Maputo, 2 novembro 2007 - Moçambique foi definido pelo governo alemão como um dos quatro países africanos que constituem prioridade na cooperação com a RFA para o alcance dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM). O facto foi revelado ontem pelo Presidente Hoerst Kooler, no início da visita oficial que o Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza, efectua à Alemanha.
Falando a jornalistas momentos após conversações entre os dois estadistas, havidas no Palácio de Bellevue, em Berlim, Hoerst Kooler defendeu que a cooperação entre os dois países é necessária, pois, apesar dos êxitos que o nosso país vem registando em vários domínios, ainda continuam a notar-se altos índices de pobreza, cuja erradicação exige um redobrar de esforços.
Kooler garantiu que a economia do seu país vai estar mais atenta a Moçambique, apostando nas pequenas e médias empresas. Disse que o mais importante no diálogo entre os dois países é a compreensão mútua que permita construir o que chamou de uma “comunidade de aprendizagem” para que a Europa e os EUA, por exemplo, tenham a noção de que um futuro melhor para si também depende do de África.
O Chefe do Estado alemão defendeu que os africanos precisam de ter mais acesso a emprego, combater doenças como a malária e lidar com problemas relacionados com as mudanças climáticas. Segundo afirmou, os africanos precisam de um regime comercial que propicie a geração de empregos, por forma a que não fujam dos seus países para a Europa ou para outros pontos do mundo desenvolvido, muitas vezes fazendo-se transportar em situação de risco de vida.
Kooler defende que o peixe capturado nas águas africanas ou outros recursos de que o continente dispõe deve servir de rendimento, em primeiro lugar, para os próprios africanos. Para que esses ideais sejam efectivamente exequíveis, a aposta deve ser numa cooperação orientada, sobretudo, para o ramo da Educação.
É no quadro desta visão sobre África que tem lugar hoje em Frankfurt um fórum denominado “Iniciativa da Parceria com África”, que se irá dedicar sobretudo a questões relativas à boa governação e no qual tomarão parte os chefes de Estado de Moçambique, Gana, Libéria, Botswana e Benin.
As conversações havidas entre os dois Chefes de Estado foram descritas por Hoerst Kooler como tendo sido muito boas, e nelas foram realçadas as relações bilaterais existentes entre os dois países e povos. O presidente alemão disse ter sido informado pelo seu homólogo sobre os esforços em curso no país para combater a corrupção, bem como visando garantir a segurança de que o ambiente de democracia no país irá prevalecer.
O apoio alemão a Moçambique no último biénio foi de 68.5 milhões de euros. Para o biénio 2007/2009, a Alemanha vai desembolsar 92.5 milhões de euros, devendo ser orientados prioritariamente para a Educação, formação técnico-profissional e descentralização no âmbito do desenvolvimento rural.
O Chefe do Estado moçambicano, que ainda ontem cumpriu um programa de visita que, entre outros, compreendeu uma deslocação ao memorial das vítimas da Segunda Guerra Mundial e da tirania, para além de ter sido obsequiado com um banquete de Estado pelo seu homólogo alemão, destacou a amizade “forte” e a cooperação entre Moçambique e Alemanha, afirmando que a mesma reforça o combate que está a ser travado contra a pobreza.
Armando Guebuza presenciou ainda ao fim da tarde de ontem a assinatura de dois acordos entre Moçambique e Alemanha, respectivamente nos domínios técnico e financeiro. (Notícias/Felisberto Arnaça, em Berlim)
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