20 março 2014, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
O acesso à Justiça, o exercício da cidadania em conformidade com a lei,
a observância dos Direitos Humanos, bem como a criação de condições para que
todos aqueles pressupostos se concretizem são temas vitais para o funcionamento
normal do nosso Estado.
Na verdade, eles fazem parte da vida quotidiana dos angolanos e das
instituições na conjugação de esforços para tornar Angola uma democracia
vibrante.
O funcionamento de um sistema de Justiça que promove os Direitos Humanos e
É fundamental que o Estado Democrático e de Direito, em consolidação no país, seja reforçado com o pleno funcionamento das instituições que administram a Justiça.
A estratégia do Executivo passa por largos investimentos na formação de pessoas para servir as instituições que lidam com o Direito e a Justiça, na construção e reabilitação de numerosas infra-estruturas e na reforma dos instrumentos jurídicos legais que lhe dão suporte.
Há preocupação permanente do Estado e das suas instituições com os Direitos Humanos, com a aplicação das Convenções e Tratados na ordem jurídica interna, com os desafios e os dilemas do país no que à temática dos Direitos Humanos diz respeito. É completamente desonesto dizer que, ao nível da Justiça e dos Direitos Humanos, nada está a ser feito em Angola, quando são visíveis passos para reforçar os ganhos que os angolanos alcançam todos os dias.
Reconhecemos que temos ainda inúmeros desafios e problemas que continuam a suscitar a atenção, o acompanhamento e a busca permanente de soluções por parte do Executivo. Neste aspecto, muito está a ser feito no país, em função da realidade angolana e das necessidades que o processo de democratização determina. O facto de as autoridades angolanas ratificarem numerosos instrumentos jurídicos, tratados e convenções internacionais em matéria de Direitos Humanos demonstra o firme compromisso do Executivo com estas questões.
As portas estão abertas a todos os parceiros das instituições do Estado para, de forma apropriada, fazerem chegar as suas contribuições para que tenhamos uma Justiça ao serviço de todos. A sociedade angolana acompanha com satisfação os passos neste sentido porque apenas com pessoas formadas e competentes no sector da Justiça e com meios capazes da prossecução dos seus fins teremos a Justiça à altura dos nossos problemas.
São oportunas as palavras do Procurador-Geral da República, quando da abertura de um seminário sobre Direitos Humanos e Acesso à Justiça destinado a 70 magistrados judiciais e do Ministério Público, ao defender uma actuação transversal para uma efectiva observância da Justiça e Direitos Humanos no país. A actuação de diferentes sectores na administração da Justiça e de todos os passos que lhe são anteriores e subsequentes, na visão de João Maria de Sousa, “deve ser coordenada em função das competências de cada um em concreto, pois enquanto uns promovem outros monitoram e outros ainda protegem”.
De facto, a necessidade de reforçar as instituições judiciárias com recursos e meios para a efectiva prossecução da sua missão é já uma realidade um pouco por todo o país.
O aumento da consciência por parte das populações, relativamente aos
seus direitos, liberdades e garantias fundamentais registou um considerável
crescimento. Numerosos passos, com reconhecimento e elogios internacionais, têm
sido dados por Angola para que o sector da Justiça sirva como espinha dorsal do
nosso processo de amadurecimento da prática democrática. A coordenadora do
Sistema das Nações Unidas e representante residente do PNUD, Maria do Valle
Ribeiro, disse que o país tem registado desenvolvimentos em matéria de Direitos
Humanos e de reforço do quadro legislativo com a aprovação da Constituição de
2010.
É verdade que muito trabalho há ainda para ser feito a nível da administração da Justiça e da observância dos Direitos Humanos, mas não é justo deixar de reconhecer os esforços que têm sido feitos em detrimento do que ainda está para ser feito.
O Estado angolano e as instituições responsáveis pela administração da Justiça trabalham também em função da lógica segundo a qual é preciso fazer proveito das iniciativas positivas que existem e endireitar o que eventualmente esteja mal. Neste processo, de tornar a Justiça e o Direito acessíveis a todos e garantir a observância dos Direitos Humanos a todos os cidadãos, sem nenhum tipo de discriminação, há espaço para todos os intervenientes.
Temos de ter esperança de que todo o processo de reforma da Justiça e do Direito em Angola, com a alteração ou mudanças significativas dos códigos legais vigentes, vão garantir maior acesso à Justiça a todos os cidadãos.
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