Coimbra, 25 setembro 2009 (Lusa) - O administrador da Fundação Portugal-África, Hélder Oliveira, defendeu que os empresários portugueses devem aproveitar a história da presença portuguesa na África para desenvolver oportunidades de negócio naquele continente.
"A nossa história deve ser aproveitada para olharmos formas novas de nos relacionarmos com os povos com quem entramos em contato há cinco séculos", disse, após assinar um protocolo com a Universidade de Coimbra para a disponibilização de documentos existentes nesta instituição para o site Memórias da África e do Oriente.
Hélder Oliveira citou as vantagens que os empresários portugueses terão em "verificar, por exemplo, as riquezas enormes que esses países têm, quer naturais quer do ponto de vista geográfico" para desenvolverem relações comerciais e de investimento.
"É preciso preservar e transmitir às novas gerações a memória, a boa e a má, da presença portuguesa na África. É a afirmação do país não só em termos culturais, mas também econômicos", afirmou.
O recurso à história portuguesa na África poderá contribuir também para o desenvolvimento de "relações econômicas de grande importância para Portugal e os países de língua portuguesa".
"Portugal, apesar de ser uma economia pequena, ao fim de 33 anos de independência de Angola é o primeiro fornecedor do país e um dos principais investidores fora do setor do petróleo. É também um dos principais investidores em Moçambique", ressaltou.
Portal
Criado pela Fundação Portugal-África, presidida pelo ex-presidente Mário Soares, com o objetivo de "potencializar a memória histórica dos laços que unem Portugal à Lusofonia", o portal Memórias da África e do Oriente (http://memoria-africa.ua.pt/) dispõe atualmente de 293 mil registros e 197 mil páginas digitalizadas, disse o coordenador do projeto, Carlos Sangreman Proença.
Uma das instituições que contribuem para o portal é a Universidade de Coimbra, que formalizou a colaboração já existente. "A Universidade de Coimbra tem um acervo riquíssimo, não só na Biblioteca Geral, mas em várias outras espalhadas pela universidade, ao todo são cerca de dois milhões de obras", disse o cientista Carlos Fiolhais, que dirige a Biblioteca Geral.
Desse acervo apenas cerca de 55% está catalogado, por "falta de meios financeiros e humanos". "Fala-se muito de asfixia democrática, eu falo de asfixia da universidade", lamentou Fiolhais, explicando o acervo tem "os mais variados documentos sobre a presença portuguesa na África".
Com pesquisa em português e inglês e no futuro também em chinês, atualmente o portal Memórias da áfrica e do Oriente recebe cerca de 8.500 visitantes por dia.
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