3 junho 2015, Carta Maior http://cartamaior.com.br (Brasil)
Susana González G., La Jornada
Um
caso recente dessa situação envolveu empresas de tabaco que processaram o
governo do Uruguai devido às imagens colocadas nos maços de cigarro
Durante
sua participação no Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina, em Quintana
Roo no México, no mês passado, o economista Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio
Nobel de Economia de 2001, criticou o fato de que alguns acordos ou tratados
comerciais permitem aos investidores ou às empresas o direito de abrir
processos na Justiça contra governos caso não obtenham os lucros que esperavam,
ou se depois as perdem devido a mudanças nas leis ou regulamentações que, por
exemplo, protegem a saúde da população e o meio ambiente.
Um caso recente desse tipo de situação envolveu as grandes empresas de tabaco, como a Phillips Morris, que processou o governo do Uruguai devido às imagens colocadas nas caixinhas de cigarro que alertavam para os riscos do consumo do produto para a saúde,
Com o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN), o México pode ser demandado pelos particulares através do capítulo 11, o que, segundo Stiglitz, pode levar o país a perder tanto quanto o Canadá, pelo mesmo motivo. Por outro lado, o economista citou que o próprio governo dos Estados Unidos foi demandado, segundo essa mesma legislação, mas nunca perdeu uma causa, pois o país “possui advogados muito caros e muito bons”.
Os processos de negociação dos acordos comerciais, disse ele, sempre são secretos, e deixam do lado de foram as assembleias locais e a sociedade, porque a informação é classificada como confidencial, como se faz com a bomba atômica, ainda que esses segredos acabem depois sendo vazados por meios como WikiLeaks.
Stiglitz, que também foi chefe dos assessores do ex-presidente Bill Clinton, afirmou que embora os acordos comerciais assegurem a queda das taxas aduaneiras – com benefícios a todos, segundo sua visão – eles também manejam interesses muito poderosos, e que, com a globalização essas taxas já se haviam reduzido.
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