O presidente Armando Guebuza disse ontem, em Dar-es-Salaam, que uma das primordiais apostas do Governo é reduzir, a médio e longo prazos, a dependência do Orçamento do Estado em relação à ajuda externa. Reconhecendo que tal anseio só pode ser concretizado com a produção, o Chefe do Estado moçambicano convidou o empresariado que participa no vigésimo Fórum Económico Mundial para África a investir no país, assegurando que o seu Executivo está a cumprir a sua parte.
7 maio 2010/Notícias
Intervindo num debate televisivo sobre investimento, organizado pelo Fórum Económico, o Presidente da República explicou que Moçambique estabeleceu uma política de investimento e incentivos atractivos.
No rol das áreas mais atractivas em Moçambique, o estadista apontou a exploração de recursos naturais, como, por exemplo, o sector mineiro que tem como espelho a exploração do gás natural de Temane, o carvão mineral de Moatize, bem como as pesquisas de petróleo em curso na bacia do Rovuma.
No ano passado, Moçambique aprovou um total de 250 projectos de investimento, representando cerca de seis biliões de dólares norte-americanos, elevando para cerca de 16 mil milhões de dólares o volume de investimentos aprovados nos últimos cinco anos.
Entre os investimentos aprovados o ano passado, destaca-seo projecto florestal pertencente à Portucel, uma empresa portuguesa, avaliado em mais de dois mil milhões de dólares.
Quer durante a sessão, como na conferência de Imprensa que se seguiu, o Presidente da República enfatizou que Moçambique está, actualmente, num processo de descentralização do poder para o distrito, o que de alguma maneira facilita a prossecução dos investimentos.
Explicou que, embora Moçambique tenha recebido nos últimos tempos alguns mega-projectos, a política do Governo privilegia as pequenas e médias empresas, em virtude de na sua maioria usarem mão-de-obra intensiva.
Para o Presidente Armando Guebuza só com a conjugação de mega-projectos e pequenas e médias empresas é que o país estará em condições de continuar a lutar para reduzir a dependência do Orçamento do Estado em relação à ajuda externa, que no presente ano caiu de mais de 50 porcento para 46 porcento.
Entretanto, no mesmo debate participou o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donal Kaberuka, que frisou que as economias dos países africanos estão a mostrar sinais surpreendentes de recuperação após o abalo provocado pela crise financeira internacional.
Por seu turno, intervindo na mesma sessão, o ministro das Finanças da África do Sul, Privin Gordan, disse que é preciso levar todas as pessoas a pagarem impostos e controlar as exportações ilegais de capitais, como forma de reduzir a dependência externa dos governos africanos em relação à ajuda externa.
Ainda ontem o Presidente Armando Guebuza participou numa sessão sobre “laboratório de ideias com os fazedores de ideias a nível global”, hoje irá tomar parte numa outra sobre “novos modelos de colaboração para o desenvolvimento económico em África”, para depois falar à comunicação social moçambicana que o acompanha. (António Mondlane, em Dar-es-Salaam)
Nenhum comentário:
Postar um comentário