19 março 2014, Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz (Moçambique)
Moçambique poderá
comprar aviões de ataque Super Tucano e um simulador de manobras navais ao
Brasil, disse hoje, em Maputo, o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim,
depois de um encontro com o seu homólogo moçambicano Agostinho Mondlane.
Segundo Celso Amorim,
que falava durante uma conferência de imprensa sobre o encontro bilateral na
área da Defesa que os dois países promoveram hoje, Moçambique poderá contar com
"financiamento a médio e longo prazo" do Brasil para adquirir três
aviões Super Tucano (Embraer EMB-314).
"Se Moçambique
confirmar o interesse que foi manifestado no passado de adquirir três aviões de
ataque, que são relativamente caros, eles terão que ser vendidos, mas há
possibilidade de financiamento a médio e longo prazo", afirmou o ministro
brasileiro.
Avançando que estas
aeronaves estão a ser compradas pelos Estados Unidos para missões militares no
Afeganistão, Celso Amorim falou ainda da possibilidade de Moçambique vir a
adquirir um simulador naval ao Brasil.
Sobre a promessa
brasileira de doação de três aviões de treino Tucano (Embraer BEM-312) a
Moçambique, o ministro brasileiro referiu que a proposta já foi aprovada pelo
executivo liderado pela Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, faltando o aval
do Congresso Nacional do país.
"Prometemos e
vamos cumprir a doação de três aviões Tucano, que são aviões de treino
brasileiros. A parte que tinha que ser realizada dentro do executivo brasileiro
já foi [efetuada], agora depende apenas da aprovação do Congresso
Nacional", disse Celso Amorim.
No que se refere à área
de cooperação em Defesa, Agostinho Mondlane classificou o Brasil como um dos
"parceiros mais importantes" de Moçambique.
"Moçambique tem
vindo a trabalhar com vários parceiros e, na área da Defesa, um dos parceiros
mais importantes é o Brasil, que tem estado a trabalhar connosco na capacitação
dos nossos homens", disse o recém-empossado ministro moçambicano, que
substituiu Filipe Nyussi, candidato presidencial da Frelimo, no poder, às
eleições de outubro.
Ainda na área de
cooperação, Celso Amorim anunciou a "oferta brasileira para contribuir
para a estrutura naval de Moçambique", num programa que se deverá traduzir
no envio de uma missão, no início de abril, "para analisar algumas bases
navais", como a de Pemba e de Maputo.
"Não estamos a
pensar em instalar uma base militar em Moçambique. Queremos ajudar, se
Moçambique assim o quiser, a que o país tenha as suas bases, mas nós não
queremos ter bases aqui", sublinhou Celso Amorim, quando questionado sobre
a possibilidade de o Brasil vir a ter uma base em território moçambicano.
O ministro brasileiro
considerou ainda que "as necessidades de protecção e defesa dos recursos
naturais em Moçambique são muito grandes", referindo-se ao reforço de
cooperação que os dois países pretendem empreender.
Os interesses
económicos do Brasil em Moçambique estão sobretudo centrados nas áreas de
Recursos Minerais, através da mineira Vale Moçambique, e de Agricultura, com o
projecto de desenvolvimento de agricultura industrial ProSavana, que envolve
também o Japão. (RM/Lusa)
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