Berlim, 21 setembro 2009 (EFE) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera que o Grupo dos Vinte (G20, os países desenvolvidos e as principais nações emergentes) é o fórum correto para buscar soluções para a crise internacional e que o Grupo dos Oito (G8, os sete países mais ricos e a Rússia) é um "clube de amigos" caduco.
"Já não existe nenhum motivo para manter o G8. É algo assim como um clube de amigos que se reúne de vez em quando, mas que já não tem o poder de há 30 anos. Hoje em dia já não fazem sentido reuniões sem China, Índia, Brasil, Rússia, ou sem África e México", diz Lula em entrevista que publica hoje o jornal alemão "Handelsblatt".
A poucos dias da cúpula do G20 em Pittsburgh (EUA) Lula sustenta que quantos mais países discutirem um problema, antes serão encontrados compromissos com os quais todos se sintam vinculados.
Em relação à cúpula sobre mudança climática em dezembro em Copenhague, na qual se deveria fixar um tratado de redução de gases do efeito estufa que substitua o Protocolo de Kioto, Lula acredita em um acordo, tendo em vista que começa a haver movimento no debate.
O presidente diz na entrevista que no início de outubro deve visitar alguns países, como Alemanha e Estados Unidos, com o objetivo de sondar as possibilidades de buscar uma posição comum, "apesar de sermos de outra opinião que os países ricos".
"Estamos dispostos a discutir sobre objetivos (de redução de emissões) fixos, mas esses objetivos têm que guardar relação com a percentagem de poluição de cada país", ressalta.
Lula crê que finalmente se poderão superar as diferenças que ainda dividem os países ricos dos pobres e emergentes e que em Copenhague se encontrará um "bom acordo".
"Espero, no entanto, que países como os Estados Unidos, que até agora nem sequer assinaram o Protocolo de Kioto, se atenham depois a esse compromisso", conclui.
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