1 julho 2012, Macauhub
http://www.macauhub.com.mo (China)
A construção de um porto de águas
profundas em São Tomé e Príncipe está a atrair interesses angolanos depois de a
empresa brasileira AGN ter manifestado intenção semelhante.
De acordo com a folha de informação
África Monitor
(http://www.africamonitor.net), o primeiro-ministro de São Tomé
e Príncipe, Gabriel Costa, manifestou “interesse e abertura” do seu governo na
eventual participação de Angola na construção do porto, depois de uma recente
passagem por Luanda.
Num recente estudo sobre as
perspectivas de evolução da economia de São Tomé e Príncipe, citado pela mesma
fonte, o “complexo portuário”, assim chamado devido à sua articulação com uma
plataforma logística, é um dos “pilares” de um desenvolvimento sustentado do
arquipélago.
Outros pólos, adianta o mesmo
estudo, são a criação de uma praça financeira internacional e o turismo.
O porto de águas profundas tem um
mercado natural de 16 países da região, em nenhum dos quais existem condições
geológicas susceptíveis de permitir uma tal infra-estrutura.
A localização do arquipélago na
região relativamente a países como a Nigéria, Camarões ou Costa do Marfim é
também considerado um importante activo para tornar o projecto rentável.
Durante a visita a Luanda do
primeiro-ministro são-tomense, Gabriel Costa, em Junho, Angola e São Tomé e
Príncipe acordaram criar este ano uma comissão bilateral de cooperação para
avaliar o estado da cooperação e dos compromissos assumidos.
O chefe do governo de São Tomé e
Príncipe fez-se acompanhar por uma importante delegação, que integrou os
ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa, das Finanças e das Obras
Públicas, Infra-estruturas e Ambiente, além de altos funcionários do seu
gabinete.
Na fase final do anterior governo,
o ex-primeiro-ministro, Patrice Trovoada, chegou a um acordo de princípios com
a sociedade brasileira AGN (Agro-industrial Projectos & Participações), de
Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, nos termos do qual esta iria construir o
porto, adianta o África Monitor.
A queda do governo de Trovoada
terá, porém, deixado a iniciativa sem seguimento, tal como já havia acontecido
com um projecto russo e outro francês tendo em vista o lançamento do complexo
portuário.
Em 2008, a construção da obra
chegou mesmo a ser adjudicada à francesa SMA-SGN (grupo Terminal Link), por 470
milhões de dólares.
Logo nos primeiros meses após a
tomada de posse, Gabriel Costa prometeu que o seu governo tomaria uma decisão
rápida sobre o projecto de construção do porto, cujas obras se deviam ter
iniciado há cinco anos.
Orçado inicialmente em mais de 500
milhões de dólares, foi projectado para ser construído na zona de Fernão Dias,
17 quilómetros a norte da capital.
Empresas angolanas como a Sociedade
Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) já são das mais importantes no
arquipélago, sobretudo na distribuição de combustíveis, transportes e
logística.
Mais recentemente, a Unitel
International Holding, detida pela empresária angolana Isabel dos Santos,
obteve a segunda licença para operar uma rede de telefonia móvel no
arquipélago. (macauhub)
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