Reportagem: Luiz Renato Almeida duração: 2'53" tamanho: 507 Kb
Agência Chasque / 02/07/2007
Agência Chasque / 02/07/2007
Porto Alegre - Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), José Carlos Hennemann, avalia que a instituição está preparada para o novo sistema de cotas e acredita que as contestações judiciais não vão reverter a decisão.
Porto Alegre - A reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) avalia que a instituição está preparada para o novo sistema de cotas e acredita que as contestações judiciais não vão reverter a decisão.
Na última sexta-feira, o Conselho Universitário (Consun) aprovou a adoção do Programa de Ações Afirmativas já no próximo vestibular. Pelo projeto, 30% das vagas de cada curso de graduação serão destinadas a estudantes de escolas públicas. Destas vagas, a metade será destinada àqueles que se declararem negros. Outras dez vagas serão reservadas para indígenas, que não precisam realizar vestibular.
Para o reitor da UFRGS, José Carlos Hennemann, o debate acalorado sobre o sistema de cotas não vai se refletir no dia-a-dia da universidade. “É um tema polêmico e vai continuar sendo polêmico por um bom tempo, mas por outro lado não é algo que vá incidir de forma tão decisiva na vida da universidade. Portanto, a universidade está tranqüila em lidar com esta situação”, afirma.
Hennemann também contesta as opiniões de que a reserva de vagas vá prejudicar a qualidade do ensino na universidade. “Não será algo que vá impactar a universidade do ponto de vista da qualidade, até porque o numero de estudantes que deverão entrar por escolas públicas, já temos um número significativo dentro da universidade. Lógico que não atinge o número compatível com o número de estudantes de ensino médio público no nosso Estado. É uma questão de dar uma oportunidade a mais para estes estudantes”, diz.
O reitor da UFRGS lembra que os cotistas também passarão por vestibular, o que contesta o argumento sobre o mérito. “Os estudantes que entram por este processo passaram no vestibular, no sentido que de foram habilitados. Temos notas mínimas no vestibular e eles passaram por isso. Ou seja, não é um estudante que não foi aprovado. Nós temos um numero mínimo de questões a serem acertadas no vestibular, consequentemente estes estudantes não são desprovidos de mérito para entrar na universidade”, explica.
José Carlos Hennemann afirma que a UFRGS está tomando medidas para melhorar a assistência estudantil, como a ampliação de restaurantes universitários e a criação de programas de reforço escolar. Ele acredita que, com a adoção das cotas raciais e sociais, a UFRGS terá representada, nos seus cursos, a diversidade que existe na sociedade brasileira.
“O que nós teremos, certamente, é aquilo que chamamos de diversidade na universidade. Ou seja, a universidade tendo também uma representação, no seu corpo discente, de setores da sociedade que até então não se faziam presentes”, diz.
A UFRGS é a 17ª instituição federal de ensino superior no Brasil a adotar ações afirmativas. A Universidade Federal de Santa Maria também estuda a possibilidade de implantar cotas ainda em 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário