Macau, China, 16 setembro 2009 – O Brasil e a China criaram um grupo de trabalho para analisar a viabilidade da implementação de um programa de comércio bilateral nas respectivas moedas em substituição do dólar americano, segundo disse terça-feira à Lusa fonte do Banco Central brasileiro.
“As negociações estão ainda numa fase inicial, tendo sido criado um grupo de trabalho com representantes do Brasil e da China que tiveram ainda apenas uma reunião durante o G2O em Londres”, explicou a fonte.
O próximo passo poderá passar pela deslocação de uma delegação do Banco Central do Brasil à China, acrescentou.
O grupo de trabalho irá analisar os “resultados que estão a ser alcançados através de um acordo que a China estabeleceu recentemente com a Argentina” - o primeiro país da América do Sul a beneficiar das trocas comerciais na respectiva moeda com a China e com quem o Brasil também desenvolve o mesmo programa desde Setembro de 2008.
Os bancos centrais da China e do Brasil vão ainda fazer um “levantamento do potencial volume de negócios bilaterais para verificarem a viabilidade de um futuro acordo”.
Um acordo com a China deverá beneficiar, essencialmente, os pequenos exportadores, ao permitir uma redução de custos, enquanto que os grandes exportadores deverão continuar a recorrer ao dólar americano.
Até agora, apenas as empresas de dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático estão autorizadas a realizar trocas comerciais em renmimbi com empresas de cinco cidades do continente chinês, Hong Kong e Macau, sob um programa piloto que arrancou em Julho e que envolve no total 400 empresas.
Em Abril, a China destronou os Estados Unidos como maior parceiro comercial do Brasil, tornando-se também no principal destino das suas exportações, sobretudo ferro, petróleo, cereais e pasta de papel. (macauhub)
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