6
março 2014, ODiário.info http://www.odiario.info (Portugal)
Na
América Latina, da Argentina ao México, e na Europa (incluindo Portugal)
multiplicam-se as iniciativas de apoio à Revolução Bolivariana. No momento em
que o imperialismo norte-americano, com o apoio da União Europeia, se esforça
para impor à humanidade um projecto de dominação monstruoso, é fundamental para
o derrotar compreender que a luta dos povos em defesa da sua soberania passa
por um reforço do internacionalismo.
O
sistema de poder dos EUA está empenhado em derrubar o governo progressista da
Venezuela.
No
Congresso, democratas e republicanos manifestam solidariedade com as forças da
oposição que em Caracas e na maioria dos departamentos tentam semear o caos,
promovem a violência e o açambarcamento de produtos de primeira necessidade. O
presidente Barack Obama participa nas críticas ao chavismo. John Kerry, o
secretário de Estado, acusa o governo venezuelano de «ameaçar a segurança dos
EUA».
A
deputada Ros Lehtinen, uma cubana naturalizada, pediu o estabelecimento de um
bloqueio à Venezuela e o congelamento dos bens do país. Uma proposta sua foi
aprovada por uma subcomissão da Câmara dos Representantes.
Em
Caracas, o partido neonazi Voluntad Popular e um movimento fantasma de mulheres
dirigido pela deputada Corina Machado, filha do magnate do aço, lançam apelos à
desordem. Estudantes ligados à extrema-direita provocam nas ruas confrontos com
a polícia. A histeria neofascista assumiu tal amplitude que
Enrique Capriles, o
ex candidato à Presidência, não a aprova.
O
secretário-geral da OEA, o chileno Jorge Insulsa, sugeriu uma intervenção
militar dos EUA para «restabelecer a democracia».
O New York Times e o Washington Post e as grandes emissoras de televisão elogiam as manifestações da oposição e responsabilizam o governo de Maduro pela violência instalada nas ruas.
Semanas
atrás, apos a jornada sangrenta de 12 de Fevereiro, o imperialismo admitia a
preparação de «um golpe de estado suave». Agora parece favorável a um golpe de
estado violento.
De
Miami, dirigentes de organizações terroristas como Robert Suarez e Dionísio
Suarez (o assassino do chileno Orlando Letelier, indultado por Bush) lançam
apelos inflamados à «insurreição».
Maduro está consciente da gravidade da situação criada pelas arruaças da ultra direita e pela «guerra económica» concebida por Washington e zelosamente executada pela oligarquia crioula. A inflação já ultrapassou os 50% e continua a subir.
Mas
a imagem da Venezuela difundida pelos media dos EUA e da União Europeia é
falsa.
Na
Venezuela a Saúde a Educação são totalmente gratuitas. O analfabetismo foi
erradicado. Este ano o número de matrículas nas universidades atingiu 2 600
000. O Estado garante a milhões de venezuelanos alimentos a preços subsidiados.
O salario mínimo é o mais alto da América Latina.
Como
afirma o escritor Luis Brito, «os pobres aplaudem, quem protesta são os ricos».
A esmagadora maioria do corpo de oficiais continua a apoiar a Revolução Bolivariana. E sem divisão das Forças Armadas não há tentativa de golpe que possa triunfar. Em Washington não se esquece, porém, que em 2002 a traição de alguns generais permitiu o êxito inicial do golpe que foi derrotado graças à resistência popular das massas. Comprar altas patentes do exército é portanto um objetivo permanente da CIA.
A esmagadora maioria do corpo de oficiais continua a apoiar a Revolução Bolivariana. E sem divisão das Forças Armadas não há tentativa de golpe que possa triunfar. Em Washington não se esquece, porém, que em 2002 a traição de alguns generais permitiu o êxito inicial do golpe que foi derrotado graças à resistência popular das massas. Comprar altas patentes do exército é portanto um objetivo permanente da CIA.
Seria
um erro grave subestimar a gravidade da campanha que visa ao derrubamento do
governo legítimo da Venezuela.
Daí a grande importância da solidariedade internacionalista. Na América Latina, da Argentina ao México, e na Europa (incluindo Portugal) multiplicam-se as iniciativas de apoio à Revolução Bolivariana.
No
momento em que o imperialismo norte-americano, com o apoio da União Europeia,
se esforça para impor à humanidade um projeto de dominação monstruoso, é
fundamental para o derrotar compreender que a luta dos povos em defesa da sua
soberania passa por um reforço do internacionalismo. Porque a ofensiva é
global, a resistência das massas populares deve ser também global. Tudo se
apresenta interligado. Os acontecimentos da Ucrânia (concebidos e financiados
pelo imperialismo, que forneceu as armas às organizações fascistas) inserem-se
na mesma estratégia que tenta promover o golpe de estado na Venezuela.
Precisamente
por isso, a solidariedade com a Revolução Bolivariana é um dever
revolucionário. O derrubamento de Nicolás Maduro tornaria muito difícil a
continuidade dos governos progressistas da Bolívia e do Equador. A própria
sobrevivência da Revolução Cubana seria ameaçada.
Vila
Nova de Gaia, 6 de Março de 2014
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