Vermelho / 9 Julho 2007
Começou na última quinta-feira (05) um julgamento histórico na Argentina: pela primeira vez na América Latina um padre é julgado por violações aos direitos humanos. O acusado é Christian Federico Von Werncih, sacerdote da Igreja Católica e ex-capelão da polícia da Província de Buenos Aires durante a ditadura militar (1976-1983), com a patente de Oficial sub-inspetor.
Desde agosto de 2003, a Câmara Federal de Apelações de La Plata tomou a decisão de indagá-lo e detê-lo. Para a Assembléia Permanente pelos Direitos Humanos de La Plata, a possibilidade de se julgar um personagem tão simbólico é um triunfo.
Começou na última quinta-feira (05) um julgamento histórico na Argentina: pela primeira vez na América Latina um padre é julgado por violações aos direitos humanos. O acusado é Christian Federico Von Werncih, sacerdote da Igreja Católica e ex-capelão da polícia da Província de Buenos Aires durante a ditadura militar (1976-1983), com a patente de Oficial sub-inspetor.
Desde agosto de 2003, a Câmara Federal de Apelações de La Plata tomou a decisão de indagá-lo e detê-lo. Para a Assembléia Permanente pelos Direitos Humanos de La Plata, a possibilidade de se julgar um personagem tão simbólico é um triunfo.
"O processo constitui um grande avanço na luta histórica de nosso povo para obter Verdade e Justiça para os crimes cometidos durante a última ditadura cívico-militar", disse a Assembléia em comunicado. E acrescentou: entendemos que este julgamento, assim como o de Etchecolatz no ano passado, responde às circunstâncias históricas da luta contra a impunidade no âmbito judicial. A Assembléia, que é uma das organizações requerentes no processo, espera que seja aplicada a máxima condenação para Christian Von Werncih.
O padre está sendo julgado como participante necessário na privação ilegal da liberdade que sofreram: Enrique Brodsky, Eva Gitnatch de Graiver, Juan Amadeo Gramano, Carlos Nèstor torbidoni, Jacobo Timmerman, Osvaldo Papaleo, Julio César Miralles, Juan Destefano, Luis Guillermo Taub, Rafael Perrota e Rubén Fernando Schell e nas torturas que se seguiram. Ademais, ele é considerado co-autor penalmente responsável do delito de aplicação de torturas a Enrique Brodsky, Eva Gitnatch de Graiver, Jacobo Timmerman, Osvaldo Papaleo, Julio César Miralles, Juan Destéfano, Rafael Perrota e Rubén Fernando Schell.
Mau uso da condição de sacerdote
Von Werncih também é acusado de ser participante secundário em privações ilegítimas de liberdade e tormentos. No total, são 7 homicídios (Domingo Moncalvillo, María del Carmen Morettini, Cecilia Idiart, María Magdalena Mainer, Pablo Mainer, Liliana Galarza e Nilda Susana Salomone.), 31 torturas e 42 seqüestros entre os anos de 1976 e 1983. Atribui-se a ele, concretamente, que mediante a aproximação às pessoas privadas de liberdade e ao alcançar a confiança delas nas visitas que fazia a centros clandestinos de detenção, conseguia a confiança das vítimas que acreditavam, pela sua condição de sacerdote, em falsas promessas de que se colaborasse com a ditadura recuperariam a liberdade.
Mas depois que as vítimas lhe confessavam algo, Von Werncih encaminhava a informação aos superiores na Polícia provincial. A atitude viola, inclusive, as determinações do Direito Canônico. O tribunal tenta determinar sua responsabilidade em um sistema de repressão ilegal. O padre não precisará ir à audiência até 12 de setembro, quando serão realizados os testemunhos para a condenação definitiva ou a absolvição.
A Assembléia chama atenção para as violações que estão sendo cometidas para impedir a realização de julgamentos sobre crimes cometidos na época da ditadura. "Advertimos com preocupação que Jorge Julio López segue desaparecido e que as múltiplas ameaças e intimidações produzidas com relação a esses julgamentos não foram esclarecidas. O governo deve por em jogo mecanismos de previsão e prevenção muito mais efetivos que os que funcionaram até agora e produzir gestos políticos claros que marquem que não há espaço político para ações antidemocráticas".
Jorge Julio foi testemunha chave para que Miguel Etchecolatz, ex-policial argentino que foi mão direita do ex-general Ramón Camps e chefe de Polícia da Província de Buenos Aires, fosse detido em uma prisão comum e condenado à cadeia perpétua. No dia 17 de setembro de 2006, logo após a condenação de Etchecolatz, Jorge López desapareceu sem deixar rastros. (Fonte: Agência Adital)
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