tenha mais voz nas duas organizações", enfatizou o titular da pasta das Finanças de Moçambique.
Além desta questão, na reunião de Maputo será também abordada a Reforma do African Caucus, a Implementação do Plano de Acção Africano na Perspectiva do Banco Mundial e o Papel do FMI em África.
A reunião contará com a participação de 46 ministros das Finanças, governadores dos bancos centrais dos países de África e representantes do BM e do FMI. (Noticias Lusófonas)
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