sexta-feira, 17 de junho de 2016

Guerra não convencional contra a Venezuela/Clefs de la guerre non conventionnelle contre le Venezuela



17 junho 2016, Resistir.info http://resistir.info (Portugal)

por Gustavo Borges Revilla, Diego Sequera*

A Venezuela é um país neste momento sitiado. No país são aplicados novos métodos de guerra alternativos concebidos nos laboratórios dos serviços secretos dos EUA e outros países poderosos. No futuro imediato o objetivo é tirar o chavismo do poder. Posteriormente, eliminar todas as formas da participação maciça do povo na política, fazer desaparecer o chavismo como proposta civilizacional e enterrá-lo como um precedente na região e referência ética para outros movimentos globais.

Os diferentes métodos usados para destruir qualquer sinal de estabilidade e de força do chavismo para a Venezuela passam pelas agressões financeiras, culturais, económicas, políticas, militares e morais.

Ao terminar este documento, numa semana sucederam-se duas pequenas marchas da oposição caracterizadas por uma baixa taxa de participação e também pela colocação em cena de surtos premeditados de "confronto" perante um exército de câmaras e telefones em ligação direta com todos os grandes media mundiais (The New York Times, The Washington Post, Wall Street Journal, Bloomberg, The Economist, CNN, Fox News, NBC, etc,).

O última destas marchas, a 18 de maio, terminou com uma tentativa de linchamento pela técnica do "enxame" (swarming) contra um oficial feminino da polícia nacional Bolivariana por provocadores profissionais de guerrilha urbana, estudantes embrutecidos e
lumpen.

Na mesma semana, os media mais poderosos do planeta (e dois da imprensa espanhola) aumentaram seu assédio. O agrupamento dos media em cartéis unificou os argumentos contra a Venezuela, o que indica a entrada numa nova fase do processo de guerra não convencional, tenazes geopolíticas e procura do colapso interno. Houve 1135 informações agressivas.

Como o Presidente denunciou, evidencia-se um salto qualitativo em comparação com o modelo pré-existente de agressão. O único precedente de um assédio semelhante terá sido na Líbia em 2011 e sabemos como isso acabou.

Ao mesmo tempo, Alvaro Uribe procura a intervenção militar estrangeira "que proteja a oposição", José María Aznar fala da urgência de uma "mudança de regime", Joe Biden, disse que a Venezuela continuou a cometer "violações graves dos direitos humanos", Federica Mogherini fala de "restrições das liberdades" e John Kerry, em coordenação total, diz que Washington "apoia a Carta Democrática da OEA contra a Venezuela". Tudo isso em menos de 30 dias. A escalada na guerra contra a Venezuela atingiu sua aceleração máxima.

A Venezuela é vítima de um cenário que combina todos os elementos das novas guerras. As modalidades da agressão procuram aumentar a fraqueza e o caos interno de diferentes maneiras.

1. A guerra económica, as agressões financeiras e a crise induzida.
Nestes últimos três anos a Venezuela sofreu uma agressão sistemática à sua vida económica, concertada entre os diferentes agentes e atores dos meios económicos nacionais e internacionais. Os ataques de maior envergadura quebraram a dinâmica económica interna, causando uma enorme deterioração da qualidade de vida da população.

Os procedimentos usados para interromper a atividade económica na Venezuela partem de uma concepção nova por múltiplos fatores, usando agentes poderosos e pequenos comerciantes para formar uma corrente que atua em várias frentes:

– Desvio de mercadorias e especulação ; desvio pelos grandes distribuidores de mercadorias para o comércio ilegal, para mercados de rua itinerantes ou municipais, restaurantes de luxo, onde os controles de preço não são realizados e a especulação é superior a 2000%, utilização de matérias-primas, financiadas pelo Estado venezuelano para produzir outros bens, provocando a escassez de produtos.

– Açambarcamento : Manter toneladas de alimentos e outros produtos em grandes armazéns para venda através de canais ilegais a preços exorbitantes. O objetivo da guerra econômica contra a Venezuela é que as pessoas não possam comprar alimentos.

– Deitar fora e queimar alimentos : 4.000 kg de frango em estado de decomposição foram deitados fora por uma das mais importantes cadeias de lojas na Venezuela, os Hipermercados Occidente. Noutras zonas do país, a mesma coisa se repete: chefes de empresa e distribuidores deixam apodrecer alimentos.

– Utilização de máfias em cumplicidade com distribuidores retiram grandes quantidades de alimentos das lojas para depois os venderem a um preço 5 000 vezes superior nas ruas, alimentando a inflação e impedindo o acesso da população a esses produtos.

– Fuga de capitais e redução das importações : o patronato venezuelano (agrupado em organizações como Fedecamaras e Consecomercio, os dois principais cartéis económicos no país) tem 30 mil milhões de dólares depositados em bancos fora da Venezuela. A mesma quantidade de divisas que entrou no país com a venda de petróleo durante todo o ano de 2015. Esses capitais que não entram na economia venezuelana paralisam e fazem estagnar a produção dos sectores de prioritários para o consumo da população.

A guerra económica usa vários processos para organizar a escassez de produtos básicos e aumentar seus preços. A sua finalidade é provocar constantemente filas de espera e que menos venezuelanos tenham acesso a alimentos. Procura-se causar a fome e o desespero seja devido a preços altos ou à escassez. Tudo isto para levar o povo a reduzir o apoio e a legitimidade do Presidente Nicolás Maduro responsabilizando-o por estes atos.

2. A guerra no território. Os paramilitares, a guerra ilegal e os bandos criminosos.
Nos últimos anos a Venezuela viu criarem-se formações privadas e ilegais de homens armados e treinados com claros fins políticos e militares. Trata-se de exércitos paramilitares que ganharam impulso com a crise económica provocada, procurando tornar-se um exército único através de alianças com grupos criminosos que nasceram na Venezuela a seguir à deslocalização das organizações ditas de autodefesa colombiana e o tráfico de droga, cujos dirigentes estiveram juntos na prisão.

Um esquema muito semelhante foi desenvolvido há alguns anos atrás na Síria e no Iraque com os "exércitos livres" que lutam contra "o regime" e que controlam o território como uma autoridade soberana que se alimenta dos canais estratégicos de circulação de rendimentos e do capital. Na Venezuela, estes exércitos recebem um apoio semipúblico e encoberto de financeiros e agentes de Estados estrangeiros que obedecem a uma agenda que favorece, obviamente, potências estrangeiras e grandes empresas do petróleo e da energia.

Estes novos exércitos e estes grupos criminosos usam mecanismos sofisticados para realizar suas ações no território. Possuem uma logística tecnológica como drones e aparelhos para interceptar chamadas para os dispositivos de intervenção. Estabeleceram redes de informação no território ocupado e fora dele infiltrando o tecido social das populações mais pobres. E todos têm o mesmo inimigo comum, um objetivo político partilhado: o Estado venezuelano e as forças de segurança.

Há algumas semanas, as forças de segurança enfrentaram e neutralizaram com poucos dias de intervalo, dois chefes de megabandos criminosos que descreveram o que acabamos de dizer.

Trata-se de José Antonio Colina Tovar, El Picure, que agia numa posição geoestratégica no território venezuelano. A poucos quilómetros do centro exato do país, no estado mais central de todos (Guárico). Este megabando colocava-se num ponto de passagem para qualquer direção, com vias de grande importância nas proximidades.

A internet e os media em papel tinham feito de El Picure um mito concedendo-lhe, bem como aos seus crimes, um tratamento privilegiado. Ele usufruía de uma representação privilegiada como um arquétipo do Robin dos Bosques (amado pelo povo que receberia generosos presentes que ele expropriava ao mau governo, sem revelarem os seus crimes e assassinatos). Seus talentos eram sobreavaliados ao ponto torná-lo intocável. Ele foi levado para a Assembleia Nacional pela atual maioria parlamentar. E saiu em festa para comemorar a vitória da oposição nas eleições de 6 de dezembro de 2015.

Três dias depois da morte de Tovar Colina, foi abatido Jamilton Andrés Suárez Ulloa, El Topo, perto de El Callao, na região de mineração do Sul do Estado Bolívar. El Topo, que foi paramilitar na Colômbia na sua juventude, foi o responsável direto por um massacre perpetrado contra um grupo de 17 mineiros nesta área. Foi um crime que chocou a nação e que nos leva a um conjunto muito pesado de questões sobre esta zona.

El Topo operou um território estratégico no sul da Venezuela conhecido como o Arco Mineiro, uma região de riquezas muito importantes em minerais abertamente cobiçado por empresas internacionais. O seu valor estratégico é tal que tanto pelas suas reservas como pela qualidade dos recursos minerais, especialistas consideram a possibilidade de fazer um novo salto tecnológico a partir apenas do que até ao presente está dado como existente sem ser extraído. Além do ouro, dos chamados "minerais raros" (tório, nióbio, vanádio, coltan-colombo e tântalo etc) existem jazidas de diamantes. Como se vê, estes bandos criminosos irradiam a geopolítica e o interesse declarado ou obscuro pela gestão direta de recursos muito sensíveis e de interesse global.

Se algo se torna claro no dossier de Topo e de Picure é a instalação de um braço armado nas táticas da política neoliberal de terra queimada – também aplicadas noutros países. "Atrás dos paramilitares deslocando os camponeses, chegam as transnacionais do óleo de palma", relatou o comandante paramilitar colombiano Jorge Ivan Laverde aliás El Iguano (o iguana) numa triste história da guerra colombiana.

A resposta do Estado a estes novos mecanismos híbridos de exércitos paramilitares foi a "Operação de libertação e proteção do povo". Os seus resultados foram agora demonstrados (todos os dias, líderes caem e bandos são desmantelados). Esta operação foi objeto de uma forte e custosa campanha de descrédito e criminalização que enche os relatos de falsidades sobre o falhanço do Estado, quando é precisamente uma operação que inverte estes fatores de desestabilização. Nos media, ONG financiadas por organizações estrangeiras e entidades do Departamento de Estado dos EUA, a soberania da Venezuela é criminalizada.

3 - A guerra mediática, a propaganda e os falsos relatos
Foram escritas 1315 notas negativas sobre a Venezuela nestes últimos três meses em Bogotá, Madrid e Miami. Os media pertencentes ao grande capital, com grande influência global e regional, implantaram uma campanha feroz para mobilizar a opinião pública mundial em apoio a uma intervenção internacional na Venezuela. Conglomerados de media superpoderosos como The New York Times, The Washington Post, The Wall Street Journal, Bloomberg e The Economist estão na origem dos ataques sistemáticos contra a Venezuela, e a partir daqui reproduzidos em uníssono pelos outros meios de comunicação na Europa e América Latina.
"A Venezuela é a resposta ao que aconteceria se um cartel da droga economicamente analfabeto assumisse um país" escreveu em 19 de maio deste ano, Matt O'Brien, responsável para a América Latina do jornal norte-americano The Washington Post, no seu último artigo. (A Venezuela à beira de um completo colapso económico). Este jornalista e dezenas de seus colegas apoiam os seus artigos com índices do FMI e outras organizações que dependem de grupos de pressão políticos e financeiros com grande interesse na mudança de regime ou num golpe de estado na Venezuela, um país que possui as reservas de petróleo mais importantes do mundo e incontáveis reservas minerais de ouro e de " minerais raros".

Na Europa, dois grandes meios de comunicação dirigem a fabricação de argumentos, relatos falsos, manipulação, meias verdades, desinformação e calúnias contra a Venezuela: El País (Propriedade da BNP Paribas, Bank of America e Deutsche Bank) e ABC (Propriedade de bancos BBVA, Santander e Lazard). O pico mais alto de infofrenia e demência comunicacional contra a Venezuela foi em 19 de maio, dia em que 74 informações foram publicadas nos mais importantes media em papel e digitais.

A este nível, a forma vai para segundo plano e formaliza-se (uma vez mais) o uso sistemático contra a Venezuela, do "princípio da renovação" de Goebbels: "é preciso constantemente divulgar novas informações e novos argumentos a um ritmo tal que, quando o adversário responde o público já se interessa para outra coisa. As respostas do oponente nunca devem parar o crescente nível das acusações".

O objetivo é que a população mude a percepção e o controlo do espírito a fim de que a responsabilidade pela crise seja deslocada para o governo. Embora nos últimos meses as notícias tenham sido deslocadas para audiências externas a fim de legitimar ações internacionais de modo a martelar no país e no exterior três narrativas: "Crise humanitária", "Estado que fracassou", "intervenção internacional".

No interior, os media tradicionais (El Nacional, 2001, Globovisión, etc) e novos meios de comunicação digitais justificam diariamente as histórias que vêm do exterior e servem de placa giratória para mobilizar os grupos radicais e as declarações sensacionalistas dos medíocres líderes dos partidos da oposição.

A criminalização do exército e dos organismos de segurança do Estado é uma tarefa essencial dos media venezuelanos ligados a sectores muito poderosos do patronato.

O controlo permanente dos danos que os jornalistas e os meios de comunicação oferecem aos sectores paramilitares e gangues criminosos também representa algo de inédito na Venezuela. Eles protegem e transformam em mito a imagem de chefes criminosos notórios, procurados na Venezuela pela Interpol. El Picure, no momento em que foi abatido após anos de trabalho dos serviços de informações do Estado, teve tratamento preferencial na internet e redes sociais nos meios de comunicação que fizeram uma triste tentativa para minimizar o progresso efetivo das forças de segurança do Estado contra as estruturas criminosas e paramilitares.

Colocando palavras-chave estratégicas em redes sociais e nas primeiras páginas dos jornais como "assassinado", evidenciaram a relação de interesse entre esses meios de comunicação e os bandos. O objetivo – não tão escondido – é classificar como "assassinos" o corpo de segurança de Estado e aumentar ainda mais o esquema de violações dos direitos humanos. Tentando apagar elementos que põem em evidência o estado de guerra total em que se encontra a Venezuela. El Picure, tem de passar a qualquer preço por vítima, mesmo que combatesse com armas e granadas.

Fazer do assassino uma vítima e violar a soberania e a segurança da nação fecha o círculo das óbvias cumplicidades entre os media venezuelanos, os novos bandos criminosas e paramilitares e os políticos da oposição. Todos focados no mesmo objetivo: desalojar o chavismo do poder por qualquer meio.

4 - A guerra não convencional: "senso comum" e antipolítica "constitucional"
Com as novas guerras, as conspirações, os complôs obscuros das potências mundiais, acontece a mesma coisa que com uma bactéria: pode-se acreditar que não existem porque não se "vêm" e no entanto, fazem o seu trabalho e seus efeitos vêem-se. O ceticismo é também um produto dessa indústria.

As guerras atuais ultrapassam todo o modelo conceptual que as define como tais agravando-se em aspectos que convencionalmente podiam ser considerados como "'não militares" atacando todos os ciclos de atividade da sociedade venezuelana desde a paralisia da economia à criação de uma neurose mediática, a instalação permanente da fobia e da rejeição do que é político e da política, ao profundo esgotamento da vida quotidiana impondo filas para comprar alimentos e medicamentos. Tudo isto define perfeitamente um ciclo de desestabilização e ensaio de novos métodos para destruir do exterior um país.

A guerra não convencional que ocorre contra a Venezuela tem por objetivo principal o psicológico, o físico, o económico e o bem-estar, por isso eles realizam multiplas ações de sabotagem de serviços básicos e fundamentais (sistema elétrico e água), além da paramilitarização do submundo. Tudo isto instalado pela força com a promoção em paralelo pelos media.

Moisés Naím intitula um de seus artigos escritos no El Nacional em 15 de maio de 2016: «Venezuela: como viver num estado que falhou? '

O Decreto de Obama e a proposta da lei de Amnistia e Reconciliação Nacional da oposição na Assembleia Nacional projetam a mesma narrativa sob diferentes ângulos usando as ONGs como fontes "de informação" habitual que, através de múltiplas manipulações, confirmam a imagem da Venezuela como uma nova Sérvia, nova Somália, novo Afeganistão, novo Iraque, nova Líbia, nova Síria.

O Decreto de Obama coroa a versão do ocidente que dá o seu aval à versão de Estado pária-totalitário que fracassou enquanto a lei de amnistia pretende negar e anular os crimes políticos, as responsabilidades históricas do passado começando pelo ciclo da insurreição de 12 de fevereiro de 2014, que é precisamente o ponto de partida do Decreto de Obama.

Num despacho interno CIA de 1967, assinala-se a necessidade de qualificar como "teóricos da conspiração", para os desacreditar, os que denunciem um certo número de factos que na verdade, mais se aproximam da realidade.

Neste ponto, se se nega tudo sem conceder um mínimo de possibilidades, tal obedece a três razões: ou é cegueira que produz o dogma político e ideológico ou se participa conscientemente no processo de desestabilização ou se é suficientemente ignorante e adormecido por mecanismos de alienação sob todas as suas formas.

5 - Que fazer? Verdade e método contra o golpe de estado acelerado e em marcha
Após descrever como foi configurada a maior operação geopolítica semi-secreta da região (e provavelmente do mundo), contra a Venezuela chavista, podemos traçar algumas conclusões que funcionarão como dicas para a ação. A saber:

– Risco, método e capacidade de imaginação . Os novos métodos empregados contra países soberanos pela aplicação dos princípios da guerra não-convencional excederam sempre os antídotos e mecanismos tradicionais obsoletos de operações semelhantes do passado. O jornalístico, o académico, a dogmática e o tradicional passaram diretamente da História sem reciclagem. Há necessidade hoje de novos níveis de audácia que tornem indecifrável o confronto com o superpoder das transnacionais. A investigação através de fontes abertas, a sobrestimação política do que parece sem importância, a capacidade de unir o que parece irrelevante e o risco de designar o que em tempo de paz, alguns poderiam considerar como teoria da conspiração constitui o primeiro passo. Porque estas guerras são guerras que têm como alvo central a população civil e, portanto, é tarefa de todos.

– Recepção e resistência. Todos os factos políticos, informações, qualquer mensagem da rua, toda realização linguística, toda realidade que se torna citação uma vez dita provem de um emissor condicionado. Como método eficaz, ler tudo e receber o conteúdo dos grandes media sem nenhum intermediário para então desmontá-los de forma crítica. E como ponto de partida crítico para o demonstrar, Mision Verdad tem quase quatro anos de análise ininterrupta.

– «Follow the money». A luta de classes nunca para. Unindo os pontos comuns entre os atores políticos e do capital financeiro local e global, desenvolvendo um mapa das relações que assinalam muito claramente os interesses, os objetivos e alianças do poder, contra a Venezuela e no resto do mundo.
– A Venezuela e a geopolítica global . Premissa chave: a Síria é o mundo, a Venezuela também o é. Que as consequências de três anos de cerco mediático não sejam tão visíveis, não tornam menos verdadeiro o facto de que se a Venezuela cair vós caireis também e a contra-revolução oligárquica quase terá ganho.

– Solidariedade real, ativa e honesta . Atos simbólicos e manifestações de rua não valem nada se seu conteúdo não estiver absolutamente de acordo com o que se passa na Venezuela. A primeira linha de ação de solidariedade refere-se estritamente ao domínio da comunicação e deve estar de acordo com o objetivo de fazer parar os reais efeitos da narrativa única do inimigo.

– Dados de problemas idênticos . Não é uma coincidência se este Verão, se vir uma escalada sem precedentes na Síria, for escolhido este momento para realizar o golpe final na Venezuela e se a Ucrânia estiver definitivamente fragmentada. Estes são os três principais movimentos que o labirinto do Império realizará na sua situação eleitoral inédita.

– Ideia preconcebida. As linhas ideológicas não apenas foram alteradas, mas são fracturadas até se tornarem um instrumento que atue contra governos populares e democracias radicais. Desconfie-se dos discursos académicos, como se se tratasse de Hillary Clinton.

*Diretor e Redator chefe de misionverdad.com/

A versão em francês encontra-se em
www.legrandsoir.info/.... Tradução de DVC.  


---------------------

Venezuela : clefs de la guerre non conventionnelle contre le Venezuela (Mision Verdad)
30 mai 2016, Le Grand Soir http://www.legrandsoir.info

Gustavo Borges Revilla, Diego Sequera

Le Venezuela est un pays qui en ce moment même est assiégé. Sur ce pays sont appliquées de nouvelles méthodes de Guerre Non Conventionnelle conçues dans les laboratoires des services de renseignement des Etats-Unis et d’autres pays puisants. Dans l’immédiat, l’objectif est de chasser le chavisme du pouvoir. Par la suite, effacer tout exemple de participation massive du peuple à la politique. Faire disparaître le chavisme en tant que proposition de civilisation et l’enterrer en tant que précédent dans la région et ancrage éthique d’autres mouvements mondiaux.
Les différentes méthodes utilisées pour détruire tout signe de stabilité et de force du chavisme au Venezuela passent par les agressions financières, culturelles, énergétiques, économiques, alimentaires, politiques, militaires et morales.
Comme je terminais ce document (20 mai), en une semaine se sont succédées 2 petites marches de l’opposition caractérisées par une faible participation et aussi par la mise en scène préméditée de foyers de « confrontation » face à une armée de caméras et de téléphones en liaison directe avec tous les médias des corporations mondiales (The New York Times, The Washington Post, The Wall Street Journal, Bloomberg, The Economist, CNN, Fox News, NBC, etc,).
La dernière de ces marches, mercredi 18 mai, s’est achevée par une tentative de lynchage par la technique du « swarming » contre une femme officier de la Police Nationale Bolivarienne par des provocateurs professionnels de guérilla urbaine, des étudiants abrutis et lumpen activo.
La même semaine, les grands médias les plus puissants de la planète (et 2 médias espagnols) ont augmenté leur harcèlement. Le regroupement des médias en cartels a unifié tous les arguments contre le Venezuela, ce qui indique indiscutablement l’entrée dans une nouvelle phase du processus de guerre non conventionnelle, de tenailles géopolitiques et de recherche de l’effondrement intérieur. Il y a eu 1 135 informations agressives de plus. Comme l’a dénoncé le Président, on met en évidence un saut qualitatif par rapport au modèle d’agression pré-existant. L’unique précédent d’un semblable harcèlement a été la Libye en 2011 et nous savons comment ça a fini.
Parallèlement, Álvaro Uribe demande une intervention militaire étrangère “qui protège l’opposition”, José María Aznar parle de la nécessité urgente d’un « changement de régime », Joe Biden, déclare que le Venezuela continue à commettre de « graves violations des droits de l’homme », Federica Mogherini parle de « restrictions des libertés civiles » et John Kerry, en totale coordination, avoue depuis Washington « soutenir la Charte Démocratique de l’OEA contre le Venezuela ». Tout cela en moins de 30 jours. L’escalade dans la guerre contre le Venezuela a atteint son accélération maximale.
Le Venezuela est victime d’un scénario qui combine tous les éléments des nouvelles guerres. Les modalités d’agression augmentent l’affaiblissement et le chaos intérieur de différentes façons.
1.La guerre économique, les agressions financières et la crise induite.
Ces 3 dernières années, le Venezuela a subi une falsification systématique de la vie économique, concertée entre différents agents et différents acteurs de l’environnement économique national et international. Les attaques de plus grande envergure ont brisé la dynamique économique intérieure en provoquant une détérioration massive de la qualité de la vie de la population.
Les procédures utilisées pour perturber l’activité économique au Venezuela partent d’une conception inédite à facteurs multiples, utilise des agents puissants et de petits commerçants pour former une chaîne puissante qui agit sur plusieurs fronts :
·         Détournement de marchandises et spéculation  : De grands distributeurs détournement des produits de base vers le commerce illégal, de gros, de détail, vers des marchés de rues itinérants ou municipaux, des restaurants de luxe où les contrôles des prix ne sont pas effectués et la spéculation est supérieure à 2000%.
·         Simplification de la production de biens : Utilisation des matières premières subventionnées par les dollars de l’Etat vénézuélien pour produire des marchandises de plus grande taille, ce qui provoquera la pénurie et fera qu’il y aura moins d’unités produites qui pourront être achetées.
·         Accaparement : Garder des tonnes d’aliments et d’autres produits dans de grands hangars pour les vendre par des voies illégales à des prix exorbitants. Le but de la guerre économique contre le Venezuela est que les gens ne puissant pas acheter d’aliments.
·         Jeter et brûler des aliments : 4 000 kg de poulet en état de décomposition ont été jetés par l’une des plus importantes chaînes de commerces au Venezuela, Hipermercados Occidente. Dans d’autres zones du pays, la même chose se répète : des chefs d’entreprises et des distributeurs laissent pourrir la nourriture.
·         Bachaqueo : Mafias complices avec des distributeurs pour sortir de grandes quantités d’aliments des commerces pour ensuite les vendre à un prix 5 000 fois supérieur dans la rue, ce qui alimente l’inflation et empêche la population d’accéder à ces produits.
·         Fuite des capitaux et diminution des importations : Le patronat vénézuélien (regroupé dans des organisations comme Fedecámaras et Consecomercio, les 2 principaux cartels économiques du pays) possède 30 000 millions de dollars déposés dans des banques hors du Venezuela. La quantité même de devises qui sont entrées dans le pays pour la vente du pétrole dans toute l’année 2015. Ces capitaux qui ne sont pas entrés dans l’économie vénézuélienne paralysent et font stagner la production des secteurs prioritaires pour la consommation de la population.
La guerre économique utilise divers procédés pour organiser la pénurie de produits de base et faire augmenter leurs prix. Son but est de provoquer constamment des queues et que de moins en moins de Vénézuéliens accèdent aux aliments. Ils cherchent à provoquer la faim et le désespoir soit à cause des prix élevés des produits soit à cause des pénuries. Tout cela uniquement pour anéantir le soutien du peuple et la légitimité politique du président Nicolás Maduro en en rendant responsable la gestion du gouvernement.
2. La guerre sur le territoire. Le para-militarisme, la guerre illégale et les bandes criminelles.
Ces dernières années, le Venezuela a vu se créer des formations privées et illégales d’hommes armés et entraînés dans des buts politiques et militaires clairs. Il s’agit d’une armée paramilitaire qui a pris de l’ampleur en même temps que la crise économique induite et qui cherche à devenir une seule armée standardisée en établissant des alliances avec des bandes criminelles qui sont nées au Venezuela suite au déplacement des organisations d’autodéfense colombiennes et du trafic de drogues dont les membres de la direction ont été ensemble en prison. Un schéma très similaire à celui qui a été développé il y a à peine quelques années en Syrie et en Irak avec les « armées libres » qui luttent contre « le régime » et qui contrôlent le territoire en tant qu’autorité souveraine qui se nourrit des canaux stratégiques de circulation de la rente et du capital. Au Venezuela, ces armées reçoivent le soutien semi-public et voilé d’acteurs financiers et d’agents d’états étrangers qui obéissent à un ordre du jour qui favorise, évidemment, les puissances étrangères et les corporations de l’énergie et du pétrole.
Ces nouvelles armées et ces bandes criminelles utilisent des mécanismes sophistiqués pour exécuter leurs actions sur le territoire. Ils possèdent une logistique technologique comme des drones et des appareils pour intercepter les appels et des appareils d’intervention. Elles ont établi des réseaux de renseignement sur le territoire occupé et hors de celui-ci en s’infiltrant dans le tissu social des populations les plus pauvres. Et toutes ont le même ennemi commun, c’est à dire un but politique partagé : l’Etat vénézuélien et les corps de sécurité.
Quelques semaines plus tard, les organismes se sont affrontés et ont neutralisé, à quelques jours d’intervalle, 2 chefs de méga-bandes criminelles qui ont décrit ce dont on vient de parler.
-Il s’agit, d’un côté de José Antonio Tovar Colina, alias El Picure qui agissait depuis une position géostratégique sur le territoire vénézuélien. A quelques kilomètres du centre exact du pays, dans l’état le plus central de tous (Guárico), du sud d’Aragua (Barbacoas) jusqu’au nord de Guárico (El Sombrero). Cette méga-bande se plaçait au point de passage vers n’importe quelle direction avec des voies de grande importance à proximité.
Les médias d’internet et les médias papier de toujours ont fait un mythe d’El Picure et lui ont toujours accordé, ainsi qu’à ses crimes, un traitement privilégié. Il a joui d’une représentation privilégiée déguisée sous l’archétype de Robin des Bois (chéri par son peuple qui reçoit les généreux présents dont il a exproprié le mauvais gouvernement sans rappeler ses massacres et ses assassinats). Ses talents ont été surévalués au point de le rendre intouchable, il a été hissé jusqu’à l’Assemblée Nationale par l’actuelle majorité parlementaire. Il est sorti en bande célébrer la victoire de l’opposition aux élections du 6 décembre 2015.
-Trois jours après la mort de Tovar Colina a été abattu Jamilton Andrés Suárez Ulloa, alias El Topo, près d’El Callao, dans la région minière du sud de l’état de Bolívar. El Topo, qui fut paramilitaire en Colombie dans sa jeunesse, fut le responsable direct d’un massacre perpétré contre un groupe de (17) mineurs dans cette zone. C’est un crime qui a bouleversé la nation et qui traîne avec lui un petit lot, mais lourd, de questions sur cette zone.
El Topo opérait sur un territoire stratégique au sud du Venezuela connu comme l’Arc Minier, une région de très importante richesse en minerais ouvertement convoitée par le courtage international. Et sa valeur stratégique est telle qu’aussi bien pour ses réserves que pour sa qualité à cause du kilatage des ressources en minerais, des experts envisagent la possibilité de faire un nouveau saut technologique à partir seulement de ce qui est déclaré jusqu’à présent comme existant sans être extrait de cette zone. Au delà de l’or, ce sont ce qu’on appelle les « minerais rares » (thorium, nobio, vanadium, coltan, -colombo et tantale etc...) et dans le cas particulier des gisements de diamants. Comme on le voit, autour de ces bandes criminelles rayonnent la géopolitique et l’intérêt déclaré et obscur pour le gestion directe des ressources très sensibles et d’intérêt global.
Si quelque chose rend clair le dossier Topo et le dossier Picure, c’est l’installation d’une avant-garde, d’un bras armé de l’ordre du jour néo-libéral dans sa tactique – et appliqué à d’autres pays – de terre brûlée. « Derrière les paramilitaires déplaçant les paysans, arrivent les transnationales de la palme africaine », signalait le commandant paramilitaire colombien Jorge Iván Laverde alias El Iguano (L’iguane) dans un récit de la triste histoire de la guerre colombienne.
La réponse de l’Etat à ces nouveaux mécanismes hybrides d’armées paramilitaires a été l’Opération de Libération et de Protection du Peuple (OLP). Ses résultats ont été démontrés (tous les jours, des dirigeants tombent et des bandes sont démantelées) et actuellement, cette opération subit une forte et coûteuse campagne de discrédit, de criminalisation qui engraisse le faux dossier de l’Etat qui a échoué alors que précisément, il s’agit d’une opération qui renverse ces facteurs. Tout cela vient de médias et d’ONG financés par des organismes étrangers et des entités du Département d’Etat des Etats-Unis. La souveraineté du Venezuela est criminalisée.
3- La guerre médiatique, la propagande et les faux récits
1.315 notes négatives ont été écrites sur le Venezuela pendant ces 3 derniers mois seulement à Bogotá, Madrid et Miami. Des médias corporatifs de grande influence mondiale et régionale ont déployé une campagne féroce pour mobiliser l’opinion publique mondiale en faveur d’une intervention internationale au Venezuela. Des conglomérats de médias corporatifs super puissants comme The New York Times, The Washington Post, The Wall Street Journal, Bloomberg, The Economist sont à l’origine des agressions systématiques contre le Venezuela, partant de là et reproduites à l’unisson par les autres médias d’Europe et d’Amérique Latine.
« Le Venezuela est la réponse à ce qui arriverait si un cartel de drogues économiquement analphabète prenait en charge un pays » écrivait le 19 mai de cette année Matt O’Brien, responsable de l’ Amérique Latine au journal nord-américain The Washington Post, dans son dernier article. (Venezuela is on the brink of a complete economic collapse). L’opinion de ce journaliste et de dizaines de ses collègues soutiennent leurs sentences avec des indices du fonds Monétaire International et d’autres organismes qui dépendent de lobbys politiques et financiers qui ont un grand intérêt au changement de régime ou au coup d’Etat au Venezuela, un pays qui possède les réserves de pétrole lourd et extra-lourd les plus importantes du monde et – je l’ai déjà dit – des réserves innombrables de minerais comme l’or et ce qu’on appelle les « minerais rares ».
Du côté de l’Europe, deux grands médias dirigent la fabrication des arguments, des faux récits, de la manipulation, medias verdades, de la désinformation et des calomnies contre le Venezuela : El País ( propiété de BNP Paribas, Bank of America et Deutsche Bank) et ABC (propriété des banques BBVA, Santander et Lazard). Le pic le plus haut d’infofrénia et de démence communicationnelle contre le Venezuela a été le 19 mai, jour où 74 informations dans les médias papier et digitaux les plus importants ont été publiées.
Et à ce niveau, la forme passe au second plan et on officialise (une fois de plus) l’utilisation systématique contre le Venezuela du principe de Renouvellement de Goebbels : « Il faut diffuser constamment de nouvelles informations et de nouveaux arguments à un tel rythme que, quand l’adversaire répond, le public s’intéresse déjà à autre chose. Les réponses de l’adversaire ne doivent jamais pouvoir arrêter le niveau croissant des accusations ».
A l’intérieur, les médias traditionnels (El Nacional, 2001, Globovisión, etc.) et les nouveaux médias digitaux justifient quotidiennement le récit venu de l’étranger qui sert de plaque tournante aux groupes radicaux mobilisés et aux déclarations retentissantes des leaders médiocres des partis d’opposition.
Le but est que la population change de perception et le contrôle de l’esprit pour déplacer la responsabilité de la crise vers le gouvernement. Même si ces derniers mois, le récit s’est déplacé vers des audiencias extérieures pour légitimer des actions internationales en installant 3 récits répétés jusqu’à l’indigestion dans le pays et à l’étranger : « Crise humanitaire », « Etat qui a échoué », « Intervention internationale ».
La criminalisation des corps de l’Armée et de la sécurité de l’Etat est une tâche essentielle du groupe de médias vénézuéliens liés à des secteurs du patronat très puissants.
Le contrôle permanent des dégâts que les journalistes et les médias offrent à des secteurs du para-militarisme et aux bandes criminelles représente aussi quelque chose d’inédit au Venezuela. Ils protègent et transforment en mythe l’image de leaders criminels notoires, recherchés au Venezuela et par Interpol. El Picure, au moment où il a été abattu après des années de travail de renseignement, a eu un traitement privilégié sur internet et sur les réseaux sociaux des principaux médias qui ont fait une triste tentative pour minimiser les avancées efficaces des corps de sécurité de l’Etat face à ces structures criminelles et paramilitaires.
En plaçant des mots clefs stratégiques sur les réseaux sociaux et dans les premières pages des journaux comme « assassiné », ils ont mis en évidence la relation d’intérêt entre eux (les médias) et les bandes. Le but – pas tellement caché – passe par le fait d’étiqueter les corps de sécurité de l’Etat comme criminels et « assassins » pour grossir encore plus le faible schéma des violations des droits de l’homme. En effaçant ou en essayant d’effacer les éléments qui mettent en évidence (avec une évidence insupportable) l’état de guerre totale dans lequel se trouve le Venezuela. A n’importe quel prix, El Picure doit passer pour une victime même alors qu’il combattait avec des fusils, des grenades, des pistolets.
Faire de l’assassin une victime et porter atteinte à la souveraineté et à la sécurité de la nation clôt le cercle des complicités évidentes entre les médias vénézuéliens, les nouvelles bandes criminelles et paramilitaires et les hommes politiques de l’opposition. Tous concentrés sur le même but : déloger le chavisme du pouvoir par n’importe quel moyen.
4-La guerre non conventionnelle : « sentiment commun » et anti-politique « constitutionnelle »
Avec les nouvelles guerres, les conspirations, les complots obscurs des pouvoirs mondiaux, il arrive la même chose qu’avec une bactérie : tu peux croire qu’ils n’existent pas parce que tu ne « les vois pas » et cependant, ils feront leur travail et ses effets se verront. Le scepticisme aussi est un produit de l’industrie.
Les guerres d’aujourd’hui vont au-delà de tout le modèle conceptuel qui les définit en tant que telles pour s’aggraver dans les aspects qui, conventionnellement, pourraient être considérés comme « non militaires » en accaparant et en attaquant tous les cycles de l’activité de la société vénézuélienne depuis la panne de l’économie en passant par la création d’une névrose médiatique, l’installation permanente de phobie et de rejet du politique et de la politique, le profond épuisement de la vie quotidienne imposant des queues pour faire ses achats d’aliments et de médicaments. Tout cela définit parfaitement un cycle de déstabilisation et d’essais de nouvelles méthodes pour fondre depuis l’extérieur sur tout un pays.
La guerre non conventionnelle qui se met en place aujourd’hui même contre le Venezuela a pour objectif primaire le psychique, le physique, l’économique et le bien-être, c’est pourquoi ils réalisent de multiples actions de sabotage des services de base et fondamentaux (système électrique et eau) en plus de la para-militarisation de la pègre. Tout cela ensemble installe par la force l’état qui a échoué dont parlent parallèlement ou ensuite les médias.
Moises Naim intitule un de ses articles écrit pour El Nacional le 15 mai 2016 « Venezuela : comment vivre dans un Etat qui a échoué ? »
Le Décret d’Obama et la proposition de Loi d’Amnistie et de Réconciliation Nationale de l’opposition à l’Assemblée Nationale projettent le même récit sous des angles différents en employant comme sources « d’information » les ONG habituelles qui, par de multiples manipulations, confirment l’image du Venezuela comme la nouvelle Serbie, comme la nouvelle Somalie, le nouvel Afghanistan, le nouvel Irak, la nouvelle Libye, la nouvelle Syrie.
Le Décret d’Obama couronne la version de l’occident qui donne son aval à la version de l’Etat paria-totalitaire-qui a échoué tandis que la Loi d’Amnistie cherche à nier et à annuler les responsabilités historiques concernant les crimes indiscutablement politiques du passé en commençant par le cycle de l’insurrection du 12 février 2014 qui est, précisément, le point de départ du Décret d’Obama.
Dans une dépêche interne de la CIA de 1967, on signale la nécessité d’étiqueter comme « théoriciens de la conspiration » pour les discréditer ceux qui dénoncent un certain nombre de choses qui effectivement, se rapprochent de faits de cet ordre.
Sur ce point, si on nie tout sans concéder un minimum de possibilités, cela obéit à 3 raisons : ou c’est l’aveuglement que produit le dogme politique et idéologique ou on participe consciemment au processus de déstabilisation ou on est suffisamment ignorant et endormi par les mécanismes d’aliénation sous toutes leurs formes.
5-Que faire ? Vérité et méthode contre le coup d’Etat accéléré et en marche
Après avoir décrit totalement comment on a configuré l’opération géopolitique semi-secrète la plus étendue de la mémoire de la région (et probablement du monde) contre le Venezuela chaviste, on peut en tirer quelques conclusions bien venues qui fonctionnent comme des tips pour l’action. A savoir :
·         Risque, méthode et capacité d’imagination. Les nouvelles méthodes employées contre des pays souverains par l’application des principes de la guerre non conventionnelle ont dépassé pour toujours les antidotes et les mécanismes traditionnels obsolètes des opérations similaires du passé. Le journalistique, l’académique, le dogmatique et le traditionnel sont passés directement dans l’histoire sans recyclage. On a besoin aujourd’hui de nouveaux niveaux d’audace qui rendent indéchiffrable la confrontation avec les super-pouvoirs des corporations. L’investigation par des sources ouvertes, la surestimation politique de ce qui semble sans importance, la capacité d’unir ce qui semble sans rapport et le risque de nommer ce qu’en temps de paix, certains pourraient taxer de théorie de la conspiration en constitue le premier pas. Parce que ces guerres sont des guerres qui ont pour cible centrale la population civile et, par conséquent, c’est l’affaire de tous.
·         Réception et résistance. Tout fait politique, d’information tout message de la rue, toute réalisation linguistique, toute réalité qui devient citation une fois dite provient d’un locuteur conditionné. En tant que méthode efficace, lire tout et recevoir le contenu des grands médias sans aucun intermédiaire pour ensuite les démonter de façon critique. Et comme point de départ critique pour les démonter, Mision Verdad a presque 4 ans d’analyse ininterrompue.
·         « Follow the money ». La lutte des classes ne s’arrête jamais. En unissant les points communs entre les acteurs politiques et le capital financier local et mondial, on développe une carte de relations qui signe très clairement les intérêts, les buts et les alliances du pouvoir contre le Venezuela et dans le reste du monde.
·         Le Venezuela et Globalistán. Prémisse clef : comme la Syrie est le monde, le Venezuela l’est aussi. Que les conséquences de 3 ans de siège médiatique ne soient pas aussi visibles ne rend pas moins vrai le fait que si le Venezuela tombe, vous tomberez immédiatement et la contre-révolution oligarchique aura presque gagné.
·         Solidarité réelle, active et honnête. Les actes symboliques et les manifestations de rue ne servent à rien si leur contenu n’est pas en accord absolu avec ce qui se passe au Venezuela et vice-versa. La première ligne d’action de solidarité concerne strictement le domaine de la communication et doit être disciplinairement en accord pour arrêter les véritables effets du récit unique de l’ennemi.
·         La donnée correspondante. Ce n’est pas un hasard si cet été, on voit une esc
alade inédite en Syrie, on choisit ce moment pour exécuter le coup d’Etat final au Venezuela et si l’Ukraine est définitivement fragmentée. Ce sont les 3 principaux mouvements que réalisera le labyrinthe de l’empire dans sa situation électorale inédite.
·         Idée préconçue. Les lignes idéologiques non seulement ont été bouleversées mais elle sont été fracturées jusqu’à ce qu’elles deviennent un instrument qui agit contre les gouvernements populaires et les démocraties radicales. On se méfie du discours académique comme s’il s’agissait d’Hillary Clinton.

Gustavo Borges Revilla. Directeur de http://misionverdad.com/
Diego Sequera. Rédacteur en Chef de http://misionverdad.com/
Tournée par Espagne, France, Allemagne, Belgique
23 mai au 8 juin 2016
Traduction de l’espagnol : Françoise Lopez

De l’Association SOLIDARITE BOLIVARIENNE

Source en espagnol : Mision Verdad

Nenhum comentário: