15 setembro 2009/Agência de Informação Frei Tito para a América Latina
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A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) se reuniu hoje (15), em Quito, capital do Equador, para debater a implantação de sete bases militares dos Estados Unidos em terreno colombiano. Já na Colômbia, cerca de dez especialistas no tema participam de fóruns entre hoje (15) e o próximo sábado (19), na capital Bogotá e nas cidades de Barranquilla, Cali e Medellín. A entrada para os eventos é livre.
Em Quito, os chanceleres e os ministros de defesa da Unasul debateram a independência, a autodeterminação, a não agressão e o respeito irrestrito ao território de cada país.
De acordo como o chanceler equatoriano, Fander Falconí, o encontro da Unasul teve por objetivo criar medidas de confiança que incluam mecanismos de cooperação. A idéia é "reduzir ao máximo os riscos e as incertezas que possam haver sobre temas de segurança". Foi o que noticiou a TeleSul.
Para o ministro da Defesa do Equador, Javier Ponce, o diálogo com a Colômbia está avançando. "Mas não se trata de vetar esse convênio [entre Colômbia e EUA], e sim, de ajustar a informação para que a região chegue a um consenso em termos de medidas de confiança mútua", disse Ponce, como noticiou a TeleSul.
O governo do Equador rompeu relações diplomáticas com a Colômbia desde que o exército colombiano invadiu o território equatoriano, em março do ano passado, para deflagrar um acampamento das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (FARC). Dentre os 20 mortos, um cidadão equatoriano.
Um total de 12 países compõe a Unasul: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela e Equador.
Fóruns na Colômbia
Os encontros entre especialistas, na Colômbia, vão debater a soberania e a interação entre os países da América Latina. Também se discutirá o modo como as relações latino-americanas vêm sendo afetadas devido à crescente anexação da Colômbia aos Estados Unidos.
Na manhã de hoje (15), o debate ocorreu na Universidade Nacional e, à tarde, na Universidade Central, ambas em Bogotá.
Amanhã, os encontros ocorrem no auditório Alfonso López da Universidade Nacional, às 9h; e no auditório Fundadores da Universidade Autônoma, às 18h. Ambas as instituições se localizam na capital.
No dia 17, o encontro se realiza em Combarranquilla Boston, às 14h, na cidade de Barranquilla. No dia 18, os palestrantes se encontram no auditório do Conselho Municipal da cidade de Cali, às 9h. Já no dia 19, o debate acontece na Associação de Instrutores de Antioquia (Adida), em Medellín.
Participarão das conferências: Laura Carlsen, do Centro de Política Internacional (EUA); Luis Ángel Saavedra, da Coalizão Não Bases do Equador; Juan Manuel Sandoval, da Aliança Social Continental capítulo México; Alberto Arroyo, da Rede Mexicana de Ação Frente ao Livre Comércio; Gonzalo Berrón, da Confederação Sindical das Américas.
Os palestrantes ainda serão acompanhados pelo senador Jorge Enrique Robledo, o escritor e colunista Alfredo Molano, o decano Diego Otero e os professores Jairo Libreros e Carlos Martínez.
Os debates foram convocados pela Recalca (Rede Colombiana de Ação frente ao Livre Comércio), a Aliança Social Continental, a Grande Coalizão Democrática, Sociedade de Reconciliação (FOR, por sua sigla em inglês), a Associação de Instrutores de Antioquia e as universidades Central, Autônoma da Colômbia e Nacional.
Sobre as bases
Um acordo entre Colômbia e Estados Unidos permitiu que o país norte-americano instalasse sete bases militares na nação latino-americana. Três bases são aéreas, duas do Exército e duas das forças militares navais. A previsão inicial é de que elas sejam instaladas ainda esse mês.
Principalmente Venezuela, Equador, Nicarágua e Bolívia repudiaram o acordo, alegando que a intervenção militar prejudicava a autonomia dos países latino-americanos.
As bases serão instaladas em Malambó, no Caribe; Palanqueros, no centro do país; e em Apiay, no oriente. As do Exército são as de Tolemaida, no centro do país, e Larandia, no sul. Já as duas navais serão na Costa Caribe e no Pacífico.
A base de Palanquero permitirá que os EUA penetre em qualquer país sul-americano e utilize meios sofisticados de espionagem.
Na América Latina, os Estados Unidos ainda possui bases militares em El Salvador (Base Militar Comalapa), Honduras (Base Soto Cano), Costa Rica (Base Militar Liberia), Cuba (Base Naval de Guantánamo), Porto Rico (Base Roosevelt Roads), Aruba (Base Militar Reina Beatriz), Curazao (Base Militar Hatos), Colômbia (Base Militar em Arauca, Base Militar em Larandia, Base Militar 3 Esquinas), Peru (Bases Militares Iquitos e Nanau) e Paraguai (Base Militar Estigarribia).
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