quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Brasil pede que Conselho de Segurança da ONU debata crise hondurenha

23 setembro 2009/[ADITAL] Agência de Informação Frei Tito para a América Latina
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Tegucigalpa - Adital - O governo do Brasil pediu, na noite de ontem (22), que a ONU (Organização das Nações Unidas) convoque uma reunião do seu Conselho de Segurança, em caráter de urgência, para discutir a crise política em Honduras, instalada após a deposição e expulsão do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho. Segundo informações ainda não oficiais, a reunião poderá ocorrer na próxima sexta (25).

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou que a reunião do Conselho de Segurança da ONU pode soar como um "sinal" para o governo provisório de Roberto Micheletti. A declaração ocorreu na noite de ontem, após a reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos), da qual Amorim participou, em Nova Iorque.

Segundo o embaixador brasileiro, o subsecretário dos Estados Unidos para as Américas, Thomas Shannon, afirmou que a situação hondurenha é "perigosíssima".

Hoje, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou sua posição de repúdio ao governo provisório de Honduras. "A comunidade internacional exige que Zelaya reassuma imediatamente a presidência de seu país", disse hoje na abertura dos trabalhos da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

Lula ainda pediu que a comunidade internacional permaneça atenta à "inviolabilidade" da embaixada brasileira em Honduras, na capital Tegucigalpa, onde Zelaya está refugiado desde segunda (21). Lula afirmou que Zelaya tem "refúgio garantido" na embaixada, considerada território brasileiro.

No local, o governo provisório de Micheletti cortou água, luz e telefone e reprimiu violentamente cerca de quatro mil manifestantes que comemoravam, nas ruas, o retorno de Zelaya. As forças militares e policiais dispersaram os militantes com tiros, bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete. Segundo a Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, cerca de 300 militantes permanecem detidos desde a manhã de ontem.

Na noite de ontem, o chanceler da República, Carlos López, leu, em cadeia nacional de rádio e televisão, um comunicado em que Micheletti afirma "estar pronto" para conversar com Zelaya. O mandatário provisório afirma, no entanto, que o diálogo não eximirá o presidente deposto de responder na Justiça pelos 18 crimes que supostamente cometeu.

"Estou pronto para discutir como resolver a crise política, mas só dentro do marco da Constituição hondurenha", transmitiu López. Segundo o comunicado lido pelo chanceler, a restituição de Zelaya não é possível e, por isso, esse tema não deve ser discutido.

Entidades da Guatemala pedem intervenção da ONU
Um total de onze organizações civis da Guatemala pediu, ontem (22), ao presidente do país, Álvaro Colom, que solicite, em assembleia da ONU, a imediata intervenção dos Conselhos de Segurança e de Direitos Humanos em Honduras. Ao Congresso nacional, as entidades solicitaram que seja aprovada uma resolução de repúdio às violações aos direitos humanos do povo hondurenho.

"Fundamentamos nossa petição em diversas denúncias realizadas por organizações de direitos humanos do país vizinho, que dão conta de agressões, ameaças, execuções extrajudiciais e tortura", expõe a carta. As entidades reforçam que a repressão militar em Honduras "chegou ao extremo de o Estádio e o Campo de Futebol da Vila Olímpica, em Tegucigalpa, estarem sendo utilizados como centros de detenção e tortura".

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