O Botswana pretende adquirir mais energia da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), para minimizar o seu défice estimado em cerca de 380 megawatts. Actualmente, Moçambique fornece àquele país, numa base não firme, cerca de 50 megaWatts. Por o acordo entre as duas partes ser numa base não firme, Moçambique pode reduzir a quantidade de energia fornecida sempre que julgar conveniente.
26 maio 2010/Notícias
Segunda-feira última em Maputo, os ministros de Energia de Moçambique e do Botswana tiveram um encontro de trabalho, tendo o ministro da Energia e dos Recursos Minerais e Hídricos tswana, Ponatshego Kedikilwe, defendido que na eventualidade de o nosso país não poder aumentar o fornecimento de energia, que pelo menos haja um acordo onde Moçambique estabeleça a quantidade de energia que estaria disposto a fornecer numa base firme, para que aquele país possa melhorar a eficiência da gestão de energia de que dispõe.
Entretanto, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, explicou que Moçambique ainda não está em condições de garantir o fornecimento de energia nessa base e que as empresas nacionais de energia dos dois países irão trabalhar em conjunto para melhorar a capacidade de fornecimento ao Botswana.
“Já temos contratos firmes com a África do Sul e com o Zimbabwe e para entrarmos noutros contratos similares temos que ter a certeza de que existe capacidade de fornecimento. Um acordo numa base firme quer dizer que não se pode interromper o fornecimento, porque senão depois há problemas. Então, temos que avaliar muito bem as condições existentes nas nossas empresas, para termos a certeza de que podemos fornecer essa energia”, disse Salvador Namburete.
Na mesma ocasião, Ponatshego Kedikilwe explicou que o Botswana produz actualmente cerca de 120 megaWatts e consome mais de 500 megaWatts. Disse, por outro lado, que as necessidades de consumo energético do seu país poderão aumentar, devido ao rápido desenvolvimento da indústria de cobre. Igualmente o Botswana está a implementar um projecto de produção de energia térmica com uma capacidade para 600 megaWatts que só estará concluído em 2012. O ministro tswana afirmou que o projecto de energia térmica não é suficiente, porque o seu país tem que ter fontes alternativas de fornecimento de energia para fazer face a qualquer eventualidade.
Ainda neste encontro, o governante tswana afirmou que o seu país está também interessado em utilizar os portos moçambicanos, particularmente os de Maputo e Beira para o transporte de combustíveis para o seu país.
A este respeito, Salvador Namburete, que falava a jornalistas momentos após o fim da reunião de trabalho, disse que “estivemos a ver quais são as infra-estruturas que poderão ser utilizadas para esse efeito, incluindo os armazéns e os meios de transporte disponíveis”.
“As nossas empresas nacionais de combustível vão cooperar para materializar esse fim. Nos próximos dias já haverá um ´draft´ de um memorando que vai ser consolidado entre os dois governos e que vai estabelecer as bases de cooperação entre os dois países”, afirmou.
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