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junho 2015, Jornal de Angola Editorial http://jornaldeangola.sapo.ao
(Angola)
Em
África não há apenas más notícias relativas a conflitos armados,
terrorismo ou a crises políticas . Há também boas. E a boa neste caso é
que , de acordo com um recente relatório do Fundo d ONU para Agricultura
e Alimentação(FAO), a África Ocidental fez “progressos notáveis” no
combate à fome.
O
documento salienta que 11 milhões de pessoas da África Ocidental
que desde 1990 passavam fome estão livres dela. Angola
e São Tomé e Príncipe tinham sido recentemente mencionadas pela
FAO como tendo baixado para metade a percentagem da população subnutrida
e o número absoluto de pessoas que passavam qualitativa. Os dois
países estão incluídos no grupo de Estados africanos que atingiu as
metas estabelecidas pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e pela
Cimeira Mundial da Alimentação.
Os progressos no combate à fome na África Subsaariana devem-se à prossecução de
A redução do número de pessoas com fome no continente é sinal de que os dirigentes de vários países estão seriamente empenhados em erradicar um mal que afecta muitos milhões de pessoas e a mostrar que é possível acabar com situações de carência alimentar. A erradicação da fome em África permite que um elevado número de pessoas possa participar no processo de desenvolvimento dos seus países. Sem fome entre as comunidades, ela constituem-se em segmentos com um nível significativo de participação na vida politica económica e social.
A opção pela intervenção do Estado na economia para acabar com a subnutrição conduz a resultados positivos em termos de resolução de um problema básico, mas que tem um grande alcance económico e social.
É evidente, perante os milhões de pessoas que se livraram da fome, que os governantes africanos estão cada vez mais comprometidos com a promoção do bem-estar dos povos do continente. Por isso, é louvável o facto de cada vez mais Estados africanos canalizarem recursos financeiros para dar uma melhor qualidade de vida às pessoas.
Também é positivo que os pessoas em África estejam no centro das preocupações dos Governos, que não devem parar de gizar políticas de Estado destinadas a acabar com o subdesenvolvimento num continente com imensos recursos naturais, que devem servir os seus habitantes.
Tem sido realçado em várias conferências internacionais que “África é terra de muitas oportunidades”, mas não basta dizer isso. Nós, os africanos, temos de agir no sentido de transformarmos os nossos recursos em benefício das nossas populações.
A redução do número de pessoas subnutridas em vários países africanos deve servir de incentivo a outros Estados que ainda se debatem com problemas graves de carência alimentar entre as suas populações para que enveredem por políticas que assegurem condições básicas de vida.
Os Estados têm grandes responsabilidades na promoção do desenvolvimento social das populações. Acabar com a fome é proteger recursos humanos necessários à grande empreitada que é a construção do progresso dos países africanos.
Que os países africanos troquem entre si experiências no que diz respeito ao combate à fome para que todos possam tirar proveito de projectos exequíveis que já deram resultados positivos em algumas regiões do continente. O combate à fome deve ser uma prioridade dos Estados em África, pois pessoas com fome não estão em condições de contribuir para o desenvolvimento do continente.
São animadores os dados que nos são fornecidos pela FAO relativos ao combate à fome na África Ocidental. Dados daquela organização das Nações Unidas revelam que a África Ocidental baixou a prevalência de desnutrição de 24,2 por cento para 9,6 por cento.
O representante da ONU para a Agricultura e Alimentação junto da Comunidade de Países de Língua Portuguesa declarou que o bom desempenho no combate à fome ocorreu “mesmo com o rápido crescimento populacional e com as secas recorrentes nos países do Sahel.”
Temos razões, depois dos progressos no combate à fome, para acreditarmos cada vez mais na capacidade dos africanos avançarem noutros domínios da vida económica e social. Temos de ser sempre optimistas e confiar nas nossas capacidades para resolvermos os problemas por mais complexos que eles sejam.
Que em África continuem a aumentar as boas notícias no que respeita à nossa prosperidade. Que os africanos estejam determinados a superar os obstáculos e não haja desânimo perante as dificuldades. A luta pelo desenvolvimento é árdua , mas temos necessariamente de fazê-la.
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