Maputo, 1 novembro 2007 - Vinte e quatro antigos presidentes e chefes de governo africanos criaram hoje em Maputo um fórum, através do qual os antigos líderes do continente pretendem contribuir para o fim da "marginalização económica e política de África".
Ao enunciar os objectivos do fórum, o ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, mentor da ideia, afirmou que a iniciativa é uma plataforma para a "participação dos antigos líderes africanos no desenvolvimento político, económico e social de África".
"Após uma reflexão, tornou-se evidente que a nossa experiência e perícias poderiam contribuir melhor para o desenvolvimento do nosso continente", sublinhou Chissano.
O fórum quer também unir-se ao desafio de "assumir as iniciativas concebidas e financiadas em primeiro lugar pelo continente africano, numa altura em que a África está a experimentar um sentimento de fadiga no que respeita às iniciativas externas", acrescentou o antigo chefe de Estado moçambicano.
Joaquim Chissano sublinhou que os ex-presidentes e chefes de governo africanos têm a obrigação de "colocar a África em primeiro lugar, posicionando o continente como sua primeira prioridade".
Chissano indicou que irão integrar o Fórum antigos chefes de Estado e de governo com credenciais democráticas e um passado na promoção e sustentação da governação democrática nos seus próprios países, sub-região e no continente.
Por seu turno, o actual presidente moçambicano, Armando Guebuza, elogiou a ideia, destacando que vai permitir o aproveitamento das "ricas experiências que os antigos líderes africanos possuem na luta contra os actuais desafios com que o continente se debate".
"Cada um deles (ex-chefes de Estado) têm ricas experiências de luta por uma ordem internacional mais justa, equitativa e democrática e com este gesto pretendem dizer que nunca se diz missão cumprida, quando se tem de servir o povo", sublinhou Guebuza.
O ex-chefe de Estado sul-africano Nelson Mandela afirmou na ocasião que os antigos líderes do continente não pretendem criar polémicas com os actuais governos africanos, mas colocar à disposição das comunidades africanas a "sua sabedoria e experiência na resolução dos problemas que enfrentam".
"Os antigos chefes de Estado, como os anciãos nas culturas africanas, têm autoridade moral para sugerir caminhos na busca de melhores condições de vida para África", enfatizou o primeiro presidente negro da África do Sul.
Dos 24 ex-estadistas que aderiram ao fórum, apenas 16 participam hoje na reunião constitutiva do Fórum dos Antigos Presidentes e chefes de Governo africanos.
Entre os antigos líderes presentes no encontro, estão Henrique Rosa (Guiné-Bissau), Aristides Pereira e António Mascarenhas Monteiro (Cabo Verde), Miguel Trovoada (São Tomé e Príncipe), Kenneth Kaunda (Zâmbia), Yakubo Guwon (Nigéria), Jerry Rawlings (Gana), Qett Masire (Botsuana), Pierre Buyoya (Burundi) e Bakili Muluzi (Malaui), além dos dois ex-chefes de Estado de Moçambique e da África do Sul. (AngolaPress)
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