28 maio 2015, Gazeta Russa http://gazetarussa.com.br/brics
(Rússia)
Российская
газета http://rg.ru
Secretário do Conselho de Segurança da
Rússia, Nikolai Patruchev pede maior cooperação técnico-militar entre os países
do grupo. Analistas militares admitem que potencial do Brics no setor está
longe de se esgotar, apesar da notável cooperação indo-russa e sino-russa.
O secretário do Conselho de Segurança da
Rússia, Nikolai Patruchev, pediu um incrementona cooperação técnico-militar
entre os membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
durante encontro anual dos representantes de segurança dos países-membros grupo
na última terça-feira (26).
"Estou convencido da necessidade de se
aumentar a cooperação entre nossos países em campos como a cooperação
técnico-militar, a luta conjunta contra o terrorismo, o extremismo, o
separatismo, a
criminalidade nas fronteiras", disse o Patruchev.
Para o analista militar Iliá Kramnik, há
grande potencial para desenvolvimento da cooperação técnico-militar
do Brics, apesar de Moscou já ter assinado outros contratos no setor com
Pequim e Nova Déli.
Kramnik recorda ainda que Nova Déli aprovou
em maio uma compra de quase 200 helicópteros russos Ka-226T para o Exército e a
Marinha. O valor do contrato é estimado em
US$ 467 milhões.
Outro projeto conjunto russo-indiano está
buscando financiamento para o desenvolvimento de um caça de quinta geração.
"Considerando o fato de que a Índia
rejeitou o contrato para produção de caças franceses Rafale no seu território e
se limitou apenas à compra direta de 36 aeronaves, é possível que a compra de
caças Su-30 aumente", diz o analista.
Outros contratos de grandes proporções têm
sido assinados com Pequim, assim como o desenvolvimento conjunto de um novo
avião civil. Além disso, espera-se que a China compre sistemas de defesa
antiaérea russos S-400 e caças Su-35.
A atividade de Moscou em relação a Brasil e
África do Sul no setor, porém, deixa a desejar, e o país há anos arrasta uma
tentativa de venda de sistemas de defesa antiaérea Pantsir-1S e helicópteros ao
primeiro.
Perspectivas
Para o vice-presidente da Academia para
Questões Geopolíticas, Konstantin Sivkov, a Rússia está à frente de seus
parceiros de Brics no setor militar.
Sirkov afirma que as capacidades sino-russas
somadas são bastantes consideráveis, considerando que a China é líder em volume
de equipamento militar de fabricação própria.
As principais áreas que abrem possibilidade
para cooperação no grupo, segundo ele, são a de aviação e defesa antiaérea. No
caso da Índia e China, navios de guerra também se incluem na lista.
O pesquisador relembra que já existem acordos
que podem facilitar essa cooperação. "Eles abrangem as principais áreas da
cooperação técnico-militar, mas agora é necessário incrementar sua aplicação
prática com projetos conjuntos de desenvolvimento de sistemas de
armamento", diz Sivkov.
Outras atividades importantes para fortalecer
os laços entre os países no setor são exercícios conjuntos, quadros e planos
coordenados de emprego das forças em situações de emergência e sedes da
coalizão em áreas de responsabilidade, a exemplo da Otan e da Organização do
Tratado de Varsóvia.
Ameaças e pressões
Durante a reunião dos representantes de
segurança dos países-membros do Brics, Patruchev também delineou ameaças
direcionadas ao grupo.
"Dados os enormes recursos e
perspectivas de desenvolvimento dos nossos países, existem hoje razões para
acreditar que os membros dos Brics se encontram em uma zona de risco
específico. As tendências dos últimos anos mostram que, para conter nossos
países, será, em primeiro lugar, exercida uma ação não militar, mas, acima de
tudo, informativa, proporcionado o agravamento artificial de conflitos
nacionais, religiosos e culturais", disse.
Ele também acusou países desenvolvidos de
usar instituições financeiras internacionais para exercer influência sobre
o Brics.
Segundo ele, a fuga de investimentos das
economias do grupo nos últimos 10 anos chegou a pelo menos US$ 3,5
trilhões.
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