10 maio 2010/Notícias
O ministro da Cultura, Armando Artur, defendeu em Girona, Espanha, que a auto-estima para os moçambicanos é uma alavanca fundamental para a criatividade não só artística como também técnico-científica no processo de combate à pobreza. O ministro falava no seminário internacional subordinado ao tema “Cultura e Desenvolvimento”, perante participantes da Europa, África, Ásia, Caraíbas e de organizações internacionais de cultura, agências das Nações Unidas e outras de apoio ao desenvolvimento.
Armando Artur explicou aos participantes que a auto-estima é um conceito trazido pelo Presidente Armando Guebuza, no quadro da luta contra a pobreza, em Moçambique. Conforme disse, a auto-estima é um conceito associado à renascença africana, tendo sublinhado que mesmo constitui a essência do próprio renascimento africano.
“Pode-se dizer que a auto-estima é a alma do renascimento africano, pois sem ela não pode haver libertação da mente e dos preconceitos que impedem em grande medida os povos africanos de se desenvolverem usando a sua própria criatividade. E a valorização e preservação das tradições e cultura elevam a auto-estima dos africanos em geral e dos moçambicanos em particular”, disse Armando Artur a dado passo da sua intervenção.
Discursando na sessão de abertura do seminário onde também participaram os ministros da Cultura do Burkina Faso, Marrocos, Colômbia e Paraguai, o governante moçambicano disse ainda que a economia criativa tem potencial para gerar empregos, renda e divisas e, ao mesmo tempo, promover a inclusão social e o desenvolvimento humano, rematando depois que associar a cultura ao desenvolvimento sustentável é humanizar o próprio processo de criação e distribuição da riqueza, enfatizando deste modo a dimensão ética da cultura.
Refira-se que o discurso do ministro moçambicano acabou traçando as linhas orientadoras dos trabalhos do seminário e foi assim que o conceito de auto-estima foi assumido pelos participantes, tendo sido incorporado no documento final a ser levado a conferência das Nações Unidas a ter lugar em Nova York em Setembro próximo, como um dos impulsionadores fundamentais da luta contra a pobreza. Esta conferência irá redefinir os objectivos do milénio tomando em conta a dimensão cultural no desenvolvimento.
À margem do seminário, Armando Artur manteve um encontro com Filipe Savadogo, Ministro da Cultura do Burkina Faso, com quem discutiu a possibilidade de Moçambique participar no Festival de Cinema denominado "FESPACO", um evento a ter lugar em Ouagadougou no próximo ano. Este evento tem a tradição de ser a maior mostra de cinema e audiovisual africano.
Ainda à margem do mesmo encontro, Artur manteve contactos com José da Silva, produtor musical da República de Cabo Verde, com vista a este deslocar-se ao nosso país para a troca de experiências com os produtores nacionais. José da Silva criou a LUSÁFRICA, que se dedica à promoção da música de expressão portuguesa em vários países europeus como França e Portugal, tendo promovido com sucesso a edição de álbuns da cantora Cesária Évora.
Participaram também do seminário, que teve lugar de 4 a 5 de Maio corrente, na Espanha, quadros moçambicanos do sector da Cultura, nomeadamente Filimone Meigos, director do ISAC, Fernando Dava, director do ARPAC, e Roberto Dove, investigador e assessor do ministro.
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