quinta-feira, 18 de junho de 2015

OEA pede reabertura de negociações por Ilhas Malvinas entre Argentina e Reino Unido

18 junho 2015, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil)

Redação, São Paulo – Opera Mundi

Por unanimidade, Estados-membros do bloco concordaram em Washington sobre 'necessidade' de encontrar solução pacífica para conflito

A 45ª Assembleia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou por unanimidade uma declaração sobre a disputa territorial e a soberania das Ilhas Malvinas. Anualmente, a Argentina coloca em jogo essa questão nas reuniões do bloco contra o que considera ser uma ocupação britânica.

No texto, os 34 Estados-membros da OEA reafirmaram a “necessidade” de que
os governos argentino e inglês “reacendam o quanto antes a negociação” sobre a temática, “com o objetivo de encontrar uma solução pacífica a esta longa controvérsia”.

Com isso, o bloco se propõe a “continuar examinando a questão das ilhas Malvinas nos sucessivos períodos de sessões da Assembleia Geral até que se encontre uma solução definitiva”.

“As Malvinas são hoje uma causa regional, como foi no passado o chamado ao diálogo entre Estados Unidos e Cuba”, comparou o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman, durante o encontro em Washington.

Em discurso diante do plenário, o chanceler argentino afirmou ainda que "a Coroa Britânica usurpou as Ilhas Malvinas para continuar com sua expansão imperial, e o fez com uma lógica estratégica e de apropriação de recursos naturais", especialmente “a extração de hidrocarbonetos”.

Por sua vez, Archie Young, um representante do Reino Unido, respondeu aos comentários de Timerman, defendendo que os habitantes da ilha “têm direito a autodeterminação” e que seu país “não está militarizando” o local. Apesar disso, Londres anunciou em março que aportaria US$ 268 milhões em infraestrutura militar no território que é reivindicado historicamente pelos sul-americanos.

“Não se pode ter negociações sobre a soberania a não ser que os habitantes da ilha as desejem e o referendo de 2013 deixou uma mensagem clara de que os habitantes não quererem negociar. A Argentina deveria respeitar esses desejos”, afirmou Young, subdiretor para as Américas da chancelaria britânica.

Flickr/ Opera Mundi

ENTENDA O CONFLITO
Desde 1833 o governo britânico administra e ocupa as Malvinas — também conhecidas como Falkland Islands — e rejeita apelos da Argentina e da comunidade internacional para abrir negociações a respeito da soberania da ilha.

Em 1982, houve uma guerra pela retomada do território. Após 70 dias de conflito, mais de 900 pessoas morreram e a Argentina saiu perdedora. A tensão ganhou um novo fôlego em 2010, quando os britânicos descobriram uma grande reserva de gás e de petróleo offshore, que poderia render bilhões de dólares.

Há dois anos, Londres fez um referendo com os pouco mais de 1.500 residentes da ilha, que optaram por permanecer sob o status de território além-mar britânico. Buenos Aires rejeitou a consulta popular, alegando que os habitantes foram colocados na região pelo Reino Unido e que, portanto, não tinham o direito de autodeterminação.


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