27 junho 2016, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br
(Brasil)
Xinhua, Pequim
Tradução: Vila Vudu
China e Rússia comprometeram-se a fortalecer a estabilidade estratégica global, em declaração conjunta assinada pelos presidentes Xi Jinping da China e Vladimir Putin da Rússia.
A declaração foi assinada depois das conversações de sábado à tarde em Pequim.
Na declaração conjunta, os dois representantes
manifestaram preocupação com “fatores negativos” que afetam a estabilidade
estratégica global.
Alguns países e alianças militares buscam obter
vantagem decisiva no campo militar e da tecnologia relevante, para atender aos
seus próprios interesses, servindo-se da ameaça de usar a força em assuntos
internacionais. Essa política resultou num crescimento descontrolado do poder
militar e abalou
o sistema de estabilidade estratégica – lê-se na declaração
conjunta.
O documento assinado por China e Rússia manifestou
preocupação com a instalação de sistemas de antimísseis por todo o planeta,
ação não construtiva que tem afetado negativamente o equilíbrio estratégico, a
estabilidade e a segurança globais e regionais.
China e Rússia declaram forte oposição à instalação na
Europa do sistema Aegis Ashore de mísseis balísticos de defesa e a possível
instalação da Área de Defesa Terminal de Alta Altitude [ing. Terminal High
Altitude Area Defense (THAAD) no nordeste da Ásia, que agride severamente
os interesses da segurança estratégica dos países na região.
As armas para ataque de precisão em longa distância
desenvolvidas por alguns países, como o sistema global para ataque instantâneo,
pode ferir gravemente o equilíbrio estratégico e disparar nova corrida
armamentista – conforme a declaração conjunta.
Segundo a declaração conjunta, o controle de armas é
meio importante para fortalecer a segurança e a estabilidade global; e o
desarmamento e o controle de armas têm de ser justos e vantajosos para a
segurança de todos os países.
A declaração conjunta manifesta preocupações com o
crescente perigo de armas químicas e biológicas caírem em mãos de entidades não
estatais e serem usadas para atividades violentas e de extremistas violentas, e
diz que um meio para enfrentar essa ameaça é aprimorar a legislação internacional
relevante.
“Estabilidade estratégica” é conceito militar para
arma nuclear. A declaração conjunta afirma que essa concepção é antiquada, e
que a comunidade internacional deve passar a ver “estabilidade estratégica” a
partir de ponto de vista mais amplo.
No campo político, a declaração conjunta conclama
todos os países e blocos de países a se orientarem pelo princípio sobre o uso
de força e medidas coercitivas estipulado pela Carta das Nações Unidas e a lei
internacional; a respeitarem os direitos e interesses legítimos de todos os
países e povos no trato das questões regionais e internacionais candentes; e a
se oporem à interferência nos assuntos políticos de outros países.
No campo militar, todos os países devem manter a
capacidade militar no nível mínimo indispensável para manter a própria
segurança nacional; devem evitar movimentos que possam ser interpretados por
outros países como ameaça à segurança nacional deles e os forcem a tomar
contramedidas, como a mobilização militar e o estabelecimento ou expansão de
aliança militar-política, para assim restaurar o equilíbrio rompido – lê-se na
declaração conjunta China-Rússia.
A declaração diz também que todos os países devem
resolver as disputas mediante diálogo positivo e construtivo e promover a confiança
mútua e a cooperação. Os dois países manifestaram o desejo de estreitar o
diálogo, a cooperação e as trocas com a comunidade internacional, considerados
os princípios acima.
Os dois presidentes também assinaram declaração
conjunta sobre promover o desenvolvimento do ciberespaço e da informação.
Os dois lados concordam em que, diante de graves
desafios de segurança e do abuso da tecnologia de informação, os países devem
dialogar e cooperar na direção de definir meios e modos para garantir a
segurança do ciberespaço e promover o desenvolvimento da rede de informação.
Os dois presidentes advogam a favor de que se
estabeleça uma nova ordem no ciberespaço, que seja ordem pacífica, segura,
aberta e de cooperação; e de que formule um código de conduta aceito por todos
no âmbito da ONU; exigem que se respeite a soberania dos países na Internet; e
manifestaram-se contra ações que infrinjam a soberania de outros países na
Internet.
Os dois lados concordam em fortalecer a governança na
rede e rejeitar todos os atos de terrorismo e outros crimes que se praticam
pela Internet; e decidiram também manter reuniões regulares, para consultas
sobre cooperação no ciberespaço – segundo a declaração conjunta.
Os ministros de Relações Exteriores dos dois países
também assinaram uma declaração sobre a promoção da lei internacional.
Os princípios da lei internacional são a pedra basilar
de relações internacionais justas e igualitárias, com vistas a cooperação de
tipo ganha-ganha, criando uma comunidade de futuro partilhado para toda a
humanidade, e estabelecendo um espaço comum de segurança e cooperação econômica
igualitárias e indivisíveis – diz a declaração.
Os dois países reafirmaram o princípio de que os
estados devem evitar quaisquer ameaças ou o uso da força – que violam o que
viola o que a Carta da ONU dispõe; e condenaram as intervenções militares
unilaterais.
Os dois países manifestaram firme apoio ao princípio
de não intervenção em assuntos internos ou externos de outros países, com o
objetivo de forjar mudança de governos legítimos.
A declaração reafirmou o princípio da resolução
pacífica das disputas. Os governantes de China e Rússia reafirmaram que esse
princípio é crucial para a manutenção da ordem legal; que todos os meios e
mecanismos para resolver disputas devem basear-se no consentimento e ser usados
de boa-fé e em espírito de cooperação; e que os objetivos na resolução de
disputas e conflitos não podem ser minados por práticas abusivas.
A resolução criticou a adoção de medidas unilaterais
coercitivas e condenou todas as formas e manifestações do terrorismo. Ali se lê
que, para reagir às ameaças do terrorismo, é indispensável ação coletiva,
regida pela lei internacional, aí incluída a Carta da ONU.
Na declaração, os dois países enfatizaram o importante
papel da Convenção sobre a Lei do Mar, da ONU, de 1982, para manter o estado de
direito e o império da lei também no que se relacione às atividades nos
oceanos.
É muitíssimo importante que as provisões desse tratado
universal sejam aplicadas consistentemente, de tal modo que não agrida direitos
e interesses legítimos de todas as partes, e não comprometa a integridade da
ordem legal que a Convenção estabeleceu – diz também a declaração conjunta
assinada por China e Rússia.
Nos termos da declaração, os dois países declaram-se
interessados em aprofundar a colaboração entre eles, respeitando e promovendo a
lei internacional e para estabelecer uma ordem internacional justa e
igualitária baseada na lei internacional.
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China, Russia sign joint statement on strengthening global
strategic stability
June 25, 2016, Xinhua
http://news.xinhuanet.com/english (China)
FOTO XI E PUTIN
Beijing
(Xinhua) -- China and Russia vowed to strengthen global strategic stability in
a joint statement signed by Chinese President Xi Jinping and his Russian
counterpart Vladimir Putin.
The
statement was signed after their talks on Saturday afternoon in Beijing.
In the
joint statement, the two sides voiced concern over increasing "negative
factors" affecting the global strategic stability.
Some
countries and military-political alliances seek decisive advantage in military
and relevant technology, so as to serve their own interests through use or
threat to use of force in international affairs. Such policy resulted in an
out-of-control growth of military power and shook the global strategic
stability system, the joint statement said.
It
expressed concern over the unilateral deployment of anti-missile systems all
over the world, which it said is non-constructive and has negatively affected
global and regional strategic balance, stability and security.
The
statement said China and Russia are strongly opposed to the deployment of the
Aegis Ashore ballistic missile defense system in Europe and the possible
deployment of the Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) in northeast
Asia, which severely infringe upon the strategic security interests of
countries in the region.
The long
distance precision attack weapons developed by some countries, such as the
global system for instant attack, may seriously damage the strategic balance
and trigger a new round of arms race, according to the joint statement.
It said
arms control is an important means to strengthen global security and stability,
and that disarmament and arms control should be fair and balanced, and be
conducive for every country's security.
The
statement expressed concern over the rising danger of chemical and biological
weapons falling into the hands of non-state entities for the conduct of
terrorist and violent extremist activities, saying a way to cope with such
threat is to improve relevant international law.
"Strategic
stability" has been a military concept in nuclear weapon. The statement
said this conception is outdated and the international community should regard
"strategic stability" from a wider angle.
In
political field, the joint statement called on all countries and groups of
countries to abide by the principle on use of force and coercive measures
stipulated by the UN Charter and international law, respect the legitimate
rights and interests of all countries and peoples while handling international
and regional hot issues, and oppose interference in other countries' political
affairs.
In
miliary field, all countries should keep its military capability at the lowest
level necessary to maintain its national security, refrain from moves that may
be seen by other countries as threat to their national security and force them
to take counter measures such as military buildup,establishing or expanding
military-political alliance, to restore damaged balance, the statement said.
All
countries should solve disputes through positive and constructive dialogue and
promote mutual trust and cooperation, the joint statement said.
The two
countries voiced willingness to strengthen dialogue, cooperation and exchanges
with the international community on the basis of the above principles, the
joint statement said.
The two
presidents also signed a joint statement on promoting the development of information
and cyber space.
The two
sides agreed that facing tough security challenges and the abuse of information
technology, countries should conduct dialogue and cooperation on how to
guarantee the security of cyberspace and promote the development of information
network.
They
both advocated for the establishment of a new cyberspace order that is
peaceful, secure, open and cooperative, and the formulation of widely accepted
code of conduct within the framework of the United Nations.
The two
sides called for respect for countries' Internet sovereignty and voiced
opposition to actions that infringe upon other countries' Internet sovereignty.
The two
sides agreed to strengthen network governance and crack down on terrorist and
other crimes conducted through the Internet.
The two
countries agreed to hold regular meetings for consultations on cyberspace
cooperation, according to the document.
Foreign
Ministers of the two countries also signed a declaration on the promotion of
international law.
The
principles of international law are the cornerstone for just and equitable
international relations featuring win-win cooperation, creating a community of
shared future for mankind, and establishing common space of equal and
indivisible security and economic cooperation, the declaration said.
The two
countries reaffirmed the principle that states shall refrain from the threat or
use of force in violation of the UN Charter and condemned unilateral military
interventions.
The two
countries voiced firm support to the principle of non-intervention in other
countries' internal or external affairs, and condemned any interference by
states in other states' internal affairs with the aim of forging change of
legitimate governments.
The
declaration reaffirmed the principle of peaceful settlement of disputes. It is
crucial for the maintenance of international legal order that all disputes
settlement means and mechanisms are based on consent and used in good faith and
in the spirit of cooperation, and their purposes shall not be undermined by
abusive practices, the declaration said.
The
declaration criticised the adoption of unilateral coercive measures and
condemned terrorism in all forms and manifestations. It said to counter threat
from terrorism requires collective action in full accordance with international
law, including the UN Charter.
In the
declaration, the two countries emphasized the important role of the 1982 UN
Convention on the Law of the Sea in maintaining the rule of law relating to
activities in the oceans.
It is of
utmost importance that the provisions of this universal treaty are applied
consistently, in such a manner that does not impair rights and legitimate
interests of contracting parties and does not compromise the integrity of the
legal regime established by the convention, the declaration said.
The
declaration said the two countries are resolved to further enhance their
cooperation in upholding and promoting international law and in establishing of
a just and equitable international order based on international law.
BEIJING,
June 25 (Xinhua) -- China and Russia vowed to unswervingly deepen their
comprehensive strategic partnership of coordination during the talks between
the two heads of state here on Saturday afternoon.
Chinese
President Xi Jinping and his Russian counterpart Vladimir Putin agreed to beef
up mutual support and enhance the political and strategic mutual trust. Full story
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