14/07/2019
12:31, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil) http://www.patrialatina.com.br/venezuela-prepara-se-para-receber-800-liderancas-internacionais-no-foro-de-sao-paulo/
Fania Rodrigues/Brasil
de Fato
Venezuela, comandada por Nicolás Maduro, tornou-se o epicentro de disputas internacionais / PSUV
Evento é considerado maior encontro de partidos e organizações de esquerda da América Latina e começa no dia 25 de julho
Caracas
(Venezuela)
Nos
últimos seis meses, a Venezuela sobreviveu a quatro processos de
desestabilização do governo Nicolás Maduro e se transformou no epicentro
de disputas internacionais que envolvem as maiores potências econômicas e
militares do mundo. Por isso, foi escolhida como sede do Foro de São
Paulo, maior encontro de partidos políticos e organizações de esquerda da
América Latina. Entre os 25 e 28 de julho, o evento receberá 150 delegações com
mais de 800 convidados internacionais já confirmados. Os movimentos e partidos
venezuelanos somam outros 250 delegados.
“Já
chegamos a esses números, e ainda faltam convites por enviar. Nesse encontro,
vamos traçar uma agenda comum de reagir de forma conjunta em relação às ameaças
contra a esquerda”, afirma a deputada constituinte da Venezuela, Tánia Díaz,
integrante da direção nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela
(PSUV), responsável pela organização da 25ª edição do Foro de São
Paulo.
A
deputada explica que as propostas para a construção de uma agenda de ação
em comum entre os países estão em fase final de elaboração. “Nesse Foro, vamos
contrapor as ideias do líder da independência da Venezuela, Simón Bolívar, que
pregava a integração entre as nações americanas e a libertação dos povos,
em comparação com a Doutrina Monroe, dos Estados Unidos. Esse é um dos pontos
aprovados. Os demais ainda estão em construção”, ressalta.
Convidados internacionais
Entre os
participantes internacionais, há convidados de honra como o presidente de Cuba,
Miguel Díaz-Canel, que já confirmou presença, segundo fontes consultadas
pelo Brasil de Fato na ilha caribenha. O presidente
da Nicarágua, Daniel Ortega, e o da Bolívia, Evo Morales, também foram
convidados.
Além dos
tradicionais partidos da América Latina e do Caribe, que são integrantes
permanentes do Foro, foram convidadas organizações da Ásia, Oriente Médio,
África, Europa e Estados Unidos. Entre elas, está uma delegação de 60
membros de movimentos populares estadunidenses que
participarão do Foro de São Paulo pela primeira vez. É o caso do movimento
internacionalista Code Pink, que ocupou a embaixada da Venezuela em Washington,
entre abril e maio, para evitar que ela fosse invadida por aliados do líder
opositor venezuelano, Juan Guaidó.
A
deputada Tánia Díaz elogia a relação fraterna que foi construída entre
os movimentos dos Estados Unidos e a Venezuela. “Convidamos o Code
Pink pois estamos agradecidos pela valentia desse coletivo e a firmeza com
que defendeu a embaixada da Venezuela. Também estão convidados outros
movimentos solidários à Venezuela, assim como organizações com as quais a
Venezuela sempre teve proximidade. O presidente Maduro, assim como o
comandante [ex-presidente] Hugo Chávez, a cada viagem aos EUA se
reúne com movimentos afro-descendentes”, acrescenta a deputada do
PSUV.
Expectativas
O
integrante da direção nacional do PSUV, Roy Daza, concedeu uma entrevista
coletiva esta semana e mencionou a importância e as expectativas
sobre o evento. “Caracas será, sem dúvida, o centro de atenção política de
todas as forças progressistas do mundo que hoje acompanham a Revolução
Bolivariana em solidariedade”, disse.
O
secretário de Assuntos Internacionais do PSUV, Adan Chávez, reafirmou, também
em entrevista coletiva, que um dos objetivos do Foro de São Paulo
é continuar fortalecendo a solidariedade com a Venezuela
diante dos ataques do império estadunidense e seus aliados. Para o
deputado constituinte e irmão do ex-presidente Chávez, solidarizar-se com a
Venezuela é ser solidário com os povos da América Latina.
(Foto/Encerramento do encontro será no
mausoléu do ex-presidente Chávez. (Foto: Governo Venezuelano/Divulgação)
Chávez
lembrou que o Foro de São Paulo começou a ser organizado por iniciativa do
líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e pelo ex-presidente do Brasil, Luiz
Inácio Lula Da Silva (PT), ainda na década de 1990.
O ato de
encerramento do Foro de São Paulo será realizado no Quartel da Montanha 4F,
onde está mausoléu com os restos mortais do líder da Revolução Bolivariana,
Hugo Chávez. O último dia do encontro, 28 de julho, coincide com a celebração
do aniversário de 65 anos do ex-presidente.
Edição: Rodrigo Chagas
*Abya Yala: Terra viva, o nome indígena da América
Latina.No espírito de José Martí e dos povos nativos, Abya Yala é tudo o que
está relacionado com a Nossa América, essa terra viva que vai do Rio Bravo à
Terra do Fogo, passando pelas Caraíbas, sem esquecer as primeiras nações da
América do Norte.
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