O povo moçambicano logrou importantes ganhos nos 35 anos da independência nacional que permitem que o país caminhe hoje com estabilidade económica, política e social que precisam de ser valorizados, defendeu ontem o Presidente da República, Armando Guebuza, num comício realizado na sede do posto administrativo de Naburi, no distrito de Pebane, no prosseguimento da sua presidência aberta à província da Zambézia, iniciada na última quarta-feira.
21 maio 2010/Notícias
Na sua locução, o Presidente da República assinalou que, entre outros progressos resultantes da independência e da estabilidade, a liberdade de expressão que se manifesta pela possibilidade que cada cidadão tem de dizer o que pensa, contribui para a consolidação da democracia no país.
Outro exemplo apontado na ocasião pelo Chefe do Estado como sendo ganho da independência e da estabilidade tem a ver com o facto de todos os distritos do país e até alguns postos administrativos como Naburi disporem de escolas secundárias, o que era absolutamente impossível no tempo colonial, porque a educação não estava virada para os nativos.
“Em Moçambique só havia uma universidade em Lourenço Marques frequentada por dois mil estudantes, dos quais apenas 40 eram moçambicanos. Trinta e cinco anos depois, temos 38 universidades com mais de 70 mil estudantes. Em todas províncias temos universidades públicas e privadas para formar quadros. Ainda é pouco, é preciso trabalharmos para termos mais. Para desenvolvermos rapidamente precisamos de trabalhar. Estamos a acelerar o passo nesse sentido”, disse o Chefe do Estado.
De acordo com Armando Guebuza, que nesta sua visita privilegia a interacção com a população dos postos administrativos, os 35 anos da independência e os 50 do massacre de Mueda, que também se assinalam próximo mês, devem servir de pretexto para a reflexão sobre o passado e para perspectivar o futuro.
Segundo ainda o Chefe do Estado, a história de Moçambique não deve ser esquecida, por constituir uma fonte importante de aprendizagem para vencermos os desafios que se colocam no presente e no futuro.
Neste momento, de acordo com o estadista moçambicano, que falava perante populares na sede de Naburi, a mais de 150 quilómetros da vila de Pebane, o maior desafio neste momento é a pobreza, que só pode ser vencida se o povo estiver consciente que é possível, afastando a percepção que alguns têm de que uma vez pobre, o futuro é também de penúria.
“Os que assim pensam esqueceram-se da nossa história que nos diz que nos últimos 50 anos conseguimos vencer o colonialismo e nos últimos 20 a guerra. No tempo colonial não era possível ter uma reunião como esta e o povo vir aqui dizer o que pensa. Hoje os moçambicanos ajudam a influenciar o destino do seu país”, indicou, o Presidente da República, para depois acrescentar que “temos que reflectir sobre o nosso passado e sobre o futuro. O futuro que queremos é livre da pobreza em que a riqueza herdada dos nossos antepassados seja melhor usufruída”.
Esta é a primeira vez que Naburi recebe um Chefe do Estado desde a independência nacional, facto saudado pelos populares, que intervieram na ocasião. Nas suas intervenções solicitaram a reabilitação de mais estradas, a disponibilização de energia da HCB, da rede de telefonia móvel, de um lar para estudantes secundários e para a maternidade. Pediram ainda o reforço do valor dos “sete milhões” que são disponibilizados no âmbito da descentralização. (Osvaldo Gemo, na Zambézia)
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