20 setembro 2009/timorlorosaenacao
Por António Veríssimo
Estabilidade é... NÃO SE CUMPRIR A CONSTITUIÇÃO
É na verdade muito preocupante a propensão para a mentalidade criminosa e de práticas ilegais que os denominados líderes de Timor-Leste afectos à AMP têm vindo a demonstrar mais claramente ao longo destes dois anos em que estão no governo e no domínio de uma maioria composta por manta de retalhos partidária arquitectada ainda antes da eleições para o Parlamento e governo se acaso Xanana Gusmão não as vencesse, conforme veio a acontecer.
Os elementos de topo do governo AMP, Xanana Gusmão, a Ministra da Justiça e o comandante da polícia, juntamente com o Presidente da República, cometeram um crime ao libertar Martenus Bere à revelia das leis e do poder judicial, violaram a Constituição da RDTL, têm anteriormente usado de todas a s violações possíveis, impossíveis e imaginárias e aparece agora o presidente do Parlamento de Timor-Leste a dizer, durante a sua visita ao Brasil, que “a moção de censura ao Governo apresentada pelo partido oposicionista FRETILIN, devido ao caso "Bere", não contribui para a estabilidade do país”, conforme nos refere a Lusa em notícia por nós compilada mais em baixo.
Sempre em nome da “estabilidade” as ilegalidades e crimes vão sendo praticados impunemente por estes pseudo guardiães do bem-estar dos timorenses e do país.
Em nome da “estabilidade” aconteceu o golpe de Estado e a partir daí nunca mais pararam as acções de afrontamento à Constituição. O ditador-mor Xanana Gusmão assim tem decidido e assim tem acontecido. Colado a ele, têm estado exactamente aqueles que enquanto disso retirarem dividendos o vão apoiando, o que não significa que não lhe retirem o tapete para que caia quando chegar a hora de o declarar descartável. Hora que cada vez mais se aproxima.
Sabemos que Xanana estava em conluio com Alfredo Reinado apesar de dizer o contrário. Sabemos que guardava em sua casa, em Balibar, homens e armas, numa acção ilegal. Sabemos que foi o principal beneficiário da execução de Alfredo Reinado. Sabemos das incongruências declaradas e das omissões e contradições apontadas relativamente ao “seu atentado” de Balibar. Sabemos dos benefícios em procedimento “estranho” na sociedade “Três Amigos”, soubemos ultimamente dos benefícios que concedeu a sua filha Zenilda num negócio de milhões, sabemos dos afrontamentos ao Juiz Ivo Rosa Cruz e a todos os atropelos constitucionais…
Timor-Leste, sem nenhuma dúvida, está a ser governado por um primeiro-ministro cuja sintomatologia nos vem revelando ter uma mentalidade desleal, de conluios em ilegalidades, de golpes sobre golpes, de bravatas, de prepotências… Em suma, uma mentalidade próxima, ou já de facto, de marginal institucional. Muito preocupante. Só um criminoso afronta constantemente o Poder Judicial. Só um prepotente, um déspota, um falsário, um sem princípios de justiça e democracia faz questão de querer passar por isso tudo impunemente.
Como se não bastasse, os cabecilhas do bando, suposto governo, demonstram ter exactamente o mesmo tipo de mentalidade. Desta vez manifesta-se desse modo Fernando Lasama Araújo. Não é a sua estreia neste tipo de demonstrações mas, mais uma vez, e pelo que é, também conta, e faz-nos pensar que Timor-Leste está entregue a um bando de bandidecos.
Na qualidade de presidente do Parlamento, presidente daquilo que deveria ser a casa da democracia timorense, o desaforo de Lasama é por demais evidente que vem dar todas as razões para que sejam aqui expressas as considerações supra citadas, sobre as suas terríveis mentalidades. Na realidade, só com um golpe de Estado e consequente trama apoiada por Ramos Horta é que foi possível este bando de malfeitores apoderar-se do Poder político. Constata-se que na verdade Mário Carrascalão sabia o que dizia quando a eles se referia. O estranho foi que acabou por aderir ao bando de malfeitores. Mais estranho ainda que continue junto deles e que até ande a querer pôr água na fervura das ilegalidades cometidas. Há jogos políticos que nunca devem exceder o razoável, Mário Carrascalão certamente que sabe disso. O que não sabemos é daquilo que está à espera para abandonar o bando de malfeitores, como o denominou. É que agora já nem Xanana se salva. Impossível, basta ver as más provas dadas.
Se depois de tanto cometimento de ilegalidades e de tantos procedimentos indevidos, o maior partido timorense se aliou a pequenos partidos e decidiu apresentar uma moção de censura ao governo e isso é considerado desestabilizar, é óbvio que a curiosidade de quem vive em democracia ou sabe o seu significado, aguça-se ao tentar perceber as palavras proferidas por Lasama Araújo. Não se compreende em que é que um acto absolutamente democrático e inscrito na Constituição se pode vir a revelar pró-instabilidade. A instabilidade é provocada por actos inconstitucionais e não o contrário, naturalmente.
Fica provado que este confesso repulsivo presidente do Parlamento de Timor-Leste desconhece o que é democracia e julga que preside a um sindicato do crime.
Será que considera que não só os timorenses mas toda a população mundial é estúpida?
Perceberá que tais declarações são dignas de provirem de um seu “convidado” do mundo do crime indonésio, Hércules Marçal, mas nunca de um presidente de Parlamento? Compreenderá que demonstram claramente a mentalidade ilegalista atrás referida?
É o costume, o peixe morre pela boca.
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