O país ainda não dispõe de mecanismos de avaliação regular e sistemática da qualidade de ensino, segundo revelou ontem o titular da pasta da Educação, Zeferino Martins, durante a palestra que proferiu em Maputo, subordinada ao tema “Qualidade de Ensino – Um desafio permanente”, no âmbito da II Feira Internacional de Educação e Orientação Vocacional.
14 maio 2010/Notícias
Neste contexto, para aferir a qualidade de ensino, embora tenham sido realizados alguns estudos no ensino primário, o país tem-se baseado em algumas monitorias realizadas por instituições internacionais, caso do “Southern African Consortium for Monitoring Education Quality” (SACMEQ) que abrange 14 países das regiões Austral e Oriental de África, tendo como foco testes de leitura, matemática, incluindo HIV/SIDA.
Alguns desses estudos realizados pela SACMEQ revelam que só na leitura, de uma escala de zero a mil, Moçambique situa-se em média com um índice de 517, depois de Seycheles (582), Quénia e Tanzania (546).
Para contrapor este índice, o desafio, segundo Zeferino Martins, resume-se no aumento do tempo de aprendizagem em aproximação à média internacional que é de cerca de 1200 horas anuais, bem, como na melhoria da qualidade de formação do professores que passa pela revisão dos critérios de ingresso, tempo e estratégias de formação.
Coloca-se também como desafio a implementação dos mecanismos de acreditação, controlo de qualidade e avaliação interna e externa do ensino superior.
Entretanto, num dos desenvolvimentos da sua explanação, Zeferino Martins disse que resolver o problema da qualidade de ensino é urgente, mas também permanente, por razões de ordem histórica, económico-financeira e sóciocultural.
Referiu que há cerca de 50 anos a qualidade de ensino saiu do domínio restrito dos especialistas para o debate público e de massas e, desde então, a questão da qualidade de ensino está cada vez mais presente na comunicação social e na esfera pública.
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