quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PALOP e Timor-Leste absorvem 30% das exportações portuguesas

De um total, em 2008, de 2.701,4 milhões de euros, Angola foi responsável por 84%

29 setembro 2009 -- As exportações portuguesas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste continuaram a subir em 2008, na ordem dos 30 por cento, enquanto o investimento teve uma alta de 7,8 por cento, segundo dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).

“As relações comerciais de Portugal com os PALOP e Timor-Leste continuaram em 2008 a trajectória de crescimento dos últimos anos, embora mantenham ainda um peso relativo bastante reduzido no total do comércio externo português”, refere o BdP no relatório Evolução das Economias dos PALOP e de Timor-Leste para 2008 e 2009.

Em 2008, segundo o BdP, as exportações para este grupo de países representaram 0,7 por cento das exportações, enquanto as importações, que também estiveram em alta, corresponderam a 0,76 por cento do valor global.

O total das exportações no ano passado foi de 2.701,4 milhões de euros, sendo Angola o maior mercado (84 por cento do total) e também o que registou melhor evolução em relação ao período homólogo (mais 34,8 por cento).

Todos os seis países registaram um aumento das exportações portuguesas, destacando-se ainda Cabo Verde (mais 31 milhões de euros, para 259,1 milhões de euros), o mesmo se registando nas importações portuguesas, que apenas no caso de São Tomé e Príncipe se mantiveram estáveis (300 mil euros).

Angola foi a principal origem das importações, representando 90 por cento do total das compras portuguesas a estes seis países.

As importações subiram mais modestamente, 12,1 por cento, para 452,2 milhões de euros, pelo que a balança comercial melhorou em 34,9 por cento o seu saldo positivo, para 2.244,4 milhões de euros.

Portugal exporta para estes países sobretudo máquinas e aparelhos, bens alimentares e metais comuns, e importa essencialmente combustíveis minerais (petróleo).

Influenciado pelas remessas de imigrantes africanos e timorenses em Portugal, a balança das transferências correntes é desfavorável a Portugal, mas em 2007 inverteu-se o sinal da contribuição líquida das remessas, devido às transferências de portugueses que trabalham em Angola, segundo o relatório.

O Banco de Portugal adianta ainda que o investimento directo de Portugal nos PALOP e Timor-Leste continuou a subir no ano passado, atingindo os 628,8 milhões de euros, mais 7,6 por cento do que no período homólogo e 6,2 por cento do total investido pelos agentes económicos portugueses no estrangeiro.

Contudo, salienta, o aumento do desinvestimento (12,2 por cento) fez com que o saldo líquido do investimento fosse negativo em 912,8 milhões de euros.

Novamente Angola responde por 92,5 por cento do total do investimento no período, enquanto Moçambique e Cabo Verde representaram totais bem mais modestos, de 5,1 por cento e 1,9 por cento, respectivamente.

Os sectores de destino do investimento foram construção (60 por cento) e comércio (27,7 por cento), ambos fortalecendo o seu peso em relação a anos anteriores.

Além de Angola, São Tomé e Príncipe foi o único país que registou uma variação positiva do investimento; Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e Moçambique registaram quebras, principalmente este último país, que viu o total cair de 112,6 milhões de euros em 2007 para 31,8 milhões de euros em 2008. (Fonte: Público/NL)

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