29 de Setembro de 2009/Rádio Moçambique
Moçambique reiterou hoje o empenho do país nos esforços internacionais de luta contra a pobreza e contra os impactos das alterações climáticas, promovendo um desenvolvimento sustentável.
Falando perante a 64ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Oldemiro Baloi, garantiu também que o país continuará empenhado na integração económica, consolidação da democracia, boa governação e estabilidade política na região onde está integrado, a África Austral.
Oldemiro Baloi citou dois exemplos de instabilidade na região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), o Zimbabwe e Madagáscar, afirmando-se preocupado, em relação a este país, com as tentativas de minar o acordo assinado em Maputo (a 09 de Agosto), e condenando "qualquer decisão unilateral que viole o espírito dos acordos" entre os principais líderes políticos malgaches.
Mostrando-se satisfeito com o acordo político no Zimbabwe, que permite ao país prosseguir num ambiente de estabilidade política e social que leve ao diálogo permanente, reconstrução e recuperação económica, o ministro considerou, no entanto, que "os desafios económicos, associados à crise internacional" e às sanções de alguns parceiros internacionais, fazem com que "a obtenção da desejada rápida reconstrução económica" seja "difícil de alcançar".
"Por isso, reiteramos o apelo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral pela retirada de todas as sanções contra o Zimbabwe", disse.
Lembrando que Moçambique terá eleições dentro de um mês, as quartas desde o multipartidarismo, testemunho do "forte desejo político" e empenho numa mais forte democracia no país, Oldemiro Baloi lembrou que Moçambique teve, nos últimos anos, um crescimento económico na ordem dos 7,8 por cento e que a pobreza decresceu de 69,4 por cento em 1997 para 54,1 por cento em 2003.
Como resultado do visível progresso na Educação, Saúde, Água e Saneamento, "esperávamos reduzir a pobreza para 45 por cento até final do corrente ano", disse. "Contudo, a presente crise económica e financeira global constrangeu essa meta", com as mais recentes previsões (FMI) a indicarem que o crescimento deste ano abrandará para os 4,3 por cento, lembrou.
"Neste contexto, o objectivo do governo é assegurar que os efeitos da crise não se agravam e criar condições que nos façam regressar aos aumentos económicos e sociais" atingidos antes da crise, frisou o ministro.
É que, advertiu, "os efeitos combinados da crise alimentar, energética e financeira, os cíclicos desastres naturais, bem como as doenças como a pandemia do HIV/Sida e outras endémicas como a malária e a tuberculose, resultaram em perdas humanas, e afectaram os sectores produtivos".
Moçambique, assegurou Oldemiro Baloi, está empenhado nos esforços internacionais de luta contra a malária mas também no combate às alterações climáticas e na procura de soluções pacíficas para os conflitos em África, como os da República Democrática do Congo, Darfur e Somália, ou o conflito do Médio Oriente.
Reconhecendo o papel da ONU na procura "de respostas sustentáveis para os problemas globais do mundo de hoje", o ministro defendeu a "necessidade urgente" de acelerar as reformas na organização, incluindo a reforma do Conselho de Segurança e a revitalização da Assembleia Geral.
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