12 junio 2015, Prensa Latina
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Bruxelas (Prensa
Latina) -- A II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos
(Celac) e da União Europeia, realizada em Bruxelas, acordou fortalecer a
relação birregional e teve um balanço positivo para os países ao sul do Rio
Bravo.
Foi uma
reunião muito frutífera que serviu para acercar os dois blocos, expressou o
chefe de Estado equatoriano e presidente pró tempore da Celac, Rafael Correa,
no encerramento do evento, do qual participaram mais de 40 presidentes e
delegações de alto nível de 61 países.
Durante dois dias os líderes de ambos mecanismos analisaram uma ampla faixa de temas que vão desde a mudança climática até a luta contra a pobreza, sobre as migrações, o comércio para o desenvolvimento e o acesso às
novas tecnologias.Durante dois dias os líderes de ambos mecanismos analisaram uma ampla faixa de temas que vão desde a mudança climática até a luta contra a pobreza, sobre as migrações, o comércio para o desenvolvimento e o acesso às
As partes concordaram na necessidade de trabalhar de maneira conjunta a fim de conseguir acordos vinculantes na conferência que acontecerá em Paris ainda este ano para analisar os desafios da mudança climática.
Também abordaram a migração para a Europa, por falta de oportunidades nos países de origem, e concordaram em que o problema requer uma avaliação e resposta internacional conjunta.
Outro assunto sobre a mesa foi a necessidade de aprofundar os vínculos mútuos, a fim de que atinjam todo seu potencial e estejam dirigidos a conseguir uma intensificação forte e sustentável.
Nossa região já não requer apoio para construir uma escolinha, mas sim formação humana, ciência e tecnologia, disse o presidente pró tempore da Celac.
Mas, para além dos assuntos birregionais, a Declaração de Bruxelas recolheu temas de grande interesse e preocupação na América Latina.
"O balanço é muito positivo para a Argentina e para a região", declarou ao fim da cúpula o chanceler desse país, Héctor Timerman.
O documento final incluiu pela primeira vez dois pontos muito vinculados com a Argentina, como a necessidade de proteger as reestruturações da dívida soberana e o com relação à integridade territorial, o qual alude ao conflito pelas Ilhas Malvinas.
Também houve demonstrações de respaldo à Venezuela, com a explícita rejeição da cúpula às medidas coercitivas de caráter unilateral que são contrárias ao direito internacional.
O texto final de Bruxelas toma nota da Declaração Especial da Celac, do dia 29 de janeiro de 2015, sobre as ações unilaterais contra a Venezuela, e do comunicado solidário desse mecanismo emitido em 26 de março.
Os presidentes acolheram com satisfação o anúncio de 17 de dezembro, feito pelos presidentes de Cuba, Raúl Castro, e dos Estados Unidos, Barack Obama, para avançar para uma restauração e normalização das relações bilaterais.
Nesse contexto, contamos com que se deem todos os passos necessários para que logo se ponha fim ao bloqueio, assinala a declaração, a qual recusa também a aplicação das disposições extraterritoriais da Lei Helms-Burton.
A cúpula acolheu com agrado o compromisso adotado pela Celac na cúpula de Havana, de declarar a América Latina como Zona de Paz e de resolver as controvérsias por meios pacíficos.
Além disso, expressou seu beneplácito pelo processo de diálogo entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e chamou às partes a concluir o quanto antes as negociações.
A União Europeia aprovou a criação de um fundo fiduciário para ajudar o país sul-americano, uma vez terminado o conflito, o mais longo do continente americano.
A cúpula sessionou na cidade europeia de Bruxelas e foi a segunda com a UE desde a criação da Celac, ainda que os contatos entre ambos blocos datem de 1999.
O evento teve como lema "Moldar nosso futuro comum: trabalhar em prol de sociedades prósperas, coesivas e sustentáveis para nossos cidadãos".
De maneira paralela, em outro extremo da capital belga, realizou-se a Cúpula dos Povos, que contou com a participação de mais de mil delegados de 43 nações, sobretudo da Europa, América Latina e Caribe.
O apoio à Venezuela, a rejeição ao bloqueio contra Cuba, a devolução da base de Guantánamo, o respaldo à Argentina, em sua legítima reivindicação de soberania sobre as Ilhas Malvinas, e ao Equador, frente aos desmandos das multinacionais, estiveram presentes nos discursos dos oradores reunidos na Basílica Nacional do Sagrado Coração.
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