quinta-feira, 4 de junho de 2015

MOSCOU QUER MAIOR COOPERAÇÃO MILITAR ENTRE BRICS

28 maio 2015, Gazeta Russa http://gazetarussa.com.br/brics (Rússia)
Российская газета http://rg.ru (Россия)


Secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patruchev pede maior cooperação técnico-militar entre os países do grupo. Analistas militares admitem que potencial do Brics no setor está longe de se esgotar, apesar da notável cooperação indo-russa e sino-russa.

O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patruchev, pediu um incrementona cooperação técnico-militar entre os membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) durante encontro anual dos representantes de segurança dos países-membros grupo na última terça-feira (26).

"Estou convencido da necessidade de se aumentar a cooperação entre nossos países em campos como a cooperação técnico-militar, a luta conjunta contra o terrorismo, o extremismo, o separatismo, a
criminalidade nas fronteiras", disse o Patruchev.

Para o analista militar Iliá Kramnik, há grande potencial para desenvolvimento da cooperação técnico-militar do Brics, apesar de Moscou já ter assinado outros contratos no setor com Pequim e Nova Déli.

Kramnik recorda ainda que Nova Déli aprovou em maio uma compra de quase 200 helicópteros russos Ka-226T para o Exército e a Marinha. O valor do contrato é estimado em US$ 467 milhões.

Outro projeto conjunto russo-indiano está buscando financiamento para o desenvolvimento de um caça de quinta geração.

"Considerando o fato de que a Índia rejeitou o contrato para produção de caças franceses Rafale no seu território e se limitou apenas à compra direta de 36 aeronaves, é possível que a compra de caças Su-30 aumente", diz o analista.

Outros contratos de grandes proporções têm sido assinados com Pequim, assim como o desenvolvimento conjunto de um novo avião civil. Além disso, espera-se que a China compre sistemas de defesa antiaérea russos S-400 e caças Su-35.

A atividade de Moscou em relação a Brasil e África do Sul no setor, porém, deixa a desejar, e o país há anos arrasta uma tentativa de venda de sistemas de defesa antiaérea Pantsir-1S e helicópteros ao primeiro.

Perspectivas 
Para o vice-presidente da Academia para Questões Geopolíticas, Konstantin Sivkov, a Rússia está à frente de seus parceiros de Brics no setor militar.

Sirkov afirma que as capacidades sino-russas somadas são bastantes consideráveis, considerando que a China é líder em volume de equipamento militar de fabricação própria.
As principais áreas que abrem possibilidade para cooperação no grupo, segundo ele, são a de aviação e defesa antiaérea. No caso da Índia e China, navios de guerra também se incluem na lista.

O pesquisador relembra que já existem acordos que podem facilitar essa cooperação. "Eles abrangem as principais áreas da cooperação técnico-militar, mas agora é necessário incrementar sua aplicação prática com projetos conjuntos de desenvolvimento de sistemas de armamento", diz Sivkov.

Outras atividades importantes para fortalecer os laços entre os países no setor são exercícios conjuntos, quadros e planos coordenados de emprego das forças em situações de emergência e sedes da coalizão em áreas de responsabilidade, a exemplo da Otan e da Organização do Tratado de Varsóvia.

Ameaças e pressões 
Durante a reunião dos representantes de segurança dos países-membros do Brics, Patruchev também delineou ameaças direcionadas ao grupo.

"Dados os enormes recursos e perspectivas de desenvolvimento dos nossos países, existem hoje razões para acreditar que os membros dos Brics se encontram em uma zona de risco específico. As tendências dos últimos anos mostram que, para conter nossos países, será, em primeiro lugar, exercida uma ação não militar, mas, acima de tudo, informativa, proporcionado o agravamento artificial de conflitos nacionais, religiosos e culturais", disse.

Ele também acusou países desenvolvidos de usar instituições financeiras internacionais para exercer influência sobre o Brics.

Segundo ele, a fuga de investimentos das economias do grupo nos últimos 10 anos chegou a pelo menos US$ 3,5 trilhões. 

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